Há uma característica generalizada nas sociedades opulentas – ou naquelas que pensam que o são, como a portuguesa – que é o de terem aquilo a que eu chamo impiedosamente os seus “pobrezinhos de estimação”. Assim como quem diz que "sempre houve pobres e sempre haverá". Hipocrisia das hipocrisias! É evidente que, não só como anarquista, mas também como cidadão, condeno este conceito perverso, que mais não faz do que perpetuar a miséria e a pobreza.
Segundo o discurso oficial do governo do senhor Sócrates (designação que me traz um enorme prazer vingativo), Portugal vive no melhor dos mundos possíveis. Ou seja, todos sabemos que vivemos num país pobre, com poucos recursos, pouco dinheiro, etc., mas está-se agora a fazer o que nunca se fez antes. Uma política financeira equilibrada, sem défice público, investimento nas áreas económicas prioritárias, como os campos de golfe e os hotéis de cinco estrelas, criação de infraestruturas a pensar no futuro, como o novo aeroporto da Ota, por exemplo, que permitirá o aumento do fluxo de voos dos ricaços de e para todas as partes do mundo.
Contudo, ninguém ignora que este discurso oficial é mera propaganda, destinada a defender os interesses capitalistas que protegem o poder e o Estado. A realidade é bem outra e refiro aqui o mais importante de tudo. Portugal é um país de pobres! Sugiro que leiam esta notícia que publiquei no meu site Contracorrente sobre esta questão. De acordo com dados recentes, o número de famílias beneficiárias de rendimento social de inserção (RSI) subiu dez mil em três anos. O distrito do Porto ocupa o primeiro lugar em matéria de famílias beneficiárias de RSI: 39.179 famílias, em Junho de 2007. O distrito de Lisboa conta com 29.644 agregados, ocupando o segundo lugar.
Face a esta dura realidade, não será tempo de abandonar a ideia de que sempre houve pobrezinhos e começar realmente a lutar contra ela? Como anarquista convicto e cidadão deste país afirmo conscientemente que Portugal é um país de pobres e de miséria!
(Publicado originalmente n' O Anarquista, a 10 de Agosto de 2007)
Segundo o discurso oficial do governo do senhor Sócrates (designação que me traz um enorme prazer vingativo), Portugal vive no melhor dos mundos possíveis. Ou seja, todos sabemos que vivemos num país pobre, com poucos recursos, pouco dinheiro, etc., mas está-se agora a fazer o que nunca se fez antes. Uma política financeira equilibrada, sem défice público, investimento nas áreas económicas prioritárias, como os campos de golfe e os hotéis de cinco estrelas, criação de infraestruturas a pensar no futuro, como o novo aeroporto da Ota, por exemplo, que permitirá o aumento do fluxo de voos dos ricaços de e para todas as partes do mundo.
Contudo, ninguém ignora que este discurso oficial é mera propaganda, destinada a defender os interesses capitalistas que protegem o poder e o Estado. A realidade é bem outra e refiro aqui o mais importante de tudo. Portugal é um país de pobres! Sugiro que leiam esta notícia que publiquei no meu site Contracorrente sobre esta questão. De acordo com dados recentes, o número de famílias beneficiárias de rendimento social de inserção (RSI) subiu dez mil em três anos. O distrito do Porto ocupa o primeiro lugar em matéria de famílias beneficiárias de RSI: 39.179 famílias, em Junho de 2007. O distrito de Lisboa conta com 29.644 agregados, ocupando o segundo lugar.
Face a esta dura realidade, não será tempo de abandonar a ideia de que sempre houve pobrezinhos e começar realmente a lutar contra ela? Como anarquista convicto e cidadão deste país afirmo conscientemente que Portugal é um país de pobres e de miséria!
(Publicado originalmente n' O Anarquista, a 10 de Agosto de 2007)
5 comentários:
Os pobres serão sempre os degraus dos que querem subir ao poder!!!! Mas, uma vez lá chegados, deslumbram-se de tal modo que só olham para cima...nunca mais para baixo!!!!!
Mais me aflige a pobreza de espírito que enforma as mentes que vêem tudo cada vez melhor, como se todos nós estivessemos enganados e a dormir.
Abraço do Zé
concordo plenamente com o comentário anterior.
Que dizer!? 100% de acordo com o texto.
Espero não melindrar ninguém com este meu comentário,mas na minha opinião,hoje em dia só se é pobre de juizo!
Para quem quiser trabalhar,nunca faltou trabalho!!!
Nem ontem,nem hoje,nem amanhã!
O rendimento social de inserção,é um subsidio para malandros e drogados.
Todos os dias vejo beneficiarias desse rendimento a tomar o seu "galãozinho" e o seu "bolinho" na padaria da esquina!!
Tenho inclusive um visinho (também ele beneficiário do rendimento minimo)que vendeu o seu Ford Fiesta algumas semanas atrás, para pagar algumas contas de bagaço e no domingo apareceu em casa com um BMW de 2001!!
Mas trabalhar nem pó!!!
Parece que faz calos e caspa....
Se acham que existe miséria em Portugal,em vez de subsidios ou de esmolas,é melhor arranjar-lhes trabalho para todos e vão ver como os "miséraveis" fogem todos num instante de Portugal...
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