"Os meninos nasciam e, quando os papás os fossem registar, receberiam os seguintes diplomas:
- Certificado com aprovação do exame do primeiro, segundo e todos os ciclos que vierem a inventar;
- Carta de condução;
- Certificado de curso superior (e, de acordo com Bolonha, seria então bacharelato) para qualquer curso (o espaço ficaria em branco para o jovem escrever a sua escolha).
Enfim, desta forma poupava-se muito trabalho, despesa e sofrimento. Ao Estado, aos pais e professores, e aos "velhos do Restelo" que olham atónitos para as leis, cada uma que é promulgada, mais absurda do que a anterior.
Pensam que estou a brincar? Mas vejam bem: os trabalhos de casa, segundo os especialistas (!), traumatizam as crianças. Ninguém pode chumbar a não ser que os pais deixem. Se não lhes apetecer ir às aulas, que, como se sabe, são uma grandessíssima chatice, o Estado providencia exames especiais, tantas vezes quantas as que forem necessárias até os pobrezinhos passarem.
Passarem para onde? Para lado nenhum! Temos, cada vez mais, licenciados analfabetos, convencidos de que sabem tudo, com a agravante de uma sociedade que apenas faz uma coisa: pedir desculpas! Desculpas de quê?
Mas, afinal, quando é que conseguimos ultrapassar estes complexos pós-revolução e perceber que autoridade não é o mesmo que o autoritarismo e que NÃO SOMOS TODOS IGUAIS!
Para além do respeito devido a todos os seres humanos, existem pessoas cuja posição na vida dos jovens carece de respeito por inerência: os pais, os professores, os mais velhos, etc., etc.
Pena é que sejamos nós a não saber ocupar o nosso lugar!"