26 julho 2007

A CRIANÇA QUE NÃO CHEGOU A NASCER

05 De Outubro.

Hoje teve início a minha vida. Pai e mãe não sabem. Eu sou menor que um alfinete, contudo, sou um ser individual.

Todas as minhas características físicas e psíquicas já estão determinadas. Terei os olhos do pai e os cabelos castanhos e ondulados da mãe. E isso também é certo: eu sou uma menina.

19 De Outubro.

Hoje começa a abertura de minha boca. Dentro de um ano poderei sorrir quando meus pais se inclinarem sobre meu berço.

A minha primeira palavra será “mama”. Seria verdadeiramente ridículo afirmar que eu sou somente uma parte de minha mãe. Isso não é verdade, pois sou um ser individual.

25 De Outubro.

O meu coração começou a bater. Ele continuará sua função sem parar jamais, sem descanso, até o fim dessa minha existência. De fato, é isso uma grande dádiva de Deus.

02 De Novembro.

Os meus braços e as minhas perninhas começaram a crescer até ficarem perfeitas para o trabalho; isto requererá algum tempo, mesmo depois de meu nascimento. Assim que for possível, enroscarei meus bracinhos no pescoço da mamã e lhe direi o quanto eu a amo.

20 De Novembro.

Hoje, pela primeira vez, minha mãe percebeu, pelo seu coração, que me traz em seu seio. Acho que ela teve uma grande alegria.

28 De Novembro.

Todos os meus órgãos estão completamente formados. Eu sou muito grande.

02 De Dezembro.

Logo mais poderei ver, porém, meus olhos ainda estão costurados com um fio.

Luz, cor, flores... como deve ser magnífico! Sobretudo, enche-me de alegria o pensamento de que deverei ver minha mãe... Oh! Se não tivesse que esperar tanto tempo! Faltam ainda mais de seis meses.

12 De Dezembro.

Crescem-me os cabelos e as sobrancelhas. Já imagino como minha mãe ficará contente com a sua filhinha!

24 De Dezembro.

O meu coraçãozinho está pronto. Deve haver crianças que nascem com o coração defeituoso. Neste caso, precisam sujeitar-se a delicada cirurgia para corrigir o defeito. Graças a Deus o meu coração não tem nenhuma anomalia, e serei uma menina cheia de vida e forças. Todos ficarão alegres com meu nascimento.

28 De Dezembro.

Hoje minha mãe amanheceu diferente, está um pouco angustiada. Mas uma coisa é certa: nós vamos sair para um passeio.

Creio que ela quer se distrair um pouco, talvez comprar roupinhas para mim. É isso mesmo, estamos saindo para algum lugar.

Ih! Acho que estamos entrando em uma clínica. Deve ser para verificar se a minha saúde vai bem. Que óptimo! Quando eu sair daqui, direi à minha mamã o quanto lhe sou grata.

O médico está chegando...

Mas... esses instrumentos não são para um exame... Não mamã! Não deixe ele se aproximar!

Ai, que horror! Esta é uma clínica de aborto! Socorro! Deixem-me nascer!

... Ninguém escuta meus gritos!

E meus sonhos de felicidade...

Minha vontade de ver a luz, as flores, as cores...

Tudo acabado...

Sim... Hoje... Hoje minha mãe me assassinou...

***

A história é dramática e triste, mas, infelizmente, se repete diariamente nas clínicas de aborto do nosso país ou em casas de pessoas que se alimentam com o dinheiro ganho com o sangue de vítimas indefesas.

Hoje já não se pode mais alegar que o feto não é um ser individual, distinto da mãe, pois a ciência afirma o contrário todos os dias.

Assim, tanto quem pratica o aborto quanto quem o consente, deverá responder perante as Leis Divinas sobre esse crime.

Pensemos nisso!

5 comentários:

Pedro Martins Lopes disse...

ESte post dá mesmo que pensar...

Jinhos e Abraços

Anónimo disse...

Belo pensamento, na continudade da Vida Humana - como tal.
Continuo a gostar de ler o que a sua alma transmite.

Beezzblogger disse...

Oi Naty, é de facto uma história comovente, sem dúvida, mas outras há, e casos bem reais, de crianças que nasceram, e essas que falam, brincam, choram, enfim fazem tudo que uma criança faz. Porém, muitas dessas crianças, são criadas sem amor, sem ternura e carinho, são crianças indesejadas, pois trouxeram não a infelicidade, mas os meios de a obter. Essas são as mesmas crianças abandonadas muitas delas à sua sorte, em instituições ou não, mas de certa forma abandonadas, outras há que são abusadas, maltratadas e violadas.

Eu, sou um defensor da vida, não sou apologista de mártires, ou de cristos. Estas crianças, as que as mães não tiveram o discernimento por um lado, ou a oportunidade por outro, de fazer a IVG, sofrerão toda a sua juventude, tudo aquilo que uma criança deseja ter, estas crianças não tem.

O estado por seu lado, em vez de ajudar estas mães, volta-lhe as costas, e a sociedade, arrogante, e hipócrita, olha-as de soslaio, olha-as com pena, mas no entanto, acobarda-se.

Esta história, minha cara Naty, é ficção, ainda que comovente, como já o disse, mas mais comovente é a dura realidade, aquela em que vivemos.

Deixe-me só dar-lhe um exemplo real, ao qual assisti de perto:

"Passava-se o ano de 1993, saia da tropa, e encontro um amigo de longa data, que através de outro conhecia a "Maria", a "Maria" era uma miúda bonita (18 anos)jeitosa para a idade, e namorava com o "Abel" à dois anos, só que este enveredou por uns caminhos menos próprios e a "Maria", que o adorava, fingia que não via. Um belo dia eu disse-lhe:
- Tu sabes o que o "Abel" anda a fazer? Sabes que ele anda metido na droga e a roubar? Ontem assaltou o supermercado de frente à minha casa, não sabias, pois não?
Eu trabalhava sem saber com o pai da "Maria", o que é certo é que a miúda descobre que está grávida, da Daniela, e decidiu ter a criança. Separou-se do "Abel", e juntou-se mais tarde 4 anos com o "José", levou a filha de casa dos pais, para desgosto destes, a Daniela é um a menina encantadora. mas o "José" sente a dada altura, com o desenrolar dos acontecimentos e devido ao forte amor que a mãe nutre pela filha, sente ciúmes e começa a maltratar a Dniela. Entrevi uma vez, a pedido do Pai dela, o meu colega de trabalho, dei uma sova no "José", que também era meu amigo, mas jurei jamais fazer algo igual, pois perdi uma amiga, perdi um amigo, e jamais poderei esquecer os olhos da Daniela, que me imploravam para que lhe acaba-se com o sofrimento. A Daniela, sofre de grandes mazelas e sequelas devido aos Maus tratos, O "José" está preso, a mãe internada no MAgalhães lemos, e o Pai dela entretanto faleceu, com desgosto."

Bom, nestes casos da IVG, há que haver bom senso, ouço a "Maria" dizer, que se tivesse abortado, A Daniela não sofria.

Tenho para mim, que não cabe a nós decidir ceifar uma vida, e então cabe-nos a nós trazê-la ao mundo para sofrer?

beijos Querida amiga Naty, pois esta minha opinião, é a minha e ninguém me pode condenar por isso.

Parabéns pelo Post.

Beezzblogger

Maria Soledade disse...

Porra Naty!Fizeste-me chorar.Eu sou a favor da vida,custa-me aceitar o aborto,talvez porque sofri muitos(espontâneos), até conseguír vencer uma gravidez.Uma menina(embora muito prematura),mas que hoje com 20 anos está uma mulher linda!

Beijo

João Antônio disse...

Oi,

a poucos dias, eu recebi um vídeo por e-mail que tinha na íntegra este crime de uma forma brutal. Penso que um feto é mais forte que o ser humano depois de nascido, porque lutar pela vida é algo que aprendemos muito antes de nascermos. Não sei como há pessoas que são a favor da liberação deste ato que Deus cobrará com um alto preço. Somente ele pode tirar a vida porque Ele é o dono da vida

Navegando por outros blogs encontrei o seu

Abraços

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Atribuído Pela nossa querida amiga e colaboradora deste espaço, a Marcela Isabel Silveira. Em meu nome, e dos nossos colaboradores, OBRIGADO.

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