Escrito por Miguel Urbano Rodrigues, este texto, para os mais incautos, reflecte bem o que estamos a viver e o que por aí virá, só nos resta aguardar, e rezar, para que a fome não seja uma certeza. Vale a pena ler com atenção.
Miguel Urbano Rodrigues - 01.10.08
A rejeição pela Câmara dos Representantes dos EUA do plano de salvamento do sistema financeiro proposto pelo governo Bush, aos candidatos à Presidência e às lideranças do Congresso ampliou muito a gravidade da crise do capitalismo. O afundamento das bolsas europeias e asiáticas acompanhando o pânico de Wall Street (o Dow Jones, num recorde histórico, caiu 6,98 %) conferiu à crise estadounidense proporções mundiais.
A um apelo desesperado da elite do poder politico os deputados da União responderam com um voto também de desespero. A recusa não foi determinada por respeito ao povo, nem sequer pelas vítimas do caos implantado no sistema bancário. Os motivos do Não dos legisladores são tão pouco éticos como os dos senhores que lhes imploravam a aprovação de 700 mil milhões de dólares destinados sobretudo a comprar à banca créditos podres, as famosas hipotecas dos subprimes.
Em vésperas de eleições para renovação dos seus mandatos, a maioria dos representantes – sobretudo os republicanos –, teme ser punida nas urnas se aprovar um plano que oferece o dinheiro dos contribuintes aos bancos responsáveis pelo desastre e ignora a situação angustiosa de 10 milhões de compatriotas em risco de perder as suas casas.
Do outro lado, Bush, Obama, McCain, Bernanke, Paulson, Pelosi e as estrelas da finança recorrem a uma retórica farisaica no seu esforço para evitar um estouro do sistema bancário que ameaçaria a sobrevivência do sistema capitalista.
O grupo elaborará agora, com urgência urgentíssima, uma nova proposta e vai renegociar a sua aprovação com a Câmara dos Representantes (no Senado tudo será mais fácil). As mudanças no texto serão, tudo o indica, cosméticas, porque o SIM dependerá de promessas e favores que não serão tornados públicos.
O medo que alastra em Washington e nos meios políticos e financeiros europeus justifica-se. A crise avança como um iceberg à deriva no qual a parte submersa, a principal, não é visível. A cadeia de falências adquiriu um ritmo assustador. Na segunda-feira, a do Wachavia, o quarto banco dos EUA, foi evitada através da compra parcial desse gigante (com uma carteira de empréstimos no valor de 312 mil milhões) pelo Citigroup.
Segundo a Agência Reuters, a Reserva Federal-FED está a emprestar à banca diariamente dezenas de milhares de milhões de dólares em decisão perigosa que coloca em risco o seu próprio futuro.
Na Europa, uma operação de socorro montada pela Holanda, Bélgica e Luxemburgo, salvou o Fortis. No Reino Unido, o Estado nacionalizou o Bradford & Bingley. O terramoto bancário até na Islândia se fez sentir (nacionalização do Glitnir).
Autoridades financeiras francesas e alemãs afirmaram no início de Setembro que a crise afectaria pouco a união Europeia porque a banca europeia estava mais protegida do que a dos EUA. Ingenuidade ou bazófia? Nos últimos dias os governos do Reino Unido, da França, da Alemanha, da Bélgica, da Holanda, da Dinamarca, da Islândia, do Luxemburgo tiveram de intervir em operações de salvamento que custarão mais de 70 mil milhões de euros. O Banco Central Europeu injectou mais 120 mil milhões de euros no sistema bancário para aumentar a liquidez.
Como era de esperar, os grandes media internacionais, desde a CNN à BBC, passando pelo The New York Times ao Frankfurt Algemeine, apresentam visões distorcidas da crise. Privilegiam pormenores acessórios, forjam cenários e interpretações fantasistas e sobretudo subestimam ou ocultam as suas causas e consequências eventuais.
É muito generalizada, por exemplo, a omissão de referências ao mecanismo de obtenção dos 700.000 milhões de dólares do Plano Paulson se ele, em segunda versão, for, finalmente, aprovado. É um facto que o contribuinte norte-americano será duramente penalizado porque a divida pública e a dívida externa da nação sofrerão um brutal aumento. Mas não se informa, com raríssimas excepções, que a maioria desse dinheiro será obtido no Estrangeiro, porque serão sobretudo os bancos centrais europeus, asiáticos e latino-americanos os compradores das Obrigações do Tesouro dos EUA a emitir. Até a China entrará no leilão. Cabe aliás recordar que se o grande país asiático decidisse nestes dias trocar por outras divisas as suas colossais reservas de dólares e cobrar os títulos do Tesouro americano que acumulou os EUA cairiam imediatamente na banca rota. Não o fará porque o seu próprio modelo de desenvolvimento também, então, naufragaria, mas a dependência norte-americana de Pequim é esclarecedora da extrema fragilidade do sistema financeiro montado pela potência hegemónica.
Outra conclusão – a mais importante de todas – que a elite da finança se abstêm de extrair da crise é de natureza ideológica.
Não pode reconhecer publicamente que o caos implantado no sistema financeiro mundial demonstra a falência das teses que os governos dos EUA e da União Europeia vêm proclamando com arrogância sobre a capacidade do neoliberalismo, fase superior do capitalismo, se impor como a ideologia definitiva, a única capaz de resolver os grandes problemas da humanidade. Segundo ela, a dimensão do Estado tenderia a ser progressivamente diminuída, reduzindo-se ao mínimo a sua intervenção na economia. Somente um mercado plenamente autónomo, livre de pressões estatais, intocável, poderia cumprir a sua missão insubstituível.
A História, mais cedo do que se admitia, começou a dar uma resposta totalmente negativa ao sonho dos sacerdotes do capital.
O pânico nas bolsas que acompanha a falência de gigantes bancários envolvidos em especulações, fraudes e escândalos iluminou desmentiu e ridicularizou a religião do mercado. Agora a finança implora ao Estado que lhe acuda para salvar a banca e os banqueiros.
Sem a ajuda do Estado, o mercado afundar-se-ia.
Em Portugal, Sócrates e os seus auxiliares e epígonos mergulharam num silêncio compreensível. Quase não falam da crise. Entusiastas das privatizações e praticantes do culto do mercado, a crise do sistema deixa-os mudos e nus perante o povo português.
Festejaram a privatização da banca portuguesa e as fusões a ela posteriores. Desejariam leva-la ainda mais longe. Muitos desses senhores chegaram ao extremo de sugerir a privatização da Caixa Geral de Depósitos. Acredito que nunca meditaram seriamente sobre as consequências num panorama de crise do mercado para centenas de milhares de pensionistas da eventual entrega ao grande capital do maior banco português.
No momento em que escrevo, a banca e as bolsas dos EUA e da União Europeia aguardam nervosamente o plano de socorro recauchutado que a Casa Branca vai submeter ao Congresso.
Mas, qualquer que seja o seu conteúdo, a crise prosseguirá, com tendência para situações potencialmente explosivas. A decisão de injectar centenas de milhares de milhões no mercado (em beneficio exclusivo dos responsáveis pelo desastre) não atingirá o objectivo de curar o paciente. Porque a crise do sistema financeiro é inseparável de outra maior, a crise estrutural do capitalismo.
Grandes sofrimentos são identificáveis no horizonte para as vítimas da engrenagem da finança.
Nestes dias o futuro próximo é imprevisível. Mas para quantos pelo mundo fora rejeitam o capitalismo e o combatem por desumano, a única alternativa – embora distante ainda – é o socialismo, rumo a uma sociedade humanizada incompatível com a exploração do homem.
Serpa, 30 de Setembro de 2008
Miguel Urbano Rodrigues - 01.10.08
A rejeição pela Câmara dos Representantes dos EUA do plano de salvamento do sistema financeiro proposto pelo governo Bush, aos candidatos à Presidência e às lideranças do Congresso ampliou muito a gravidade da crise do capitalismo. O afundamento das bolsas europeias e asiáticas acompanhando o pânico de Wall Street (o Dow Jones, num recorde histórico, caiu 6,98 %) conferiu à crise estadounidense proporções mundiais.
A um apelo desesperado da elite do poder politico os deputados da União responderam com um voto também de desespero. A recusa não foi determinada por respeito ao povo, nem sequer pelas vítimas do caos implantado no sistema bancário. Os motivos do Não dos legisladores são tão pouco éticos como os dos senhores que lhes imploravam a aprovação de 700 mil milhões de dólares destinados sobretudo a comprar à banca créditos podres, as famosas hipotecas dos subprimes.
Em vésperas de eleições para renovação dos seus mandatos, a maioria dos representantes – sobretudo os republicanos –, teme ser punida nas urnas se aprovar um plano que oferece o dinheiro dos contribuintes aos bancos responsáveis pelo desastre e ignora a situação angustiosa de 10 milhões de compatriotas em risco de perder as suas casas.
Do outro lado, Bush, Obama, McCain, Bernanke, Paulson, Pelosi e as estrelas da finança recorrem a uma retórica farisaica no seu esforço para evitar um estouro do sistema bancário que ameaçaria a sobrevivência do sistema capitalista.
O grupo elaborará agora, com urgência urgentíssima, uma nova proposta e vai renegociar a sua aprovação com a Câmara dos Representantes (no Senado tudo será mais fácil). As mudanças no texto serão, tudo o indica, cosméticas, porque o SIM dependerá de promessas e favores que não serão tornados públicos.
O medo que alastra em Washington e nos meios políticos e financeiros europeus justifica-se. A crise avança como um iceberg à deriva no qual a parte submersa, a principal, não é visível. A cadeia de falências adquiriu um ritmo assustador. Na segunda-feira, a do Wachavia, o quarto banco dos EUA, foi evitada através da compra parcial desse gigante (com uma carteira de empréstimos no valor de 312 mil milhões) pelo Citigroup.
Segundo a Agência Reuters, a Reserva Federal-FED está a emprestar à banca diariamente dezenas de milhares de milhões de dólares em decisão perigosa que coloca em risco o seu próprio futuro.
Na Europa, uma operação de socorro montada pela Holanda, Bélgica e Luxemburgo, salvou o Fortis. No Reino Unido, o Estado nacionalizou o Bradford & Bingley. O terramoto bancário até na Islândia se fez sentir (nacionalização do Glitnir).
Autoridades financeiras francesas e alemãs afirmaram no início de Setembro que a crise afectaria pouco a união Europeia porque a banca europeia estava mais protegida do que a dos EUA. Ingenuidade ou bazófia? Nos últimos dias os governos do Reino Unido, da França, da Alemanha, da Bélgica, da Holanda, da Dinamarca, da Islândia, do Luxemburgo tiveram de intervir em operações de salvamento que custarão mais de 70 mil milhões de euros. O Banco Central Europeu injectou mais 120 mil milhões de euros no sistema bancário para aumentar a liquidez.
Como era de esperar, os grandes media internacionais, desde a CNN à BBC, passando pelo The New York Times ao Frankfurt Algemeine, apresentam visões distorcidas da crise. Privilegiam pormenores acessórios, forjam cenários e interpretações fantasistas e sobretudo subestimam ou ocultam as suas causas e consequências eventuais.
É muito generalizada, por exemplo, a omissão de referências ao mecanismo de obtenção dos 700.000 milhões de dólares do Plano Paulson se ele, em segunda versão, for, finalmente, aprovado. É um facto que o contribuinte norte-americano será duramente penalizado porque a divida pública e a dívida externa da nação sofrerão um brutal aumento. Mas não se informa, com raríssimas excepções, que a maioria desse dinheiro será obtido no Estrangeiro, porque serão sobretudo os bancos centrais europeus, asiáticos e latino-americanos os compradores das Obrigações do Tesouro dos EUA a emitir. Até a China entrará no leilão. Cabe aliás recordar que se o grande país asiático decidisse nestes dias trocar por outras divisas as suas colossais reservas de dólares e cobrar os títulos do Tesouro americano que acumulou os EUA cairiam imediatamente na banca rota. Não o fará porque o seu próprio modelo de desenvolvimento também, então, naufragaria, mas a dependência norte-americana de Pequim é esclarecedora da extrema fragilidade do sistema financeiro montado pela potência hegemónica.
Outra conclusão – a mais importante de todas – que a elite da finança se abstêm de extrair da crise é de natureza ideológica.
Não pode reconhecer publicamente que o caos implantado no sistema financeiro mundial demonstra a falência das teses que os governos dos EUA e da União Europeia vêm proclamando com arrogância sobre a capacidade do neoliberalismo, fase superior do capitalismo, se impor como a ideologia definitiva, a única capaz de resolver os grandes problemas da humanidade. Segundo ela, a dimensão do Estado tenderia a ser progressivamente diminuída, reduzindo-se ao mínimo a sua intervenção na economia. Somente um mercado plenamente autónomo, livre de pressões estatais, intocável, poderia cumprir a sua missão insubstituível.
A História, mais cedo do que se admitia, começou a dar uma resposta totalmente negativa ao sonho dos sacerdotes do capital.
O pânico nas bolsas que acompanha a falência de gigantes bancários envolvidos em especulações, fraudes e escândalos iluminou desmentiu e ridicularizou a religião do mercado. Agora a finança implora ao Estado que lhe acuda para salvar a banca e os banqueiros.
Sem a ajuda do Estado, o mercado afundar-se-ia.
Em Portugal, Sócrates e os seus auxiliares e epígonos mergulharam num silêncio compreensível. Quase não falam da crise. Entusiastas das privatizações e praticantes do culto do mercado, a crise do sistema deixa-os mudos e nus perante o povo português.
Festejaram a privatização da banca portuguesa e as fusões a ela posteriores. Desejariam leva-la ainda mais longe. Muitos desses senhores chegaram ao extremo de sugerir a privatização da Caixa Geral de Depósitos. Acredito que nunca meditaram seriamente sobre as consequências num panorama de crise do mercado para centenas de milhares de pensionistas da eventual entrega ao grande capital do maior banco português.
No momento em que escrevo, a banca e as bolsas dos EUA e da União Europeia aguardam nervosamente o plano de socorro recauchutado que a Casa Branca vai submeter ao Congresso.
Mas, qualquer que seja o seu conteúdo, a crise prosseguirá, com tendência para situações potencialmente explosivas. A decisão de injectar centenas de milhares de milhões no mercado (em beneficio exclusivo dos responsáveis pelo desastre) não atingirá o objectivo de curar o paciente. Porque a crise do sistema financeiro é inseparável de outra maior, a crise estrutural do capitalismo.
Grandes sofrimentos são identificáveis no horizonte para as vítimas da engrenagem da finança.
Nestes dias o futuro próximo é imprevisível. Mas para quantos pelo mundo fora rejeitam o capitalismo e o combatem por desumano, a única alternativa – embora distante ainda – é o socialismo, rumo a uma sociedade humanizada incompatível com a exploração do homem.
Serpa, 30 de Setembro de 2008
3 comentários:
Ainda vai ser muito pior.
Agora aconselho aos que leram e aos que não leram o "Capital", de Marx, a fazerem uma leitura daquele livro.
Está chegar ao seu fim. Mas atenção, que é precisamente no seu fim que o capitalismo, esta abantesma, dá os seus mais perigosos e dolorosos golpes. Não olha a meios nem a quem. Ninguém pense que se liberta daquela besta, mesmo morta. As suas ramificações, embora atordoadas, ainda vão levar muitos e muitas à sua frente e tudo irá fazer para comprar a morte. Neste caso, vender.
Abraços.
David Santos, a obra de Karl Marx, é deveras importante. É bastante difícil analisar a sociedade humana sem se referênciar, em maior ou menor grau, à produção de Karl Marx.
"O Capital" foi a suprema conquista de Marx, o centro da obra da sua vida.
O seu objecto era, "revelar a lei económica do movimento da sociedade moderna".
Pensadores económicos anteriores haviam captado um ou outro aspecto do funcionamento do capitalismo.
Marx procurou entendê-lo como um todo. Coerente com o método de análise e concepção de história, Marx analisou o capitalismo não como o fim da história, como a forma de sociedade correspondente à natureza humana, mas como um modo de produção historicamente transitório cujas contradições internas o levariam à queda.
Porque existem pobres e ricos?
Porque a distribuição da riqueza é tão desigual na terra?
O que deve ser feito para mudar a situação crónica de penúria que, geração após geração, afecta a maior parte das pessoas?
Cumprimentos e um abraço
Olá, Victor!
É claro que eu apenas aconselhei as pessoas a lerem ou relerem o “Capital” de Marx. Sobre este assunto, para não baralhar nem deixar que aproveitamentos ideológicos viessem a surgir, eu voltei-me para os meus pensamentos que, como se sabe, não se podem aproximar com os daquele grande MESTRE.
Por isso parti para uma que a cada um de nós vem acontecendo no dia-a-dia. Todos sentimos, quando digo todos, digo os trabalhadores, as pessoas da paz e todos os seres humanos à superfície do Planeta. É evidente, que estou a excluir os capitalistas corruptos e amantes da maldade e da guerra, daquele grupo de pessoas.
Mas quanto ao capitalismo e ao seu estado actual, ainda que cada um à sua maneira, há muitas formas de o ver. Eu sempre fui dos que disse, em jornais, inclusivamente, que quanto maior fossem os lucros da banca, mais pessoas estavam a caminhar para a miséria e para o desconforto. Na altura não faltaram banqueiros ou lacaios, neste caso bancários, a destorcerem as minhas afirmações e a tentarem levar-me um pouco para o lado do desconhecimento. Mas a verdade, ainda que modestamente, é campo onde consigo saber fazer colheita. Não sou de todo ignorante. Para não dizer que não sou ignorante, de todo. A confirmação daquilo que eu dizia chegou com o alastrar da miséria em Portugal enquanto a dita banca, verdade ou mentira, falava em lucros “galácticos”.
Mas vamos ao momento actual e à forma em como eu vejo esta situação de crise.
O capitalismo, esta abantesma, não está morto. Ninguém pense que tal é verdade. Que está a ficar gravemente doente, isto é verdade. Ninguém duvide. Mas ele tem muitas manhas, é muito maldoso. Ele ainda nos vai fazer crer que está em estado de coma, quando na verdade está em repouso. A pensar a forma para nos fazer mais mal, destruir mais vidas e alastrar mais a miséria, nomeadamente, com a criação de guerras. Pois não nos podemos esquecer de que o dinheiro nem se perdeu nem morreu. Não! O dinheiro continua vivo e bem vivo. Pois ele ainda vai lutar para se manter como o todo-poderoso.
É nesta altura em que as cautelas dos povos honestos e amantes da paz têm que redobrar. É que se ele se apercebe de que já anda em terrenos movediços, não olha a meios para atingir os fins. E atenção! Os seus lacaios já estão a tomar algumas medidas neste sentido. Veja-se os contratos de trabalho que nos andam a impingir neste mundo Ocidental. Trabalhar sem remuneração ou remunerações através de horários de trabalho e de outras formas sub-reptícias. Tudo isto está muito bem consertado: é não deixar que o capitalismo morra de podre. Pois se ele morresse de podre, estávamos todos bem. Mas a verdade não vai ser essa. Que ele vai morrer, isto é certo. Mas que vai lutar para continuar a dominar, ninguém duvide. E isto é que vai ser o mais terrível, porque ele vai dar coices em todas as direcções na tentativa de se manter vivo.
No fundo, muito cá à minha maneira, era isto que eu queria dizer no meu comentário anterior. Quanto ao “Capital” de “Marx”, ainda que alguém pense outra coisa, foi apenas uma sugestão.
Abraços para si e uma óptima saúde.
David Santos.
Enviar um comentário