(...) A crise económica global é uma
bênção para as empresas imobiliárias de alta gama, quando milionários e
multimilionários do ultramar, fulanos que fogem aos impostos, assaltantes
políticos do erário público, abandonam as economias saqueadas e despejam
milhares de milhões em mansões e prédios de apartamentos. Senhorios monárquicos
super-ricos dos estados déspotas do Golfo juntam-se a especuladores de produtos
básicos e aos novos chineses ricos, proprietários de oficinas de exploração
desenfreada para licitarem propriedades com códigos postais prestigiados em
Belgravia (Ebury Street, Eton Place, e Eton Square) Knightbridge, Mayfair (Park
Street). Corpulentos oligarcas russos e a piedosa realeza saudita refastelam-se
em mansões na província em Hertfordshire, Herefordshire e Cheshire, com vista
para os elegantes jardins ingleses e deliciam-se com o ronronar e as carícias
dos seus cortesãos britânicos muito sofisticados, num ou noutro das suas duas
dúzias de quartos. A tolerância do governo britânico e a atitude de abertura
para com os oligarcas gangsters russos e albaneses, cujo acesso sangrento à
riqueza rivaliza com qualquer padrinho siciliano, lubrificam as rodas para a
escalada do que o Financial Times opta por chamar de 'indústria' do
imobiliário, financiada pela 'comunidade' financeira e alinhada com os
'investidores' dos seguros.
Os predadores internacionais tomam o chá da tarde às 4 horas, o sherry às 6:30 da tarde. São entretidos pelos mexericos da Corte de Sua Majestade e pela Celebração do Aniversário da Rainha e dedicam-se à vida desportiva (equipas de futebol mais do que polo a cavalo). Cultivam o gosto pela cultura. Acompanhados por especialistas de Oxbridge compram artigos de "colecção" – pinturas no Ordovas em Saville Row, no Richard Nagy em Old Bond Street, no Frank Auerbach em Malborough, esculturas no Jean & Luc Baroni em St. James e vão a joalharias à procura de um Vacheron Constatin.
Os oligarcas do petróleo do Golfo, que extorquem rendas exorbitantes de energia aos países pobres africanos e asiáticos e os multimilionários chineses e indianos que exploram centenas de milhões de operárias asiáticas e negam aos imigrantes o direito de residência, de descanso e de seguro de saúde, gastaram 9 mil milhões de libras (14,4 mil milhões de dólares) em casas no centro de Londres em 2010-2011. Entre 2011 e meados de 2012, 60 por cento dos compradores no valorizado mercado do centro de Londres foram milionários e multimilionários estrangeiros.
O regime de Cameron-Clegg exige sacrifícios, austeridade e o apertar do cinto na Grécia, condenando milhões à miséria, ao suicídio e à desolação, enquanto encoraja os 1% do topo dos cleptocratas gregos a "investir" e a residir nos refinados bairros do centro de Londres. Segundo o FMI há 56 mil plutocratas gregos que fogem aos impostos. De acordo com um estudo americano sobre os seus rendimentos anuais, não são declarados 28 mil milhões de euros (36 mil milhões de dólares americanos). A maior parte dos quais é depositada em bancos de Londres ou "investido" em propriedades de luxo em Mayfair, Belgravia ou lá perto. Se as contas ilegais fossem sujeitas a imposto ou, melhor ainda, para pagar a dívida externa, isso obedeceria à lei grega, reduziria o défice e os cortes sociais e talvez vivificasse a economia. Mas respeitar as leis gregas significaria menos comissões para os magnatas do imobiliário em Savells, Marsh and Parsons, Knight Frank; menos contas privadas para o HSBC e para o Barclay's; menos vendas nas galerias de arte sofisticadas; menos utilizadores para as agências de 'acompanhamento' de ambos os sexos.
O crime compensa. O *FIRE rejubila. Os hospitais públicos encerram. As propinas sobem. As clínicas e escolas privadas dirigidas para os oligarcas do ultramar e para os seus parceiros britânicos florescem. Onde estão "as crises"? Não se encontram no centro de Londres, nem na City; nem no sistema legal; nem nas Forças Especiais. Os especuladores da banca florescem. A litigação judicial entre oligarcas compensa. As guerras sujas mercenárias no Afeganistão, na Líbia, na Síria e noutros locais fornecem contratos lucrativos ao coronel Blimps reformado – segundo as melhores tradições do império.
As crises? Isso é para a outra Inglaterra do lado de fora da City, que tem os códigos postais errados. Para os trabalhadores que se apinham em salas de urgências, para os pobres que aguardam o despejo do que outrora eram habitações sociais e para que aqueles que estudam e trabalham só possam antever dívidas e empregos sem saída.
Deus abençoe e amaldiçoe Londres, o Paraíso dos Parasitas!
*FIRE (sigla para a troika parasita Finance, Insurance and Real Estate (Finanças, Seguros e Imobiliário)
Os predadores internacionais tomam o chá da tarde às 4 horas, o sherry às 6:30 da tarde. São entretidos pelos mexericos da Corte de Sua Majestade e pela Celebração do Aniversário da Rainha e dedicam-se à vida desportiva (equipas de futebol mais do que polo a cavalo). Cultivam o gosto pela cultura. Acompanhados por especialistas de Oxbridge compram artigos de "colecção" – pinturas no Ordovas em Saville Row, no Richard Nagy em Old Bond Street, no Frank Auerbach em Malborough, esculturas no Jean & Luc Baroni em St. James e vão a joalharias à procura de um Vacheron Constatin.
Os oligarcas do petróleo do Golfo, que extorquem rendas exorbitantes de energia aos países pobres africanos e asiáticos e os multimilionários chineses e indianos que exploram centenas de milhões de operárias asiáticas e negam aos imigrantes o direito de residência, de descanso e de seguro de saúde, gastaram 9 mil milhões de libras (14,4 mil milhões de dólares) em casas no centro de Londres em 2010-2011. Entre 2011 e meados de 2012, 60 por cento dos compradores no valorizado mercado do centro de Londres foram milionários e multimilionários estrangeiros.
O regime de Cameron-Clegg exige sacrifícios, austeridade e o apertar do cinto na Grécia, condenando milhões à miséria, ao suicídio e à desolação, enquanto encoraja os 1% do topo dos cleptocratas gregos a "investir" e a residir nos refinados bairros do centro de Londres. Segundo o FMI há 56 mil plutocratas gregos que fogem aos impostos. De acordo com um estudo americano sobre os seus rendimentos anuais, não são declarados 28 mil milhões de euros (36 mil milhões de dólares americanos). A maior parte dos quais é depositada em bancos de Londres ou "investido" em propriedades de luxo em Mayfair, Belgravia ou lá perto. Se as contas ilegais fossem sujeitas a imposto ou, melhor ainda, para pagar a dívida externa, isso obedeceria à lei grega, reduziria o défice e os cortes sociais e talvez vivificasse a economia. Mas respeitar as leis gregas significaria menos comissões para os magnatas do imobiliário em Savells, Marsh and Parsons, Knight Frank; menos contas privadas para o HSBC e para o Barclay's; menos vendas nas galerias de arte sofisticadas; menos utilizadores para as agências de 'acompanhamento' de ambos os sexos.
O crime compensa. O *FIRE rejubila. Os hospitais públicos encerram. As propinas sobem. As clínicas e escolas privadas dirigidas para os oligarcas do ultramar e para os seus parceiros britânicos florescem. Onde estão "as crises"? Não se encontram no centro de Londres, nem na City; nem no sistema legal; nem nas Forças Especiais. Os especuladores da banca florescem. A litigação judicial entre oligarcas compensa. As guerras sujas mercenárias no Afeganistão, na Líbia, na Síria e noutros locais fornecem contratos lucrativos ao coronel Blimps reformado – segundo as melhores tradições do império.
As crises? Isso é para a outra Inglaterra do lado de fora da City, que tem os códigos postais errados. Para os trabalhadores que se apinham em salas de urgências, para os pobres que aguardam o despejo do que outrora eram habitações sociais e para que aqueles que estudam e trabalham só possam antever dívidas e empregos sem saída.
Deus abençoe e amaldiçoe Londres, o Paraíso dos Parasitas!
*FIRE (sigla para a troika parasita Finance, Insurance and Real Estate (Finanças, Seguros e Imobiliário)
In: globalresearch.ca 11/Out/2012 by James Petras
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