É ridículo que tenha que ser lembrado aos «operadores de calculadoras» que o défice é o resultado de uma operação aritmética denominada subtracção e que ocorre quando o aditivo é inferior ao subtractivo, isto é, quando as receitas são inferiores às despesas. Dito de forma a ser melhor compreendido, no caso actual, há défice sempre que as despesas são superiores às receitas, quando se gasta mais do que se pode pagar.
Isso foi explicado no post Governo não pensa em orçamento. Só pensa em receitas, isto é, os «operadores das calculadoras» centraram toda a sua capacidade nas receitas e criaram a austeridade que deu recessão mas, não satisfeitos com os maus resultados, agravaram as medidas antes aplicadas. Depois, o post Défice, receita e despesa. Bruxelas avisa mostrou que a UE pretendia chamar à razão os nossos fanáticos dos números e indiferentes às pessoa, para os levar a ver alternativas e o nosso compatriota João Salgueiro explicou que Há alternativa para a austeridade.
Mas a obsessão é tal que nada demoveu os autores do OE de seguirem pelo caminho pedregoso que conduz ao despenhadeiro e a UE não resistiu á tentação de intervir ostensivamente para impedir a catástrofe e, depois de os avisos terem batido contra orelhas moucas, decidiu ser mais acutilante e impôs que o Governo tem um mês para apresentar um plano B a Bruxelas, com medidas de redução da despesa, para a eventualidade de a receita fiscal não atingir valor suficiente. Esta medida apresenta-se muito paternalista dado que o Governo parece indiferente ao facto de que a receita fiscal já caiu 4,9% até Setembro.
E é preciso reflectir que as despesas a reduzir não devem ser aquelas que vão prejudicar os cidadãos mais carentes que, devido à austeridade, já apertam o cinto á volta das vértebras descarnadas. Há que olhar seriamente para o esbanjamento do dinheiro público como as despesas inúteis, não essenciais e desnecessárias, com apoios financeiros às «fundações» que os não mereçam pela fraca qualidade ou ausência de resultados realmente úteis para os cidadãos e/ou com gestão desadequada e exageradamente custosa que só dão benefício para os administradores tachistas da amizade e da «confiança» dos políticos. O mesmo se pode dizer de observatórios sem utilidade prática ou proporcional aos custos, de apoios a actividades sem justificação que não seja apenas o apoio a amigos, de quantidade desnecessária de assessores, de especialistas, de conselheiros, de consultores, etc. Por exemplo, para que servem tantos deputados eleitos pelo povo se, apesar da sua qualidade e quantidade, o Parlamento vai gastar 406 mil euros em estudos encomendados a gabinetes amigos, nos quais, eventualmente, poderão trabalhar deputados?
Também o Governo, apesar da quantidade de assessores e especialistas, não se poupa à generosidade de encomendar estudos e pareceres a gabinetes de advogados amigos. Recorde-se que o Governo anterior tinha pago centenas de estudos e pareceres a justificar o Aeroporto de Lisboa na OTA, o qual acabou por ser destinado à região de Alcochete. Assim se criam e agravam as crises que resultam no empobrecimento imposto à classe média e baixa, apesar de, ocasionalmente, se ouvir falar do desejo de obter «justiça social».
Imagem de arquivo
Isso foi explicado no post Governo não pensa em orçamento. Só pensa em receitas, isto é, os «operadores das calculadoras» centraram toda a sua capacidade nas receitas e criaram a austeridade que deu recessão mas, não satisfeitos com os maus resultados, agravaram as medidas antes aplicadas. Depois, o post Défice, receita e despesa. Bruxelas avisa mostrou que a UE pretendia chamar à razão os nossos fanáticos dos números e indiferentes às pessoa, para os levar a ver alternativas e o nosso compatriota João Salgueiro explicou que Há alternativa para a austeridade.
Mas a obsessão é tal que nada demoveu os autores do OE de seguirem pelo caminho pedregoso que conduz ao despenhadeiro e a UE não resistiu á tentação de intervir ostensivamente para impedir a catástrofe e, depois de os avisos terem batido contra orelhas moucas, decidiu ser mais acutilante e impôs que o Governo tem um mês para apresentar um plano B a Bruxelas, com medidas de redução da despesa, para a eventualidade de a receita fiscal não atingir valor suficiente. Esta medida apresenta-se muito paternalista dado que o Governo parece indiferente ao facto de que a receita fiscal já caiu 4,9% até Setembro.
E é preciso reflectir que as despesas a reduzir não devem ser aquelas que vão prejudicar os cidadãos mais carentes que, devido à austeridade, já apertam o cinto á volta das vértebras descarnadas. Há que olhar seriamente para o esbanjamento do dinheiro público como as despesas inúteis, não essenciais e desnecessárias, com apoios financeiros às «fundações» que os não mereçam pela fraca qualidade ou ausência de resultados realmente úteis para os cidadãos e/ou com gestão desadequada e exageradamente custosa que só dão benefício para os administradores tachistas da amizade e da «confiança» dos políticos. O mesmo se pode dizer de observatórios sem utilidade prática ou proporcional aos custos, de apoios a actividades sem justificação que não seja apenas o apoio a amigos, de quantidade desnecessária de assessores, de especialistas, de conselheiros, de consultores, etc. Por exemplo, para que servem tantos deputados eleitos pelo povo se, apesar da sua qualidade e quantidade, o Parlamento vai gastar 406 mil euros em estudos encomendados a gabinetes amigos, nos quais, eventualmente, poderão trabalhar deputados?
Também o Governo, apesar da quantidade de assessores e especialistas, não se poupa à generosidade de encomendar estudos e pareceres a gabinetes de advogados amigos. Recorde-se que o Governo anterior tinha pago centenas de estudos e pareceres a justificar o Aeroporto de Lisboa na OTA, o qual acabou por ser destinado à região de Alcochete. Assim se criam e agravam as crises que resultam no empobrecimento imposto à classe média e baixa, apesar de, ocasionalmente, se ouvir falar do desejo de obter «justiça social».
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5 comentários:
Caro amigo João soares, concordo perfeitamente com o que aqui é dito, porém neste momento em primeira análise a considerar é que efectivamente existem alternativas às medidas propostas pelo governo.
Este governo mente ao Povo Português, quando diz que não tem espaço para negociar, ou que não existem outros caminhos. Estes senhores que nos governam só estão a sugar o resto que resta em beneficio prório. Está pois visto que jogam em toda linha, a favor de interesses da alta finança, não querem saber nem de Portugal, nem do povo. O nosso país já perdeu a soberania financeira, a dívida é impagável, dada a destruição total da nossa economia. Este é um crime de alta traição à Pátria, se o Povo consentir, dentro de pouco tempo a miséria estará irremediavelmente instalada.
Caro Vítor,
Esta posição de Bruxelas é uma chasada, um ralhete para evitar a continuação dos erros de estratégia do nosso «operador de calculadora» que não revela a mínima sensibilidade para as pessoas e para os assuntos sociais.
A UE pela boca de Durão Barroso e o FMI pela de Lagarde já tinham avisado para os perigos da insistência excessiva na austeridade, como tem sido a obsessão do Gaspar. Como ele ainda não percebeu, decidiram agora dar um prazo do tipo ULTIMATO. É assim que se tratam os meninos teimosos e rabinos.
Agora o «operador de calculadora» confessou a sua incapacidade dizendo que para reduzir as despesas seria necessário fazer um estudo complexo para reestruturar o sistema administrativo do Estado, o que iria colidir com interesses instalados.
Concluímos que, com este a gente enfeudada aos poderosos da alta finança, não há vontade nem coragem para purificar o sistema nacional da administração financeira e económica, e, assim, nada melhorará (o que significa que será cada vez pior)e será o povo a pagar os luxos das origens das despesas.
Até quando o BOM POVO estará disposto a alimentar estes parasitas, esta máquina poluidora e infecciosa, destruidora da vida dos nossos netos, que não emigrarem???
Temos que ir além de «ficar à espera que o povo reaja», como muitos costumam dizer. O POVO somos todos nós, cada um de nós, e não podemos deixar de gritar contra as injustiças que nos devoram a última molécula de energia.
Abraço
João
Veja-se a notícia da SIC notícias em que o FMI diz que é preciso diminuir a despesa, manter as apertadas restrições orçamentais nas empresas públicas e reduzir os custos das parcerias público-privadas.
Não consegui aínda perceber como atribuiram a Vitor Gaspar, características de especialista em macroeconomia e política económica. A meu ver é como diz um operador de calculadora, que não tem capacidade analítica, nem ideia nenhuma do funcionamento da economia real. Acho sinceramente que atingiu lugares de topo, por via da política, dos apadrinhamentos e amizades e demonstrou ser um excelente colaborador do FMI, por precisamente ser um pau-mandado ao serviço dos grandes interesses financeiros, tal como Vitor Constâncio.
O lugar de professor na Universidade Católica, claro só mesmo no privado lho poderiam oferecer, como disse a reitora da universidade, foi contratado pela necessidade de imagem que anda pelas horas da amargura nas instituições privadas.
Caro Vítor Simões,
É realmente espantoso como um país é colocado na «posse» de pessoas de tanta insensibilidade e de duvidosa competência, para não dizer moralidade.
Tem o desplante de dizer que «é preciso diminuir a despesa, manter as apertadas restrições orçamentais nas empresas públicas e reduzir os custos das parcerias público-privadas.» Mas logo dizer que isso não «é fácil e cria muita oposição de sectores poderosos, dos tais que puxam os cordelinhos que fazem agir os governantes. Estes não passam de marionetes nas mãos dos detentores de poderes adquiridos que nenhum governante tem a coragem de cortar. Mas não lhes falta a cobardia de sacarem todas as energias aos portugueses em geral, que até constituem a maior parte dos eleitores e lhes farão a vida negra nas próximas eleições. Estão a fazer uma eutanásia discreta aos portugueses mais carentes, à própria classe média, que perde aquilo que tem, aos reformados e pensionistas aos e trabalhadores que vão ficando no desemprego.
Com governantes assim, Portugal não precisa de inimigos externos e é por isso que o MDN está a destruir as Forças Armadas. Mas terão que ser criadas polícias de facínoras para eliminar todos os que não têm capacidade de produzir e são um «peso» para o Estado desumano que estão a formar.
Isto já não se endireita com milagres, exige acção adequada.
Abraço
João
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