O que eu sei,
É da tez descuidada
Que esconde a maciez do sonho,
Do olhar fecundo
Que não entende e é surdo,
Da esperança calcorreada
Que segundo a segundo
Se dilui entre o nada
Perante o olhar do mundo.
O que eu sei,
É da vida e sobre a vida
Que no limiar da pobreza
Adormece cativa
Da dignidade que alberga.
E da parte da história
Que vejo não consigo
Alterar-lhe a trajectória...
Desenhar-lhe o sentido!
6 comentários:
Bom dia Ana Martins
Que maravilha nesta manhã encontrar este poema seu. Que mensagem e que reparos neste tempo que nos escorre dos dedos.
Difícil captar esses sentimentos de uma forma tão sublime e tão rica numa mensagem actual.
Ana,
difícel descrever o que senti ao ler o teu poema.
Sentimento partilhado,obrigada.
Um bom final de semana,junto aos teus.
Linda Simões
Lindo poema Ana, consegues em palavras bonitas e bem colocadas transmitir em pleno uma mensagem de alerta e lembrança. O mundo nem sempre é visto a cores, e este é um tema recorrente, discutido falado, mas que continua sem solução. A impotência que sentimos perante o flagelo da pobreza, que teima em não ser erradicada por inoperacionalidade política e por egoísmo de quem pode.
Os actuais números sobre a pobreza em Portugal colocam o país entre os países da União Europeia onde existe um maior fosso entre pobres e ricos. Em 2005, um terço da população activa portuguesa (entre os 16 e os 64 anos) vivia com um rendimento de cerca de 360 euros por mês, ou seja, no limiar da pobreza.
Mana tem um bom fim de semana, beijos para todos, um abraço ao Mário.
Querida cunhada, já não sei qual o meu preferido dos seus poemas. Parece que cada novo poema, é meu preferido, rsrsssss.
Gostei imenso deste, sobretudo pelo conteúdo da mensagem. A riqueza está mal distribuida, uns com tudo outros sem nada. O fechar os olhos à pobreza, é contribuir para o aumento da exlusão e perpectuar a pobreza nas gerações vindouras.
Tenha um bom fim de semana.
Beijinho
Sim, nem tudo são flores, nem todos tratam a questão humana com carinho, há muito sofrimento no mundo. Parabéns pela postagem, parabéns por levantar esta questão que não pode mesmo andar esquecida debaixo dos tapetes das salas.
Abraço do Jefhcardoso do http://jefhcardoso.blogspot.com onde andei falando de futebol, mas já falei antes de tantas coisas...
Olá Ana!
Eu, que por vezes digo coisas... agora, não sei o que dizer.
O sentimento, quando é honesto e honrado, deixa-nos impotentes. Afinal, quem somos nós, de facto? Ao ver e sentir a realidade aqui expressa chega, a cada um de nós, um fio de impotência interior que, por muito queiramos esconder ou omitir, jamais conseguimos ser donos, ainda que muitos digam o contrário, do nome humanidade.
Brilhante poema, Ana, brilhante!
Estou estupefacto! Não por estar tremer ao ler este teu trabalho mas, por o que ele nos transmite uma realidade que, quantas vezes, nós por pobreza de espírito, ambição ou comodidade, não queremos lutar contra ela.
Não sei, Ana, não sei…
Abraço do tamanho do Mundo!
David Santos
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