Na operação de hoje o governo transferiu o pagamento de dívida de € 6.640 M de 2014/15 para 2017/18. 
No exercício abaixo a que se procedeu considerou-se o prazo de maior esforço de pagamento à troika – 2014/21 - uma taxa constante de 5% e o valor do PIB em 2012.
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Estimativa do serviço de dívida de médio/longo  prazo para 2014/21 (€ milhões) | 
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2014 | 
2015 | 
2016 | 
2017 | 
2018 | 
2019 | 
2020 | 
2021 | 
soma | 
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Antes da operação de 3/12/2013 | 
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amortização | 
13779 | 
15029 | 
12540 | 
12178 | 
10698 | 
11470 | 
12273 | 
10766 | 
98733 | 
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juros | 
4592 | 
3872 | 
3183 | 
2565 | 
1993 | 
1439 | 
845 | 
269 | 
18758 | 
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% do PIB | 
11,1 | 
11,5 | 
9,5 | 
8,9 | 
7,7 | 
7,8 | 
8,0 | 
6,7 | 
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Depois da operação de 3/12/2013 | 
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amortização | 
11279 | 
10869 | 
12540 | 
14858 | 
14668 | 
11470 | 
12273 | 
10766 | 
98723 | 
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juros | 
4654 | 
4100 | 
3515 | 
2830 | 
2092 | 
1439 | 
845 | 
269 | 
19745 | 
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% do PIB | 
9,7 | 
9,1 | 
9,7 | 
10,7 | 
10,2 | 
7,8 | 
8,0 | 
6,7 | 
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                                                                              http://grazia-tanta.blogspot.com | 
 
A referida operação conduz a:
- Um alívio da     tesouraria durante três anos mas que aumenta em três anos o tempo de     pagamento de juros sobre aquele valor.
- Um aumento     adicional de € 100 por habitante, uma vez que no período 2014/18 os juros     acumulados aumentam em € 988 milhões. E não considerando novas     reestruturações criativas como esta, nem novos empréstimos;
- O governo sacode as     suas responsabilidades de 2014/15 – haverá eleições em 2015 - para 2017/18,     denotando que o atual convénio PSD/CDS não irá perdurar como agora. Será     que esperam atrair o PS para a sociedade promotora do empobrecimento?
- O governo pretende     dourar a situação económica e financeira de Portugal, com previsões     macroeconómicas infantilmente falsas e convencer “os mercados” da bondade     da sua gestão;
- Esta operação não     foi certamente gratuita e permitiu comissões elevadas por parte de bancos     e/ou consultores cujo montante se desconhece;
Que soluções?
Com ou sem a operação de reestruturação, a dívida não é pagável na sua atual dimensão, como se observa nas parcelas do PIB a comprometer com o serviço de dívida para os próximos anos. 
2.           Uma economia capaz de melhorar a vida da população e absorver a procura de trabalho tem de ter um crescimento razoável, superior a 3%;
3.        Mesmo que se consiga um crescimento dessa ordem, num prazo que, na atual situação económica e política não é previsível, esse acréscimo estará sempre longe de poder fazer face ao serviço de dívida;
4.       Dito de outro modo, um crescimento que permita simultaneamente pagar o serviço de dívida e melhorar a vida da população, atrair os que emigraram, reduzir o desemprego e conter o empobrecimento galopante a que se assiste, esse crescimento teria de ser variar, no período considerado entre 10 e 14% o que é inimaginável;
5.      Falar de reestruturação é uma burla política para ocultação da realidade por parte do governo e devido a cálculos políticos de uma oposição falsa, mansa, ou inútil, todos à margem da população;
6.           Qualquer real solução para a precária situação global em que vive a esmagadora maioria dos residentes em Portugal passa por:
- Suspensão imediata      do pagamento da dívida pública por motivos de força maior
- Avaliação da      parcela da dívida a declarar como nula por não ter sido aplicada no bem      estar das pessoas e eventual reescalonamento de algumas das suas parcelas      legítimas;
- Criação de um regime      político democrático, com um outro modelo de representação, em que as      pessoas possam decidir a todo o momento e não vejam os seus direitos      usurpados por uma classe política;
- Apuramento das      responsabilidades criminais e financeiras dos decisores políticos dos      últimos governos.