«Se há uma catástrofe em qualquer lado, aparecem logo países a querer ajudar, mas um ano depois a ajuda ainda não chegou. Como é possível demorar-se tanto a disponibilizar dinheiro para uma emergência e agora, de repente, saltam milhões? Onde estavam? O dinheiro apareceu para salvar vidas? Não: apareceu para salvar bancos. E dizem que sem bancos isto não funciona.»
Estas palavras-foram proferidas pelo Nobel da Literatura José Saramago, na apresentação do filme baseado no seu livro “O ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA”, a propósito da crise financeira. E não podia estar mais coberto de razão.
De facto, é absolutamente paradoxal, esta discrepância na atitude dos governos entre estas duas situações. Para fazer face à miséria, à fome, às dificuldades das pessoas mais necessitadas, não há dinheiro. Ou então, demora uma eternidade a aparecer. Na maioria dos casos, só aparece às minguas, e quando esses milhões e milhões de pessoas, já morreram de fome. Para socorrer os bancos das suas próprias asneiras, apareceu imediatamente.
É efectivamente uma situação para todos reflectirmos.
Mário Margaride
1 comentário:
O José Saramago sempre esteve certo, como a "cassete" do PCP, de à 30 e tal anos a esta parte que falam sempre no mesmo, algumas vezes com mais "molho" e outras menos exacerbadamente, mas sempre tiveram razão, e eu sempre lha dei, aliás à 18 anos que a dou, agora sei estar certo em confiar na sua ideologia.
Mas isto ainda vai piorar, andam a tapar o sol com a peneira, "para Inglês ver", mas um dia vamo-nos revoltar a sério, acredito que sim.
Abraços amigo Mário, do Beezz
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