Por Lucas Carré
Foto: wehavekaosinthegarden.blogspot.com |
O Estado vai passar a controlar todas as operações efectuadas nos Terminais de Pagamento Automático ( TPA), segundo uma portaria publicada esta semana no Diário da República. Ou seja, a partir de agora, os bancos vão ser obrigados a comunicar às finanças todos os pagamentos realizados, seja em restaurantes, boutiques, hotéis ou «casas de meninas»… ninguém fica de fora, nesta sanha persecutória que leva o Estado a ficar a par dos passos seguidos pelos seus cidadãos contribuintes.
Já tínhamos o caso dos Serviços Secretos a interessarem-se pelas chamadas telefónicas efectuadas pelos jornalistas, a mordaça imposta a quem ousou pôr em causa um programa da TV pública panegírico das excelsas virtudes da «democracia» angolana, de ter havido um primeiro-ministro a telefonar para as redacções dos jornais a tentar impedir a publicação de notícias que lhe eram adversas, de profissionais da CS afastados dos seus cargos (alguns de direcção) ou bloguistas alvo de perseguições por ousarem criticar ou se terem tornado empecilhos ao porem em causa a carreira académica de um governante. Faltava esta «cereja» em cima do bolo democrático: a vigilância sobre as nossas compras, os lugares que frequentamos, quanto e com quem gastamos a «massa» objecto do olho clínico do Fisco, aqui transformado no «Big Brother Gaspar» ou do inefável Relvas.
Mas para compor o «ramalhete» da «espionite goebbeliana», faltava a proposta apresentada também esta semana pela coligação PSD/CDS permitindo que os titulares de cargos públicos possam vir a ser sujeitos a escutas telefónicas caso impenda sobre os mesmos as suspeitas de terem enriquecido de forma ilícita.
Já tínhamos o caso dos Serviços Secretos a interessarem-se pelas chamadas telefónicas efectuadas pelos jornalistas, a mordaça imposta a quem ousou pôr em causa um programa da TV pública panegírico das excelsas virtudes da «democracia» angolana, de ter havido um primeiro-ministro a telefonar para as redacções dos jornais a tentar impedir a publicação de notícias que lhe eram adversas, de profissionais da CS afastados dos seus cargos (alguns de direcção) ou bloguistas alvo de perseguições por ousarem criticar ou se terem tornado empecilhos ao porem em causa a carreira académica de um governante. Faltava esta «cereja» em cima do bolo democrático: a vigilância sobre as nossas compras, os lugares que frequentamos, quanto e com quem gastamos a «massa» objecto do olho clínico do Fisco, aqui transformado no «Big Brother Gaspar» ou do inefável Relvas.
Mas para compor o «ramalhete» da «espionite goebbeliana», faltava a proposta apresentada também esta semana pela coligação PSD/CDS permitindo que os titulares de cargos públicos possam vir a ser sujeitos a escutas telefónicas caso impenda sobre os mesmos as suspeitas de terem enriquecido de forma ilícita.
Bem se vê no que pode desbundar tantas preocupações draconianas, atentatórias das mais elementares regras de um estado democrático visando atitudes altruístas de combate á criminalidade: a organização de ficheiros pessoais nas mãos de uma minoria, possíveis actos de chantagem politico e económica ( e até de cariz sexual, sabemos de casos desses no passado, envolvendo altas figuras do Estado, outrora tão tonitruantes e que agora parecem autênticos cordeirinhos…).E, entretanto, enquanto se pariu toda esta legislação em catadupa, grandes figurões que gozam de amplas e imperscrutáveis protecções depois de condenados em Tribunal a pena de prisão (não é só o Isaltino, há mais…) continuam por aí a passear-se, impantes, gozando e servindo-se do sistema. Ao pé destas «virtualidades» do chamado Estado Democrático, a PIDE, os seus agentes, informadores, «bufos» e rede clientelar mais parecem uns autênticos «meninos de coro».
in Crime digo Eu 03/02/2012
in Crime digo Eu 03/02/2012
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