Segundo notícia do DN, o porta-voz da Casa Branca, entre 2003 e 2006, Scott McClellan, defendeu a guerra no Iraque (assumiu o cargo apenas uns meses após a invasão) e garantiu que a Administração estava a fazer tudo para ajudar as vítimas do furacão Katrina.
Depois de ter acompanhado Bush desde quando este foi governador do Texas e de servir, talvez pressionando, o Presidente durante três anos, apareceu agora com umas memórias, de 341 páginas, que surpreenderam todos por nelas tecer duras críticas ao antigo mentor que acusa, por exemplo, de ter enviado os EUA para "uma guerra desnecessária no Iraque". Refere que "a resposta falhada ao Katrina foi agravada por decisões anteriores como a ida para uma guerra sem planeamento adequado, nem preparação do pós-guerra".
Porquê, então, tanto entusiasmo como porta-voz? Porque permaneceu três anos nessas funções, em apoio de tais erros do seu patrão? Porque não saiu dessas funções? Será que nessa altura não era inteligente e agora é?
O que agora diz é do conhecimento de quem acompanhou as notícias internacionais, mas o facto de ter colaborado na campanha de propaganda da Casa Branca, em realidades que achava erradas, demonstra, deslealdade, falta de franqueza, oportunismo, desonestidade, falta de carácter. Vir agora afirmar tais erros, mais do que inconstância, é uma confissão da sua instabilidade que é mais nefasta para a sua imagem do que para a de Bush que já é sobejamente conhecido.
Isto tem odor de ambição, primeiro para ser pago pela Casa Branca e depois por interesses opostos ao Presidente que lhe terão oferecido mais. Já não há sinceridade nem amor à camisola, mas apenas o interesse no dinheiro.
No campo oposto, recordo a atitude honesta de um Sr. major de Cavalaria, conhecido por «Sistema», que sendo chefe da segurança do PR Costa Gomes e começando a não gostar de atitudes deste, pediu para sair dessas funções e disse para os seus companheiros de trabalho: «tenho por dever colocar-me ente o PR e uma bala que lhe seja dirigida e não quero que, quando isso possa vir a ser necessário, não tenha a convicção, a abnegação e a força suficiente para cumprir esse dever». Isto é honradez de um português que venera os heróis da nossa história.
Depois de ter acompanhado Bush desde quando este foi governador do Texas e de servir, talvez pressionando, o Presidente durante três anos, apareceu agora com umas memórias, de 341 páginas, que surpreenderam todos por nelas tecer duras críticas ao antigo mentor que acusa, por exemplo, de ter enviado os EUA para "uma guerra desnecessária no Iraque". Refere que "a resposta falhada ao Katrina foi agravada por decisões anteriores como a ida para uma guerra sem planeamento adequado, nem preparação do pós-guerra".
Porquê, então, tanto entusiasmo como porta-voz? Porque permaneceu três anos nessas funções, em apoio de tais erros do seu patrão? Porque não saiu dessas funções? Será que nessa altura não era inteligente e agora é?
O que agora diz é do conhecimento de quem acompanhou as notícias internacionais, mas o facto de ter colaborado na campanha de propaganda da Casa Branca, em realidades que achava erradas, demonstra, deslealdade, falta de franqueza, oportunismo, desonestidade, falta de carácter. Vir agora afirmar tais erros, mais do que inconstância, é uma confissão da sua instabilidade que é mais nefasta para a sua imagem do que para a de Bush que já é sobejamente conhecido.
Isto tem odor de ambição, primeiro para ser pago pela Casa Branca e depois por interesses opostos ao Presidente que lhe terão oferecido mais. Já não há sinceridade nem amor à camisola, mas apenas o interesse no dinheiro.
No campo oposto, recordo a atitude honesta de um Sr. major de Cavalaria, conhecido por «Sistema», que sendo chefe da segurança do PR Costa Gomes e começando a não gostar de atitudes deste, pediu para sair dessas funções e disse para os seus companheiros de trabalho: «tenho por dever colocar-me ente o PR e uma bala que lhe seja dirigida e não quero que, quando isso possa vir a ser necessário, não tenha a convicção, a abnegação e a força suficiente para cumprir esse dever». Isto é honradez de um português que venera os heróis da nossa história.
7 comentários:
Um texto, sem dúvida, naquilo a que o amigo nos habituou, sério, leal, e com responsabilidade. Assim fossem, como diz, os bajuladores do poder, e este mundo não andaria concerteza de candeias às avessas.
Pela parte que me toca, e porque me vou informando, dos EUA, nada de bom virá algum dia, nem que venha coberto de mel, será na sua maior essência "fel" e a desgraça.
Abraços do Beezz
Caro Beezz,
Francamente gostava de ter razão para não ser tão pessimista como o meu amigo.
Há pensadores actuais que estão a lamentar que não haja neste momento uma potência com capacidade para manter alguma disciplina nas relações internacionais. O mundo multipolar afigura-se para os observadores mais conhecedores e imparciais, mais caótico e confuso. E como há muitos estados com a bomba nuclear, pode por razões fúteis ser desencadeado um conflito grave.
Mas, como as suas palavras deixam ver, os EUA estão muito depauperados. Em 2002, Emmanuel Todd escreveu o livro «APÓS O IMPÉRIO, ensaio sobre a decomposição do sistema americano» que constitui uma previsão, quase uma certidão de óbito para a América que ainda mexe.
Oxalá o mundo se comporte bem nas mudanças que se aproximam.
Abraço
A. João Soares
Colega A.João Soares
Grata pelos seus comentários,sempre
muito sóbrios e bem fundamentados.
Desejo um bom fim de semana,
Ana Martins
Passando para desejar um excelente mês de Junho para os autores deste blog que sempre nos brindam com textos repletos de consciência política, como este.
Um abraço.
Ana Martins e Odele Souza,
Sejam sempre bem vindas a este blog. Pela minha parte considero todos os colaboradores muito interessados em trazer aqui temas de grande interesse para os portugueses. Estamos abertos a todos os comentários bem intencionados que ajudem a aprofundar e a alargar o conhecimento dos temas focados. muitas vezes um comentário discordante, se colocado de forma urbana permite uma troca de argumentos muito interessante. Em cada assunto não pode haver apenas uma opinião aceitável, dependendo do ponto de vista de cada um. As opiniões, na sua globalidade, dão uma visão mais completa do assunto.
Bom fim-de-semana
João
A honestidade começa a rarear na política, infelizmente. Poucos se interessam hoje por política, e a culpa é dos que a têm protagonizado precisamente com pouca honestidade.
Abraço do Zé
Caro Zé,
Bom filósofo é o povo.
As suas palavras sábias são uma boa resposta à dúvida levantada por Cavaco Silva no 25 de Abril.
Abraço
A. João Soares
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