Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,
Define com perfil e ser
Este fulgor baço da terra
Que é Portugal a entristecer -
Brilho sem luz e sem arder,
Como o que o fogo-fátuo encerra.
Ninguém sabe que coisa quer.
Ninguém conhece que alma tem,
Nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ânsia distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro...
É a Hora!
Fernando Pessoa 10/12/1928
5 comentários:
Lindo, bezz.
Grande poema.
Abraços.
OLá beezz,o Fernando tem poemas fantásticos...e nunca estiveram tão actuais!
Será por isso que bebia uns canecos e se suicidou?
Pena...
abraço
Mário
Será?
Abraços amigo Relvas
Pessoa sempre actual!
(...) "É hora!"
Mas a hora não chega. Pois, enquanto houver brilho sem luz e sem arder....
Sempre actual e a tentar despertar quem dorme!
José Faria
Vem bem a propósito, do que se passa neste cantinho à beira-mar plantado!
O Durão, agora já trocou de opinião outra vez, agora já critica os promotores das guerras... será que o homem se quer candidatar a Prémio Nobel da Paz? A esposa bem que o baptizou de "Cherne", o homem joga para o lado que lhe convém, não mantém uma linha coerente.
Como ele a deriva, anda a nossa "classe" política! Desclassificados!!!
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