A celebração da Primavera
Muito antes de ser uma festa cristã, o que se celebrava no momento da Páscoa era o anúncio do fim do Inverno e a chegada da Primavera.
Para os antigos, festejar a Primavera (tal como a Páscoa) sempre representou a alegria da passagem de um tempo escuro e triste para um mundo iluminado, de vida nova na Natureza. Era como que renascer.
A palavra "páscoa" vem do hebreu "pessah" e significa "passagem", "mudança", refere-se ao êxodo do Egipto de Moisés.
Nesta estação do ano, os antigos povos pagãos europeus homenageavam Ostera, ou Esther.
Ostera era a Deusa da Primavera, que segurava um ovo na mão. A deusa e o ovo eram símbolos da chegada de uma nova vida.
Ostera equivale, na mitologia grega, a Perséfone. Na mitologia romana, era Ceres.
Estes antigos povos comemoravam a chegada da Primavera decorando ovos. Mas o costume de os decorar para dar de presente na Páscoa surgiu na Inglaterra, no século X.
O rei Eduardo I tinha o hábito de banhar ovos em ouro e oferecê-los aos seus amigos e aliados.
Acreditava-se que receber ovos pintados trazia boa sorte, fertilidade, amor e fortuna.
A oferta de ovos manteve-se até hoje e de várias formas.
A Páscoa cristã
Para entender o significado da Páscoa cristã, é necessário recordar que muitas celebrações antigas foram integradas nos acontecimentos relacionados com Cristo.
A festa da Páscoa refere-se à última ceia de Jesus com os Apóstolos, a sua prisão, julgamento e condenação à morte, seguida da sua crucifixão e ressurreição.
A celebração começa no Domingo de Ramos (quando Jesus entra em Jerusalém e é aclamado com ramos de palmeira) e acaba no Domingo de Páscoa (com a Ressurreição de Cristo): é a chamada Semana Santa.
A data da Páscoa foi fixada pela Igreja no ano 325, de modo a "cair" no domingo mais próximo da primeira Lua Cheia do mês lunar que começa com o equinócio da Primavera.
Com esta definição, a data da Páscoa varia de ano para ano, sendo, em limite, entre 22 de Março e 25 de Abril, transformando a Páscoa numa festa "móvel".
A Páscoa judaica
Em hebraico, existe a "Pessah", a chamada "Páscoa Judaica", que começou a celebrar-se há cerca de 3 mil anos, quando os hebreus iniciaram o "êxodo" (a viagem de libertação do seu povo, pela mão de Moisés, depois de serem escravos do Egipto durante 400 anos).
Comemoravam assim a passagem da escravidão para a libertação.
A comemoração inclui (entre outras coisas) uma refeição, onde se come o Cordeiro Pascal, pão sem fermento (o "matzá"), ervas amargas e muito vinho.
Desejo a toda a Blogosfera uma Páscoa Feliz
Síntese - Yeshua ben Yoseph - Profeta, que muitos dizem ser o Messias
6 comentários:
Amigo Ludovicus Rex,
Obrigado por esta lição, muito interessante e que merece ser devidamente meditada pelos cristãos e pelos que o não são. A Páscoa cai no domingo a seguir à primeira lua cheia após o equinócio, e não no «mais próximo».
Quando os filósofos e pensadores da época criaram a religião cristã tiveram o bom senso, ou não fossem filósofos, de não ir contra as tradições vigentes e de darem aos rituais populares um significado diferente, embora não muito. E, assim fizeram nascer o seu ídolo, Jesus, na época das festividades do solstício do inverno e morrer na altura das festividades da primavera, do renascer da Natureza (ressurreição).
A católicos praticantes daqueles que recitam os prontuários do catecismo e participam regularmente na parte espectacular dos rituais, perguntei quanto viveu Jesus. A resposta foi 33 anos, mas não souberam dizer quantos meses ou dias mais. Seria impossível tal precisão pois a celebração da Paixão de Jesus é uma festa móvel, podendo variar de cerca de 28 dias.
Mas a generalidade das pessoas recusam aceitar que uma religião é um assunto virtual. Deus não é materializado por medidas e pesos. As pessoas têm necessidade de Deus, um deus que existe dentro do nosso espírito, à medida das nossas dúvidas, ansiedades, ambições, receios, princípios éticos etc. A própria religião diz que Deus está no céu, na terra e em toda a parte. Está dentro de nós, é nosso, à nossa medida. Mas as religiões vivem de manifestações de massa, de espectáculo, e, para isso, exploram a nossa credulidade. Isto não é defeito nem virtude de uma ou de outra, é de todas e é isso que os partidos políticos em democracia procuram imitar, com os comícios e outras manifestações.
Desejo que tenha uma Páscoa Feliz, ou uma festividade da Primavera muito alegre.
Abraços
A. João Soares
Amigo Soares, Obrigado ao complemento ao meu post. Deveria colocar a sua versão, que está muito boa no blog. Posso pôr o seu escrito no Momentos e documentos como complemento?
Diga-me alguma coisa. Um Abraço e Boa Páscoa
Caro Ludovicus Rex,
Pode utilizar este texto no seu blog.
Quanto a eu o publicar no meu, é assunto que não me está a entusiasmar. Precisava de alguns retoques e, por outro lado, pelo Natal, emiti uma opinião semelhante que esperava ter contestação dos católicos mais fervorosos, mas não houve comentários, nem a favor nem contra.
Estou a formar uma opinião sobre a forma como as pessoas temem dar o seu parecer. Sobre o receio de opinar, sugiro a leitura do comentário que coloquei em «Democracia em Portugal?» no post «Demita-se Sr. «Eng» Sócrates»
Um abraço
O quadro é belo... a Páscoa cristã não me diz nada.
Excelente post, Luduvicus e parabéns ao Joao Soares, pelo excelente complemento de comentário.
Boa Páscoa para todos, sobretudo no espírito da mesma.
Um abraço
A Páscoa é uma festa cristã que celebra a ressurreição de Jesus Cristo. Depois de morrer na cruz, seu corpo foi colocado em um sepulcro, onde ali permaneceu, até sua ressurreição, quando seu espírito e seu corpo foram reunificados. É o dia santo mais importante da religião cristã, quando as pessoas vão às igrejas e participam de cerimônias religiosas.
Muitos costumes ligados ao período pascal originam-se dos festivais pagãos da primavera. Outros vêm da celebração do Pessach, ou Passover, a Páscoa judaica. É uma das mais importantes festas do calendário judaico, que é celebrada por 8 dias e comemora o êxodo dos israelitas do Egito durante o reinado do faraó Ramsés II, da escravidão para a liberdade. Um ritual de passagem, assim como a "passagem" de Cristo, da morte para a vida.
No português, como em muitas outras línguas, a palavra Páscoa origina-se do hebraico Pessach. Os espanhóis chamam a festa de Pascua, os italianos de Pasqua e os franceses de Pâques.
Nossos amigos de Kidlink nos contaram como se escreve "Feliz Páscoa" em diferentes idiomas. Assim:
http://aromasdeportugal.blogspot.com/2007/04/o-significado-da-pscoa.html
A festa tradicional associa a imagem do coelho, um símbolo de fertilidade, e ovos pintados com cores brilhantes, representando a luz solar, dados como presentes. A origem do símbolo do coelho vem do fato de que os coelhos são notáveis por sua capacidade de reprodução. Como a Páscoa é ressurreição, é renascimento, nada melhor do que coelhos, para simbolizar a fertilidade!
Com um abraço a todos os comentadores e ao ludo.
MR
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