Não me cravem pedestais
na minha urna,
nem me rezem ladainhas de compaixão.
Cubram-me com as mesmas pedras
com que me atiram.
Sou filho da funesta educação
dos tabus da fidalguia.
Reneguem-me
com a mesma indiferença,
com o mesmo nojo,
com o mesmo abandono
que se despoja deste corpo
infectado pela SIDA.
Qual cão com sarna?
Qual besta humana?
Quem merece ser tratado assim?
Desfaço-me em feridas,
estou oco, dissecado.
Matem-me…
…matem-me
Estou enojado com o mesmo nojo
desta jaula, onde a clausura
se enjaulou de mim.
Conceição Bernardino
na minha urna,
nem me rezem ladainhas de compaixão.
Cubram-me com as mesmas pedras
com que me atiram.
Sou filho da funesta educação
dos tabus da fidalguia.
Reneguem-me
com a mesma indiferença,
com o mesmo nojo,
com o mesmo abandono
que se despoja deste corpo
infectado pela SIDA.
Qual cão com sarna?
Qual besta humana?
Quem merece ser tratado assim?
Desfaço-me em feridas,
estou oco, dissecado.
Matem-me…
…matem-me
Estou enojado com o mesmo nojo
desta jaula, onde a clausura
se enjaulou de mim.
Conceição Bernardino
2 comentários:
Olá Conceição,
muito forte e muito real este teu poema, ou não fosse a realidade mesmo assim!
Beijinhos,
Ana Martins
la fuerza desde dentro lo puede todo
ánimo y un abrazo
Enviar um comentário