Não tentes calar a minha voz
Com o fato metálico de chapa ridícula
Onde não há lanças nem archotes nem árvores suspensas.
- O Sancho é real D. Quixote!
Enche os bolsos de lendas antigas
Mastiga os pássaros caídos na valeta
E acena às crianças pobres um futuro miserável
Não tentes calar a minha voz
Com o relinchar de um cavalo de pau
Onde as ferraduras são feitas de trevos e vertigens
- O Sancho é real D. Quixote!
As cidades adormecem por baixo de outras cidades
Onde as lixeiras e o lodo do rio trás à tona o condenado de Victor Hugo
O cio cresce na boca dos saqueadores e a saliva afia a guilhotina
- Já crescem cabeças nos campos de trigo D. Quixote
Conceição Bernardino
2 comentários:
«e a saliva afia a guilhotina»
Está a falar do arco da governação, presumo?
sim estou Diogo, é vão saber que entende de poesia.
beijo
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