01 setembro 2007

Só 30% mantêm poder de compra em 2008

Com este título, o DN lança um balde água fria e suja ao rosto dos portugueses que há mais de dois anos não param de apertar o cinto, embora vejam uns tantos privilegiados, por norma ligados à política, a usufruir de regalias, pensões milionárias acumuladas, etc. que aumentam sem controlo. Os bancos, seguradoras, empresas de serviços essenciais e outras empresas com dinheiros públicos, não se coíbem de publicar lucros crescentes, que demonstram a exploração despudorada dos clientes.

Em 2008, a actualização das pensões deverá rondar os 2,3%, se as previsões do Banco de Portugal quanto à evolução do Produto Interno Bruto (PIB) e da inflação estiverem correctas (é de notar que as previsões do BP, embora com rigor de vários decimais, muito raramente se mantêm sem alteração mais de um mês!), mas apenas 30% dos reformados do Estado têm neste momento garantida a manutenção do seu poder de compra em 2008. Trata-se dos aposentados que recebem pensões inferiores a cerca de 600 euros e que, de acordo com as novas regras publicadas ontem em Diário da República, terão uma actualização salarial idêntica à evolução da inflação. Os outros terão que reduzir a sua alimentação, o que para alguns talvez tenha a vantagem do combate à obesidade!

Entretanto, continuamos a ver passar nas ruas modernos carros de alto preço! O que pretende o Governo fazer para reduzir as injustiças sociais? Como reduzir as desigualdades entre ricos e pobres? Encontrando-se todos os ex-políticos no lote dos mais ricos, estarão os governantes realmente interessados na redução das desigualdades, pondo em risco as suas perspectivas de futuro?

Estes são apenas pontos de reflexão para os intervalos do futebol, das telenovelas e das notícias dos milionários interessados na luta pelo poder dentro do BCP Millenium!!!

9 comentários:

Anónimo disse...

O "sistema", nunca esteve bem!!!
Teve altos e baixos, dependendo sempre dos balões de oxigénio - o que havia em caixa, FMI, CEE/UE!!!
Com toda a razão, nunca nenhum político(!!!) apareceu na esquina, a pedir uma esmolinha..., por favor!

A. João Soares disse...

Ninguém consegue milagres. Não se consegue distribuir riqueza que não foi criada. É, por isso, indispensável desenvolver a economia, para gerar riqueza.
Mas seria mais justo, e é possível, criar condições tendentes a reduzir a diferença entre os muito ricos e os muito pobres.
O povo deve estar alertado para este fenómeno de que tem sido vítima, para criticar todos os atropelos à justiça social, a fim de se acabar com os casos escandalosos.
Abraço
Do Miradouro

Maria Faia disse...

Amigo João Soares,

Há quantos anos vai baixando o nosso poder de compra?...
Será que já lhe perdemos o conto? Talvez... Mesmo com os aumentos salarias que ultimamente têm sido "concedidos", os valores da inflacção tudo têm superado...
Portugal tem sido governado, desde há muitos anos, por políticos cujas medidas têm visado não o crescimento e verdadeiro desenvolvimento do país mas sim a vitória política em futuros actos eleitorais.
Finalmente, parece que a malfadada inflacção está a baixar e, claro, todos esperamos que os efeitos dessa diminuição se façam sentir nos salários dos trabalhadores, bem como numa melhor e mais justa redistribuição social.

Um abraço e Bom Fim de Semana.

A. João Soares disse...

Cara Maria Faia.
As suas palavras traduzem uma boa visão das realidades que fazem sofrer a população. Eticamente, o papel dos governantes é aumentar a felicidade dos cidadãos em geral. Mas na realidade, pensam amarrotar os rivais na corrida ao poder e procurar a cada momento ganhar as próximas eleições.
O povo que se lixe. Sugiro que passe os olhos pelo post sobre a GNR em Do Mirante em cujos comentários transparece a confusão com que se é tentado a analisar a questão.
Sem análises isentas e orientadas para a população e os interesses nacionais, Portugal não pode avançar. Nada melhora, em termos globais, se passarmos o tempo a discutir os interesses menores de grupos de pressão, perdendo a visão de conjunto, com racionalidade.
Um abraço

Beezzblogger disse...

Um bom texto, saúdo-o por isso caro A João Soares, a frontalidade, e a análise estão patentes neste texto.

Mas se Portugal quer andar para a frente, tem de ter uma classe média capaz do poder de compra, senão de que adianta querer-mos impulsionar a economia se retiramos poder de compra todos os dias a esta classe pagadora?

Um país de Ricos e Pobres, sem classe média é um país falido, pois o Rico foge a sete léguas de pagar os seus impostos, e o pobre pouco tem para pagar.

Acordemos deste pesadelo, e lute-mos todos em prol de melhores salários, melhor justiça social, melhor educação, melhores condições de saúde e combate ao fraudulentos capitalistas que quando ameaçam ir-se embora deixando no desemprego milhares de pessoas, com vista a deslocarem-se para outro país, como fez o Belmiro de Azevedo, e eu pergunto:

Em que país, o Sr. Belmiro irá praticar as políticas empresariais, e de sangussuga, e fuga físcal, como o tem vindo a fazer no nosso, em Espanha? Na França? No Reino-Unido? Ou nos paíes de leste?

Não o creio, apenas ameaça, pois sabe dos compadrios deste e de outros governos que o tem sustentado na vigarice.

Quem diz este exemplo, serve o mesmo para TODOS os quantos CAPITALISTAS, bancários ou não, deste jardim à beira-mar MAL Plantado.

Abraços do beezz

A. João Soares disse...

Caro Beez,
É como muito bem diz, é utópico esperar o desenvolvimento do país sem uma classe média com poder de compra para servir de consumidor ao que a indústria produz. Sem comércio a economia more. A classe média deve sair de entre os mais pobres, dando aos mais condições para melhorarem as suas vidas. É necessário apoiar os que mostram iniciativa para criarem pequenas ou médias actividades que contribuam para dar emprego e criar produtos necessários ou para exportar.
Os lucros exagerados são imorais e resultam em maior pobreza daqueles que já têm pouco.
Mas os governantes querem estar d bem com os ricaços porque serão eles a darem-lhes tachos quando saírem do poder, como se tem visto com a Somague, a Portucale e outros casos.
Um abraço
Do Miradouro

Pacheco-Torgal disse...

http://veg-tv.info/Earthlings

Francisco o Pensador disse...

Sr João Soares,concordo com o essential,mas não posso deixar de chamar a sua atenção para o facto de que a mioria dos carros de alta cilindrada que vemos passar na rua,são de pessoas que ganham o rendimento minimo garantido.

Por isso,se formos a falar em desigualdades sociais,primeiro é necessário saber definir a palavra..

A. João Soares disse...

Caro Pensador,
Tem razão. Hoje há fontes de rendimento muito diversificadas!!!
Por vezes, a comunicação social refere-se a elas...
Um abraço

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Atribuído Pela nossa querida amiga e colaboradora deste espaço, a Marcela Isabel Silveira. Em meu nome, e dos nossos colaboradores, OBRIGADO.

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