Apesar das anunciadas reduções do IVA (Imposto sobre o valor acrescentado) e de aumentos de salários em 2009 e de outros benefícios devidos «ao desafogo criado pelas medidas concretas sensatas e eficazes do actual Governo» (serão mais ou menos estas as palavras a usar na justificação!) é notório que os políticos no poder temem não alcançar a melhor posição na contagem dos votos nas próximas legislativas. Um dos indícios desse receio, talvez pânico, é a consolidação de benefícios aos políticos, o aumento de outros e a criação de novos. Situa-se neste âmbito o aumento orçamentado das despesas dos políticos em viagens e estadas (Ver Correio da Manhã de hoje). Dizia o humorista brasileiro Milôr Fernandes: «roubem já porque amanhã poder vir a ser proibido». Os nossos eleitos, na expectativa de não continuarem no poleiro por mais mandatos, procuram, sem vergonha nem pudor, sacar o máximo dos dinheiros dos nossos impostos.
O argumento do défice que, se existia, deveu-se apenas a erros de governação, serviu principalmente de pretexto para nos obrigarem a apertar o cinto sem a mínima hesitação e com desumana insistência, a fim de eles poderem gozar de todos os benefícios como se estivessem num país em que todos os cidadãos fossem ricos e felizes, à custa de abundantes recursos naturais nacionais. Parecem senhores feudais servindo-se lautamente daquilo que há, sem pensarem nos servos que passam fome.
A clareza destas atitudes autoritárias, exploradoras, contrariam as esperanças que o povo alimentou após a revolução de 25 de Abril. Fazem recordar a frase do artista Camilo de Oliveira «Tomem que é democrático!» Pobre povo resignado, mais apático do que o de Myanmar, do Tibete o do Paquistão, só semelhante em moldes actuais ao da Venezuela. Quando acordará? Qual a força da onda explosiva de tanto sofrimento recalcado? Quando a pressão dentro da marmita se torna demasiado elevada, a explosão poderá ser catastrófica, o que poderá ser grave. A história nacional mostra que as revoluções violentas do século passado não melhoraram a substância da vida do País, continuando tudo cada vez mais nauseabundo (tal pântano referido por um ex-PM, ou a tanga que outro citou). Mas parece não existir um obreiro competente para operar a mudança pacífica que leve o nosso desenvolvimento ao nível dos nossos parceiros europeus.
O argumento do défice que, se existia, deveu-se apenas a erros de governação, serviu principalmente de pretexto para nos obrigarem a apertar o cinto sem a mínima hesitação e com desumana insistência, a fim de eles poderem gozar de todos os benefícios como se estivessem num país em que todos os cidadãos fossem ricos e felizes, à custa de abundantes recursos naturais nacionais. Parecem senhores feudais servindo-se lautamente daquilo que há, sem pensarem nos servos que passam fome.
A clareza destas atitudes autoritárias, exploradoras, contrariam as esperanças que o povo alimentou após a revolução de 25 de Abril. Fazem recordar a frase do artista Camilo de Oliveira «Tomem que é democrático!» Pobre povo resignado, mais apático do que o de Myanmar, do Tibete o do Paquistão, só semelhante em moldes actuais ao da Venezuela. Quando acordará? Qual a força da onda explosiva de tanto sofrimento recalcado? Quando a pressão dentro da marmita se torna demasiado elevada, a explosão poderá ser catastrófica, o que poderá ser grave. A história nacional mostra que as revoluções violentas do século passado não melhoraram a substância da vida do País, continuando tudo cada vez mais nauseabundo (tal pântano referido por um ex-PM, ou a tanga que outro citou). Mas parece não existir um obreiro competente para operar a mudança pacífica que leve o nosso desenvolvimento ao nível dos nossos parceiros europeus.
2 comentários:
Um grande abraço, amigo João Soares. Quero felicitá-lo pela oportunidade deste post. Na verdade a caça ao voto já começou! O grande problema deste governo, é que o Povo, já atingiu a maioridade política e não perdoa erros, imbróglios e mentiras. Mas a retórica política, já não engana ninguém! O défice e a preocupação sobre o controlo do mesmo, só serviu, para nos colocar aínda pior. A opção política e técnica é muito pobre e discutível. Na verdade, no final da legislatura, o défice está controlado, mas temos a economia estagnada, desemprego e vamos voltar ao mesmo "filme" novamente. Novos endividamentos, para recuperar o atraso e novos e continuados apertos de cinto... tudo isto é uma miragem!
Atentemos, no que se passa actualmente na Alemanha, os alemães já arrepiaram caminho, deixando de lado a obcessão do défice, e os resultados já estão à vista!
Um abraço
Mas o problema é bem mais vasto, é um problema de competência e seriedade que assola infelizmente a nossa classe política. Se não ganhar o PS, ganhará o PSD, este com ou sem coligação PSD/CDS, pois é certo e sabido que NÓS é que somos os culpados desta vergonha.
O Povo, é um sado-masoquista nato.
Mas eu já o disse e reafirmo, que há muito tempo que não existe PS nem PSD, pois são farinha do mesmo saco, deixam os tachos de uns para os outros, de que serve as eleições encapotadas com sondagens fictícias encomendadas pelos políticos que se auto promovem nessas mesmas sondagens?
Então, a mais credível das sondagens para a Câmara de Lisboa era liderada pelo nada mais nada menos, o Dr. Ricardo Costa, irmão do que foi eleito.
Palhaçada geral, é fartar vilanagem, salve-se quem poder, nem que para isso se corrompa os incorruptíveis encapotados. Bandalhos.
Muito mais havia a dizer, as já não tenho termos correctos no ponto de vista da fala e da escrita para descrever esta cambada.
Abraços do Beezz
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