Para o chefe de missão do FMI na troika, o etíope Abebe Selassie, a desvalorização fiscal conseguida com a descida da Taxa Social Única (TSU) paga pelas empresas e o aumento da contribuição dos trabalhadores é uma forma “criativa” de resolver o problema do défice e da competitividade. Mas, se o programa for apenas austeridade, a economia não vai sobreviver, avisa. E foi precisamente pelo receio de uma “pressão excessiva” sobre a economia que a troika flexibilizou as metas do défice. ( In Público on line ). por Sérgio Aníbal, Ana Rita Faria.
Passos Coelho, na entrevista desta Quinta-feira à RTP diz que:
“As medidas que nós acordámos com a troika são necessárias para que Portugal possa cumprir o seu programa, é muito importante que o país tenha uma informação transparente. Se não cumprirmos os nossos compromissos externos e não conseguirmos corrigir os nossos desequilíbrios, Portugal conseguirá deitar pela janela fora tudo o que conseguiu até hoje, que foi muito”, (...)
O primeiro-ministro reconheceu que a medida terá “um efeito de curto prazo do lado do consumo que é negativo” – um “ligeiro efeito negativo” sobre a actividade económica –, mas insistiu que será positiva para o mercado de trabalho. O Governo prevê uma taxa de desemprego de 16% em 2013. Se esta medida não fosse adoptada, disse, o nível de desemprego subiria para “quase 17%”. (...)
( in Público on line )por Luciano Alvarez, Pedro Crisóstomo.
As mudanças na Taxa Social Única não foram uma exigência da troika, mas uma ideia dos iluminados que nos governam. Não consigo perceber, como é possível com a redução da TSU para as empresas, estimular o emprego e o crescimento económico. Na verdade, esse dinheiro não irá "aquecer nem arrefecer as empresas", as que estão mal, vão fechar é uma questão de dias, ou mais alguns meses, as que aínda estão sólidas, não irão criar emprego em recessão, continuam a reduzir o número de trabalhadores, na medida em que facturam menos com a quebra do consumo.
Os trabalhadores por sua vez, cada vez apertam mais o cinto, porque o rendimento é cada vez menor, este aumento da taxa para a segurança social, de 11% para 18% é brutal, com um enorme impacto nos mais desfavorecidos, ou seja nos trabalhadores com baixos salários, que são a maioria no nosso país.
O Primeiro Ministro disse que se não fosse esta medida o nível de desemprego subiria para quase 17% em 2013, a meu ver com esta medida o desemprego situa-se-á nos 17% até final de 2012. Mais uma vez este Governo irá ficar surpreso, como tem estado até aqui. Todas as previsões falharam e a calinada de Passos Coelho, será mais uma a juntar a tantas outras!Este Governo, já não é credível aos olhos da população em geral, sou obrigado a concordar com Manuela Ferreira Leite, nas apreciações que faz ao Ministro das Finanças, Vitor Gaspar.
"Questionou também por que motivo é que a redução da TSU é agora considerada “essencial”, se não se houve “um sindicato, um economista, um empresário a defender” tal decisão. Para Ferreira Leite, a medida é “altamente perniciosa”, vai “aumentar dramaticamente o desemprego” e só por “teimosia é que pode vir a ser aplicada”.
Acusou o ministro das Finanças de estar a governar o País através de modelos e com base na experiência, pois um País é constituído por pessoas e a economia não é uma ciência exacta e dogmática.
“Sobre o mesmo assunto pode haver várias opiniões válidas. Um País governado com modelos é algo que me dá um enorme desconforto. Não podemos transformar o País num exercício de experimentação”, afirmou, acrescentando que se Vítor Gaspar está a tomar medidas “com base no que dizem os modelos, só por sorte é que acerta”. ( in Jornal de Negócios, NunoCarregueiro ).
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