(Poema inspirado na canção do Maria Clara “Ò Zé aperta o laço”)
O Zé andava esfarrapado
Remendado, quase nu
Quanto mais atassalhado
Mais se lhe via o cu.
Viu a troika a chegar
Com tesouras afiadas
E o povo a gritar
lá vem as alfinetadas.
Ó Zé aperta o cinto
Ó Zé aperta-o bem
Ó Zé aperta o cinto
Ó Zé aperta-o bem.
Que o cinto bem apertado
Ai, ó povinho fica-te bem
Que o cinto bem apertado
Ai, ó povinho fica-te bem.
Com um cinto tão apertado
e os gases retidos na fonte
deu-lhe um ataque modelado
E Pec’s moles ao monte.
Combinou-se o orçamento
era duro, austero e medonho
E até nesse detrimento
Ele ouviu cantar em povo.
Ó Zé aperta o cinto
Ó Zé aperta-o bem
Ó Zé aperta o cinto
Ó Zé aperta-o bem.
Que o cinto bem apertado
Ai, ó povinho fica-te bem
Que o cinto bem apertado
Ai, ó povinho fica-te bem.
Não existe dois sem três,
Os buracos que o Zé fez
Guarda o cinto, esfomeado
que comprou a um chinês.
Mas o pobre do Josézito
Sempre foi trabalhador
A câmara fez-lhe um manguito
E despediu o varredor.
Ó Zé aperta o cinto
Ó Zé aperta-o bem
Ó Zé aperta o cinto
Ó Zé aperta-o bem.
Que o cinto bem apertado
Ai, ó povinho fica-te bem
Que o cinto bem apertado
Ai, ó povinho fica-te bem.
Conceição Bernardino
2 comentários:
Bastava terem invocado a minha imagem para eu vir ver, mas a surpresa foi mesmo a adaptação da canção do "Zé aperta o laço", que está uma beleza.
Abraço do Zé
Ai vai apertar, garanto. Só se as cintas já estiverem no osso. É que se não estão, é lá que elas vão parar. Mas sempre por vontade do povo. Ou do povo ou dos esquemas a que ele, povo, se vai deixando adaptar...
Abraços.
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