Um senhor secretário de Estado que tutela a protecção civil e os bombeiros, ao encerrar a fase charlie de combate aos fogos florestais, disse que, «entre os dias 1 de Julho e 30 de Setembro - os meses de maior risco - a área ardida foi significativamente menor do que em 2006, com 16.605 hectares ardidos até ao momento contra os 75.335 hectares ardidos no ano passado».E atribuiu este êxito a:
- «um aumento da área intervencionada»,
- uma melhor articulação dos sapadores florestais e a
- uma melhor vigilância da GNR.
Tudo isto era apontado como mérito do Governo e, portanto, da sua Secretaria de Estado.
Na ocasião, no post aqui colocado, Não há senso!, considerei que era preciso desplante, para não dizer arrogância insensata querer que os portugueses esquecessem as diferenças meteorológicas entre o verão de 2006 e o de 2007, tendo este sido menos quente, mais húmido e com vários períodos chuvosos. Dizia que o mérito coube não ao Governo, mas sim à «não comparência» dos fogos por virtude de S. Pedro.
Hoje os jornais, a propósito dos fogos no Parque Nacional da Peneda-Gerês, dizem que, enquanto em todo o Outubro de 2006 houve 423 fogos florestais, este ano, apenas desde um a 20 de Outubro, já houve 1670 fogos, o que é quatro vezes mais. Usando a estatística como os governantes gostam de fazer, como este número resulta da comparação de dois terços do actual mês com todo o mês do ano passado, significa que comparando os meses inteiros de Outubro dos dois anos, no corrente, haverá seis vezes mais fogos do que em 2006.
Isto faz pensar que ou o Sr. secretário de Estado quis fazer falsa propaganda, sem senso, e ofuscar a nossa ingénua visão, ou ele foi de férias acompanhado daqueles três factores, que incluem os sapadores florestais e a GNR, deixando negligentemente Portugal entregue à sorte.
Não há senso, quando, por intenção se oculta o principal factor de um fenómeno complexo. E digo intenção, para não dizer ignorância ou incompetência, porque isso poderia ser considerado ofensivo, enquanto que a intenção, mesmo que má, estava «politicamente correcta». Estava dentro do hábito de atirar poeira para os olhos menos atentos.
- «um aumento da área intervencionada»,
- uma melhor articulação dos sapadores florestais e a
- uma melhor vigilância da GNR.
Tudo isto era apontado como mérito do Governo e, portanto, da sua Secretaria de Estado.
Na ocasião, no post aqui colocado, Não há senso!, considerei que era preciso desplante, para não dizer arrogância insensata querer que os portugueses esquecessem as diferenças meteorológicas entre o verão de 2006 e o de 2007, tendo este sido menos quente, mais húmido e com vários períodos chuvosos. Dizia que o mérito coube não ao Governo, mas sim à «não comparência» dos fogos por virtude de S. Pedro.
Hoje os jornais, a propósito dos fogos no Parque Nacional da Peneda-Gerês, dizem que, enquanto em todo o Outubro de 2006 houve 423 fogos florestais, este ano, apenas desde um a 20 de Outubro, já houve 1670 fogos, o que é quatro vezes mais. Usando a estatística como os governantes gostam de fazer, como este número resulta da comparação de dois terços do actual mês com todo o mês do ano passado, significa que comparando os meses inteiros de Outubro dos dois anos, no corrente, haverá seis vezes mais fogos do que em 2006.
Isto faz pensar que ou o Sr. secretário de Estado quis fazer falsa propaganda, sem senso, e ofuscar a nossa ingénua visão, ou ele foi de férias acompanhado daqueles três factores, que incluem os sapadores florestais e a GNR, deixando negligentemente Portugal entregue à sorte.
Não há senso, quando, por intenção se oculta o principal factor de um fenómeno complexo. E digo intenção, para não dizer ignorância ou incompetência, porque isso poderia ser considerado ofensivo, enquanto que a intenção, mesmo que má, estava «politicamente correcta». Estava dentro do hábito de atirar poeira para os olhos menos atentos.
2 comentários:
Meu caro A João Soares, isto dos fogos florestais, foi coisa que eu nunca intendi, mas após insistência minha, um cliente meu, Madeireiro, lá me tentou explicar, o que realmente se passa.
À uns anos atrás, talvez aí à uns 30 e tal anos atrás, no tempo da outra senhora, quem comprava madeira, comprava única e exclusivamente madeira marcada para abate, ou seja, havia a guarda florestal, que ia pelos montes fora, acompanhada de peritos florestais, que marcavam as árvores a abater pelos madeireiros, pagando estes ao proprietário da floresta o valor então em vigor, sendo 1/6 dessa receita, em favor da junta de freguesia/câmara, o retante seria do madeireiro, pelo seu trabalho de abate, e transporte.
Hoje em dia, assistimos, ás "PORTUCEL" e "SONAE", e outras que tal, que em vez de pagar à peça, pagam à tonelada, e quando muitas das juntas de freguesia, nesse interior "DESQUECIDO e OSTRACIZADO", para cumprir os seus programas eleitorais, vão à procura de madeira para marcar, mas deparam-se com as entraves legais, pela idade, pelo porte, etc. que incapacitam o abate. Ora, resta a muitas destas Juntas de freguesia, chegar o fogo à mata, pois a Madeira Ardida, tanto faz que seja pequena, ou grande, logo pode ser abatida, para estas multinacionais que compram a Madeira + barata, e as juntas assim recebem o graveto para as afamadas promessas eleitorais.
Lógico, que depois há os aproveitadores, aqueles chicos espertos, que no monte, com astúcia, carregam os camiões de madeira ardida, pesando esta 1/3 do peso que teria verde, e regam-na horas seguidas, carregada em camiões, para ela pesar o dobro e assim dar mais dinheiro.
Isto, meu caro amigo, é uma pequena amostra, e muito mais há para dizer, pois ainda não falei dos aviões incendiários que a "PORTUCEL" possui, mas quando conseguir as fotos, irei aqui, e no meu blog, escancarar esses trafulhas incendiários.
E sei do que falo. Mas a bomba há~de rebentar.
Abraços do Beezz
Caro Beezz,
Não me custa a acreditar nisto, que apresenta um lógica própria da trafulhice de que a nossa sociedade enferma. Vá para a frente e junte provas que permitam levantar a lebre com segurança.
No post quis apenas referir a falta de vergonha, de senso, de Ascenso Simões, quando atribuiu ao Governo a redução dos fogos, sem ter referido em primeiro lugar a sorte de ter este ano havido menos calor, e mais humidade e chuvas do que em 2006. Agora, o mês de Outubro veio colocá-lo em cheque.
Se foi o Governo a fazer um ataque aos fogos tão eficiente no Verão, porque o não fez em Outubro? É uma pergunta a que ele não pode responder, porque mentiu, quis enganar-nos quando falou no início de Outubro. Já em tempos veio com semelhante verborreia de falsidade a respeito dos acidentes rodoviários. E, apesar disto continua no cargo. Assim ai o País!
Um abraço
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