Petição pelo resgate, para Portugal, dos militares mortos na Guerra do Ultramar / Guerra Colonial
Caros amigos, Ex-Combatentes, Militares no activo e na reserva, Cidadãos.
Pedimos-lhes o favor de nos dispensarem uns momentos e, se concordarem com o nosso apêlo, assinar a presente petição.
Caros amigos, Ex-Combatentes, Militares no activo e na reserva, Cidadãos.
Pedimos-lhes o favor de nos dispensarem uns momentos e, se concordarem com o nosso apêlo, assinar a presente petição.
Exmo. Sr. Presidente da Assembleia da República Portuguesa
As cidadãs e cidadãos abaixo assinados pretendem que o Estado Português cumpra o dever patriótico de trasladar para Portugal – para as suas terras de origem, de onde partiram para a Guerra do Ultramar / Guerra Colonial - os restos mortais dos Combatentes que morreram ao serviço da Pátria e ficaram enterrados em campas espalhadas pelos antigos territórios ultramarinos.
Assim, e ao abrigo do Decreto-Lei nº. 43/90, de 10 de Agosto, com as alterações que lhe foram introduzidas pela Lei nº. 6/93, de 1 de Março, pela Lei nº 15/2003, de 4 de Junho e pela Lei nº. 45/2007 de 24 de Agosto, subscrevemos o requerimento, proposto pelo “Movimento Cívico de Antigos Combatentes”, a enviar à Assembleia da República para:
1 – Que seja decretada a trasladação para Portugal dos restos mortais dos militares mortos e abandonados em terras africanas, em cumprimento do mais elementar desígnio das nações civilizadas e para dignificar a memória dos que morreram ao serviço da Pátria.
2 – Que esses restos mortais sejam trasladados para Portugal, entregues às respectivas famílias e/ou depositados junto do Monumento Nacional aos Combatentes, em local apropriado e digno.
Até esta situação estar resolvida, as Comemorações do 10 de Junho – Dia de Portugal e das Comunidades - continuarão ensombradas pela ausência daqueles que, lutando sob a bandeira de Portugal, por ela deram o sacrifício máximo, a própria vida.
Apoiam esta Petição, além dos subscritores da mesma, muitas associações de Antigos Combatentes e outras Instituições.
Pelo Movimento Cívico de Antigos Combatentes,
José Nascimento Rodrigues
Ex-Combatente 1º. Cabo Pára-Quedista 27/69
Não concordando, pedimos-lhe apenas o favor de reencaminhar esta mensagem para os seus contactos.
Mas, por favor não deixe de colaborar.
Não a deixe parar.
O que pretendemos: Trazer os restos mortais destes militares, homenageá-los, levá-los para as suas terras, entregá-los aos familiares e amigos, para que finalmente, REPOUSEM EM PAZ.
Para subscrever, basta clicar no link inicial ou no endereço web na linha abaixo. http://www.PetitionOnline.com/mcac/petition.html
-- Pontos de recolha de assinaturas e informações:
PORTUGAL
– Abrantes – Almada – Braga – Caminha – Castelo de Paiva – Ermesinde – Lagoa – Lisboa – Mafra – Olhão – Ponte de Sor – Porto – Rio de Mouro – Rio Maior – Sesimbra – Setúbal – Sines – Sintra– Tondela – Valença do Minho – Viana do Castelo
FRANÇA– Lyon
15 comentários:
É de toda a justiça, que o Governo assuma a exumação, identificação e transladação para Portugal. As famílias dos nossos militares mortos em combate, têm esse direito!
Portugal, deve-lhes o regresso à Pátria.
Amigo Victor, felizmente não tenho nenhum familiar que lá ficou, mas conheço amigos que têm, e era horinha de o nosso governo, e o estado Português resgatar os corpos daqueles que outrora deram a vida pela Pátria, pois sei que os seus familiares vivos, sofrem muito por este facto. Assinei esta petição com o Nº 490.
Abraços do Beezz
Lá estarei ao lado deles. Ainda não assinei, porque não tenho o BI em minha posse. Tal como eles, esses nossos irmãos falecidos, eu fiz parte do exército mais cobarde do mundo. Era um exército formado por gente boa, a inocente, mas por os maiores bandidos que Portugal alguma vez poderá vir a ter.
Abraços.
David Santos
Olá mano,
assinei a petição com o número 496. Sendo eu casada com um ex. combatente, que como tu sabes até foi prisioneiro de guerra, e filha de um militar que também esteve ao serviço da pátria, este esquecimento e falta de consideração pelos nossos SOLDADOS e respectivas familias dá-me volta ao estômago.
Beijinhos
Olá.
Assinei a petição com o número 539.
Quero os meus irmãos de armas de volta. Os verdadeiros homens deste País, que foram traídos por um "exército" de mercenários e bandidos.
David Santos
Tenho uma irmã que faleceu aaos 8 anos de idade em 1971 e ficou enterrada na Beira, Moçambique.
Os familiares dos militares que lá ficaram sepultados terão uma dor ou direitos diferentes do que da minha família?
Qual o verdadeiro valor dos restos mortais de um ente querido?
Os custos para uma operação dessas não seria melhor usado com os vivos necesitados?
Com todo o respeito com quem teve a iniciativa com tal petição, e com quem vem assinando a mesma, não assino.
Zé Paulo
Caro Zé Paulo, compreendo o seu cepticismo em relação a esta petição, mas não posso deixar de lhe perguntar qual é a diferença, com todo o respeito pela sua querida irmã, entre estar nas ex-colónias por vontade própria (provávelmente o caso da sua, e de muitas outras famílias Portuguesas) ou por obrigação (no caso de milhares de Portugueses militares que foram obrigados a ir para uma guerra defendendo a Pátria)?
Parece-me óbvio esta petição, e o estado gasta dinheiro com tantas futilidades que esta sem o ser, traria alguma paz aos milhares de familiares que sofrem deste 74 a esta parte sem nunca mais saberem do paradeiro dos seus entes queridos. Não podemos misturar as coisas, então, respeitando a sua ideia, que optou por não votar, eu votei, pois a minha consciência assim o ditou.
Abraços e volte sempre.
Beezz (Carlos Rocha)
Caro Carlos Rocha,
Com toda a certeza, e já o havia dito antes, que respeito o seu, e de todos os outros, motivo(s) que fazem votar nesta petição.
Mas reforço que não vejo realmente grandes diferenças entre ida de militares que foram para servir a pátria ou de famílias que foram porque diziam=lhes que eram as "Ultramarina" territórios da Pátria, tenham ido por vontade própria, tenham ido por falta de oportunidades na "Metrópole", tenham já sido segunda ou terceiras gerações em Moçambique, e até já lá tenham se apercebido que aquelas terras não eram assim tão da "Pátria" como nos tentavam vender, e que ainda assim, por fazermos parte da história mal estruturada acabamos por ficar sem o chão ao acabarmos, grande parte de nós, por saír de lá e muitos tendo deixado entes queridos sepultados naquelas querdias terras.
Continuo realmente a acreditar não haver grandes diferenças, continuo, como cristão (desculpe colocar religiosidade nesta questão), acreditando que este tipo de investimento deve sim ser direcionado para os vivos.
Os meus cordiais cumprimentos,
Zé Paulo
Caro Zé Paulo, a emigração de outrora, fosse para as ex-colónias fosse para a Europa, fosse para onde fosse, bem certo que para o "Ultramar" fora peixe vendido, eram por falta de oportunidades na Metrópole, como bem diz, mas também por vontade própria, pois sei de muita gente que mesmo sem grandes hipóteses de trabalho e ganha pão aqui, recusaram-se a dar o salto, e hoje umas estão bem e outras bem mal, mas tratavam-se de escolhas, isso mesmo "escolhas", os militares não tinham outra, aliás tinham, cometer o crime de deserção e mais tarde serem encontrados ou estarem anos a fio sem poderem ver os seus familiares, mas muitos desconheciam que o poderiam fazer. Por isso, como cristão, digo-lhe que sem querer mudar a sua opinião, é minha convicção a de que devemos fazer tudo pelos vivos, mas sem esquecer os que deram a vida pela pátria (e isto para mim é que me choca, pois não havia a necessidade de semelhante guerra, quando depois deram tudo de mão beijada, perdoando dividas e outras que mais) porque o foram obrigados a fazer.
Mais uma vez, agradeço esta sua clareza de ideias, e esta salutar troca de opiniões, e espero que o meu caro venha até nós, concordando ou discordando, mas sempre de boa fé assim como nós estamos, cientes de fazer o melhor em prol desta nossa sociedade.
Cordiais Cumprimentos
Beezz (Carlos Rocha)
Caro Carlos,
A questão de se ter ido ou não por vontade própria não é tão relevante já que era dito que aquela terra era tão portuguesa quanto a "Metrópole". Depois viu-se que não era bem assim, uns acham que deram as colônias de mão beijada, outros acham que era justo e já foi tarde, outros até acham que era justo mas deveria e/ou poderia ter sido de forma diferente. A questão é que deu para o torto e muitos de nós não apostaram em segurar uma nova ditadura, agora de esquerda, com uma nova guerra, não mais de lutas de autonomias e manutenção de poder de territórios mas sim de lutas internas pelo poder.
Tivemos que sair com uma mão na frente e outra atrás. Estavamos, penso eu, no lugar e na hora errada, em um momento histórico que até não fomos nós que formamos, mas que também não soubemos transformá-lo da melhor forma. Mas saímos, com uma mão na frente e outra atrás, e como os soldados que morreram, nossos familiares também lá morreram, para em nome de Portugal se dizer que Moçambique, como outras colônias, eram parte do império português.
Mas com toda a certeza, há visões diferentes, e haveremos de respeitar e interagirmos com a discusão de ideias. E sim, claro, na boa fé. E da minha parte, pode ter a certeza que sim. Do contrário não faria sentido ter lá no meu humilde espaço, na minha pequena relação de links, o vosso blog.
Os meus cordiais cumprimentos.
Zé Paulo
Zé Paulo e bezz. Eu só cá vim para dizer que há na vossa discussão uma frase que não é uma verdade. A frase é esta: "todos eram obrigados a ir para a guerra defender a Pátria".
Isto é uma mentira. Não quero dizer que o bezz esteja a mentir, longe de mim tal pensamento. Apenas lhe quero dizer, pois garanto que ele desconhece, ninguém era obrigado a ir para a guerra defender a tal merda da pátria. Quem ia, ia voluntário. No caso da emigração, mas apenas neste conceito, eu dou razão ao Paulo. Claro, que dar ou não dar razão pouco importa. Foi apenas um argumento meu para dizer que ambos estavam em concepções diferentes, mais nada.
Agora o ser obrigado a ir para a guerra, foi sempre uma ratoeira que o exército cobarde e fascista sempre armou aos portugueses: tudo se apresentava voluntariamente. Ninguém era obrigado a ir defender a merda da pátria. As únicas excepções eram aqueles que ficavam considerados de refractários. Não apareciam à inspecção, mas eram enviados apanhados nas suas próprias casas e levados para a prisão. A partir daqui começam a cumprir o castigo, repito, o castigo: ir para a tropa e para a guerra. Foi este o meus caso e de milhares de Portugueses que amavam a Pátria. Estes sim, tinham uma Pátria e eram patriotas. Os outros, ainda que eu os considere camaradas de armas e de verdadeiros portugueses, faço isto pela ignorância da grande maioria. Contudo, ainda havia uma grande parte, nomeadamente, os efectivos daquele exército cobarde e assassino, que eram mercenários. Andavam no exército para governar a vida, nomeadamente, roubar, matar e fazer mal aos indivíduos honestos e verdadeiramente patriotas.
David Santos
Caro David, eu quando digo "Obrigados" falo no cumprimento do serviço militar obrigatório, esse era obrigatório até 2004, altura em que o Paulo Portas o tornou profissionalizado. Mas eu concordo que por um lado o Zé Paulo sinta o que sente, e a discussão assim tem valor, o amigo David também, mas esclarecendo desde já que o "Obrigatório" é para o Serviço Militar, que por contingência da época havia a guerra e lá eram enviados para lá.
Mas, todos nós temos as nossas opiniões e da discussão nasce a luz, agradeço desde já aos meus interlocutores, esta saudável troca de opiniões.
Abraços do Beezz
Eu percebo e entendo o ponto de vista do Zé Paulo, é um ponto de vista comum a muitos portugueses. Sobretudo os que foram expoliados das suas vidas e pertences, à conta de uma descolonização mal feita e que foi prejudicial, para todos nós, assim como para os povos naturais das ex-colonias.
É bem verdade que por aquele tempo, se acreditava que as ex-colonias seriam sempre parte integrante do território português.
A minha visão é que de facto, todos os militares, que lutaram em África sob a égide de Portugal,e lá ficaram sepultados deveriam ser resgatados e por isso sou o subscritor nº 330.
Em relação aos civis que por lá pereceram e ficaram, também concordo que o Estado, pudesse intervir de forma a trazerem os seus corpos à terre natal.
Quero apenas relembrar que os três militares das Tropas Pára-quedistas, já resgatados foram-no por iniciativa privada de ex-camaradas, amigos e povo anónimo.
David Santos, não concordo com a forma como se refere, à nossa Pátria. A nossa terra é a nossa terra, o nosso país. Em relação aos militares do quadro permanente, discordo totalmente das afirmações do meu amigo. Esses mesmos militares merecem respeito, pela sua profissão e não poderão ser apelidados de mercenários. Se o meu amigo David, achou que foi mal tratado no exército e mantem ressentimento, em relação a alguém com quem lidou, não poderá tomar e generalizar o todo, por uma situação que foi sua.
Todos os contextos e vivências pessoais, resultam muito daquilo pelo que passamos!
Não podemos alhear-nos da época, da vivência política, e dos aspectos da Revolução de Abril.
Caro Víctor Simões,
Como geralmente acontece, traz-nos aqui palavras de serenidade e bom senso que muito o dignificam. O seu conceito de Pátria, a nossa terra, com todo o seu património quer material quer moral de história e tradições, quer as pessoas que dão corpo ao Estado, todos nós e os nossos concidadãos devem ser defendidos pelo esforço colectivo de todos os portugueses. Independentemente de partidos ou ideologias. Recordo que, numa reunião dos líderes de todos os partidos representados na AR, em 1982, quando se preparava o «Estatuto do objector de consciência» proposto pelo PSD, o Dr. Álvaro Cunhal emitiu esta opinião «A defesa da Pátria é dever de todos os portugueses».
Portanto, defender a Pátria não é privilégio de um ou outro partido, de direita ou de esquerda.
Abraço
A. João Soares
Olá, Victor! Tudo ok?
Pois é! Tenho mesmo que o decepcionar. Aquilo a que alguns tentam chamar “Exército” do antes do 25 de Abril, claro, não era “Exército” nenhum. Era, na minha perspectiva, uma seita de malfeitores, oportunistas e vigaristas. Estou a referir-me aos que se serviam daquilo para sustentar o (poder) e por este serem sustentados. Os chamados chicos, macacos. Eram estes os nomes que lhe dávamos. Aliás, essa macacada ainda hoje está muito bem de vida. Os outros, que não faziam parte dessa rede de malfeitores, andam por aí a sofrer, a consumir os familiares, os que têm quem os aceite, claro; e a dormir debaixo da ponte. Já para não falar em fome e todo o tipo de humilhações que ainda hoje sofrem. De qualquer forma, eu não percebo o motivo que leva o Victor a querer chamar àquilo de Exército. Será Exército uma canalha que dentro de uma unidade militar tem 150 militares efectivos a tomar conta de 3000 patriotas na prisão? Se algum dia ouviu falar do Forte do Roçadas pode muito bem chegar a conclusões. Mas isto é apenas um cheirinho. Porque lhe posso falar de dezenas de casos semelhantes. O exército que sustentou o fascismo também era sustentado por esse mesmo fascismo. No fundo, eram todos bandidos. Sabe uma coisa? Eu não conheci uma excepção, que fosse! É demais, não é?
Muita coisa mais teria para lhe dizer, não com medo daquela canalha mas, simplesmente, por ser gente que está a ficar com o pé na cova e a quem o diabo terá que recolher. Por isso, vou deixá-los por conta dele. Ah, por acaso já soube de que tenha havido algum bandido daquele exército que se tivesse preocupado com os tristes que eles, bandidos do tal exército, mandaram para a miséria? De certeza que não. Mas eles, os bandidos, estão todos reformados, mas muito bem reformados à custa do herário público, da miséria que criaram.
Abraços.
David Santos
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