O secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação português no fim de uma visita a Timor-Leste afirmou que os cooperantes portugueses naquele país, "sobretudo os professores", passarão em breve a ter cursos de tétum antes de iniciar a sua missão.
O referido governante salientou que a formação em tétum será importante "para ajudar os professores a resolverem melhor os problemas dos formandos". Sublinhou, no entanto que a obrigatoriedade dos cursos de tétum não resulta de uma avaliação negativa do relacionamento dos cooperantes com as populações, pois, "de forma geral, os portugueses conseguem fazer-se entender em português, ou directamente, ou porque num grupo de quatro ou cinco pessoas há sempre alguém que pode fazer de intérprete."
Quer dizer que o próprio governante não vê necessidade nessa aprendizagem pelos cooperantes. Com efeito, antes de ser decidida a língua oficial do País, foi posta de lado o tétum, por ter pouca capacidade de incentivar as relações internacionais, havendo dúvidas entre o Inglês e o português, e acabaram por ter escolhido este mais por razão sentimental do que por utilidade prática.
Esta atitude do secretário de Estado acaba por ser um recuo em relação a essa discussão no início da vida do país independente. Reduz-se assim o interesse em aprender uma língua mais cosmopolita, por deixar de ser necessária na vida quotidiana.
O facto de as pessoas terem de saber um pouco de português para poderem contactar com os cooperantes era um estímulo forte para a aprendizagem da língua, que assim desaparece.
O referido governante salientou que a formação em tétum será importante "para ajudar os professores a resolverem melhor os problemas dos formandos". Sublinhou, no entanto que a obrigatoriedade dos cursos de tétum não resulta de uma avaliação negativa do relacionamento dos cooperantes com as populações, pois, "de forma geral, os portugueses conseguem fazer-se entender em português, ou directamente, ou porque num grupo de quatro ou cinco pessoas há sempre alguém que pode fazer de intérprete."
Quer dizer que o próprio governante não vê necessidade nessa aprendizagem pelos cooperantes. Com efeito, antes de ser decidida a língua oficial do País, foi posta de lado o tétum, por ter pouca capacidade de incentivar as relações internacionais, havendo dúvidas entre o Inglês e o português, e acabaram por ter escolhido este mais por razão sentimental do que por utilidade prática.
Esta atitude do secretário de Estado acaba por ser um recuo em relação a essa discussão no início da vida do país independente. Reduz-se assim o interesse em aprender uma língua mais cosmopolita, por deixar de ser necessária na vida quotidiana.
O facto de as pessoas terem de saber um pouco de português para poderem contactar com os cooperantes era um estímulo forte para a aprendizagem da língua, que assim desaparece.
2 comentários:
Meu Caro João Soares, compreendo o que quer dizer no texto, a língua materna de Timor seria o Português, em contrapartida, a população deste pequeno, e mais recente país, fala na sua esmagadora maioria o tétum, logo, na minha maneira de ver, a ideia está certa, a prática é que será desastrosa se não for acompanhada, quer pelos nossos governantes, quer pelos de Timor.
Mas não deixa de ser pertinente, que, se esse for o objectivo, o ensino do tétum aos professores e cooperantes, seja um meio de maior aproximação e não de afastamento.
Abraço do Beezz
Cao Beezz,
Compreendo a sua opinião. É uma realidaee e não é fácil alterá-la com rapidez. Mas o esforço de ajuda deve ser no sentido de os timorenses terem melhor acesso a línguas de maior expansão. Ao comum dos mortais chegam instruções de aparelhos, de remédios e de muita coisa que é difícil e muito caro serem traduzidas para tétum. Quando foi discutida a língua que seria a oficial, pensei que se inclinassem para o inglês muito falada na área (Austrália e Nova Zelândia). E isto é tão mais importante porque Timor não pode viver só, precisando de muitos contactos com o exterior.
Se os cooperantes falarem bem o tétum as populações sentem menos interesse em aprender o português, têm menos incentivo para isso.
Um abraço
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