06 novembro 2011

Ganância...

Já lá vai o tempo, em que coloquei aqui, o meu último Post. Sim, eu sei. Sei que faz muito tempo, tanto tempo que já nem me lembro. O que eu queria, era poder escrever com mais assiduidade, com mais tempo, mas esse tempo, não me tem ajudado. O post de hoje, é uma pequena reflexão que quero fazer, aos últimos acontecimentos do mundo, do país e do meu círculo de amizades.

No Mundo, e devido à ganância do ser humano, apenas e só, este tem-se tornado um sítio muito difícil de frequentar, com as proezas mais absurdas e canalhas, a que o ser humano pode chegar, para atingir o maior lucro e riqueza possível, por causa da Ganância, a ganância de enriquecer, a ganância do poder. Alguns destes seres mortais, que não passam disso mesmo, uns simples mortais, tentam-se convencer a eles, e aos outros, de que quanto maior for a sua ganância, maior será a sua vida em tempo de comum mortal, sinónimo de adiamento da morte. Estão redondamente enganados, a única coisa certa da vida, é a morte. Mas da maneira que isto se põe, e hoje já vemos disto, é que quem tiver muita ganância, consegue por vezes adiar a morte, porque dessa ganância, advém o poder e os recursos, para a fazer adiar. Mas para já, o único consolo que me resta, é que essa ganância, ainda não conseguiu acabar com a morte.

Depois desta introdução, à minha maneira de ver a ganância, existem uns gananciosos europeus, sim, também existe disso por cá, pelo velho continente, que tudo fazem, para serem ainda os mais gananciosos do mundo, e competem à porfia, com outro grande ganancioso, este bem mais ganancioso, do que os próprios gananciosos do mundo, falo obviamente, dos EUA. Não tenho qualquer espécie de xenofobia contra os EUA, aliás, para mim os EUA são o exemplo de que há de melhor e de pior por este mundo fora. Estes gananciosos Americanos, durante décadas, com a sua sede de ganância pelo petróleo, fomentaram ditaduras, guerras, impuseram camufladamente através dos seus carrascos da CIA, em países estratégicos e com grandes fontes naturais deste ouro negro, impuseram dizia eu, ditadores, como SADAM, KHADAFI, MUBARACK, etc. Enquanto estes senhores, tiveram o apoio e o conluio dos EUA, conspirando muitas vezes contra os seus vizinhos e povos Árabes, e deixaram os EUA sugar-lhes o petróleo, houve uma paz podre e duradoura. Mas eis que, um ditador é um ditador, e chega a uma altura, e a sua ganância fala mais alto, e ele fecha a torneira do petróleo, e rebenta logo uma rebelião. Esquece-se o ditador, que não existe maior ganancioso, que aquele que o lá colocou, e a sua ganância, não chega aos calcanhares da ganância toda junta do mundo ocidental. Isto é o que se passa, e vai continuar a passar, quer na Europa, nos EUA, em todo o mundo ocidental.

Tive, no plano pessoal, neste últimos tempos, tido um aprofundar de conhecimentos, uma profunda reflexão, para me encontrar e encontrar os outros. Existe hoje em mim, uma grande certeza, que é,  a de que, nós, os seres humanos gananciosos, nada temos nosso, tudo o que damos por adquirido, não é mais do que uma ilusão de óptica e da mente. Mesmo o mais forte, cai por terra. Quando, nos apercebemos, que a morte, a maleita, a doença e a infelicidade e solidão, estão presentes no nosso dia-a-dia, resta-nos apenas, alcançar a nossa paz de espírito. Tenho a certeza, que a irei encontrar. Não estou doente, mas convivo com a doença de familiares e amigos, convivo com ela, olhos nos olhos, aceitando-a, combatendo-a, e constato, que nada sou, nada somos. Somos e seremos sempre, aquilo que quisermos ser, gananciosos, ladrões, vigaristas, sérios, alegres, maus carácter, honestos, terroristas, etc. Seremos sempre, sempre! 

O que me levou, a fazer esta refexão, e a escrever este texto, foi as palavras ditas por um homem que sempre me inspirou, embora não fosse um familiar directo, mas em que eu sempre vi nele um exemplo, pelo trabalho, pela paixão, pela força que demosntrava, pelo exemplo que dava, e pelo amor que emprestava ao seu semelhante e aos seus animais. Não posso esquecer, numa altura em criança, que depois de ver uma asneira própria de criança, com uma dose de alguma crueldade, contra um animal, em que eu participava, me dizer, olhando-me nos olhos:
- Todo aquele, que não consegue, amar o seu fiel e melhor amigo, será sempre incapaz de se amar a si próprio e aos outros... (falo de um cão, que era meu, e que lhe fazia algumas patifarias, próprias de criança, mas capazes de magoar o animal)
Este homem, este amigo, este professor, sempre foi pessoa anti crueldade, fosse ela de que espécie fosse, contra quem fosse. Amava o seu cão, como quem ama um filho e a sua esposa. Tinha um brilho especial, uma presença forte, um ar de segurança. Quando estive com ele, da ultima vez, ontem, o amor estava lá, o carinho, a sabedoria, mas a força, a garra e a presença, tinha sido afectada, e bastante, pela doença do século, o Acidente Vascular Cerebral.

Aqui, é que um gajo sente, aquilo que somos, para onde vamos ou podemos ir, e aquilo em que nos tornamos. Elas não matam mas moem. Tenho, por ele aquele sentimento de sempre, e não consegui evitar a lágrima, que fez questão de me segurar na mão, apertando-a forte, e dizendo-me:
- Estou VIVO, ainda não foi desta.

Por isso, aos gananciosos, deste país e deste mundo, digo de viva voz, que não somos nada nem ninguém. Se alguma coisa temos certa, é a morte, que virá mais depressa ou mais devagar, dependendo daquilo que nos foi destinado.

Quero com isto dizer, e desejar, um excelente domingo a todos vós, e gritar bem alto:

- ESTOU VIVO!!!

Carlos Rocha

4 comentários:

Linda Simões disse...

Teu texto emociona,pelo que tem de verdadeiro, de urgente:

Amar hoje,todo dia,a cada amanhecer.

...


Um abraço

A. João Soares disse...

Amigo Carlos Rocha,

Estas suas palavras cheias de sentimento, vieram-me avivar as reflexões que tenho transmitido no blogue Sempre Jovens sobre a diferença entre o TER e o SER.
Somos aquilo que somos e não o que temos, porque todos os haveres são voláteis, como o é a própria vida. E é a nossa personalidade, o nosso carácter que nos define, que define aquilo que somos. O nosso comportamento de cada momento, nas horas boas e más, isso é que tem valor que deve ser avaliado.
Cito-lhe alguns casos em que fica bem demonstrada a pouca importância da obsessão do TER:

Dinheiro não dá felicidade
Milionário desfaz-se da fortuna que o faz infeliz
Quarenta milionários americanos vão doar parte da sua fortuna

Devemos apreciar a dádiva de neste momento estarmos vivos procurarmos aproveitá-lo segundo os valores éticos mais significativos.

Um abraço
João

Beezzblogger disse...

Obrigado aos meus dois comentadores anteriores.

O que a gente precisa é de consciencializar, de vermos que os bens materiais, nada são, ao pé, da saúde e do bem estar.

Abraços, João e Linda.

Saozita disse...

Olá Carlos, este teu texto explica bem o que todos deveriamos perceber, mas que muitos aínda não perceberam e por isso são e continuarão a viver na ganância e a medir tudo em $$$$. Temos um caso de uma conhecida figura pública, que a ser verdade, demonstra o quanto ignóbil e monstruosos se tornam os seres humanos, quando no seu íntimo só existe ganância.

Tem uma boa semana e aqui deixo o desejo de melhoras, para o teu amigo.

Sãozita

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Atribuído Pela nossa querida amiga e colaboradora deste espaço, a Marcela Isabel Silveira. Em meu nome, e dos nossos colaboradores, OBRIGADO.

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