14 julho 2008

Código da estrada, um equívoco

A diarreia legislativa, poderá ter um efeito positivo, o de convencer os políticos que podem dormir descansados porque pariram uma lei. Mas, além desse alívio pessoal, raramente uma lei, e são tantas que ninguém conhece, nem o próprio PM (carros eléctricos e seus impostos), produz o efeito que era suposto conseguir. Saiu, há tempos, uma lei sobre armas de que muita propaganda se fez e que não resultou na diminuição de crimes violentos de que todos os dias há conhecimento pelos noticiários e de que, há dias, na Apelação, Loures, resultou o espectáculo que se viu através de vídeos de amadores. E, além disto, tem havido apreensões de centenas de armas proibidas que andam por aí em «boas mãos».

Hoje vem mais uma notícia que mostra a ineficácia do Código da Estrada. Um homem de 60 anos, motorista de profissão, tinha a carta de condução apreendida por força de uma infracção grave, estando, por isso, inibido de conduzir mas, apesar disso, foi «apanhado» a conduzir sob efeito do álcool por volta das 19 horas, apresentando uma taxa de alcoolemia de 2,04 g/l. E, como se isso já não fosse muito grave, foi «apanhado» segunda vez, pouco mais de quatro horas depois, pelas 23,30 horas, com uma taxa de 1,65 g/l. Por isso, além dos crimes de condução sob o efeito do álcool, terá também de responder em tribunal por vários crimes de desobediência.

Qual o efeito do Código que tanto prazer dá, todos os anos, aos legisladores a acrescentarem mais umas pitadas de sadismo para dificultarem a vida a quem conduz? Ninguém é castigado de forma eficiente por infringir o Código, mas sim por ser «apanhado» em falta, o que acontece raramente. Se o homem estava inibido de conduzir é porque isso representava perigo para terceiros, os quais continuaram em perigo, porque ele continuou a conduzir impunemente. Depois foi «apanhado» com álcool a mais, o que pela lei se presume que representa perigo para os outros utentes da estrada, porém, continuou a conduzir até ser «apanhado» quatro horas depois.

Senhores governantes, isto é uma comédia, uma palhaçada, em que a vida das pessoas está em perigo permanentemente porque não sabemos se os outros condutores estão habilitados a conduzir, se estão em boas condições físicas e mentais, se têm seguro, se o carro foi inspeccionado, etc. etc. Afinal que garantia de segurança nos dá a existência de um Código das Estradas?

6 comentários:

Beezzblogger disse...

Meu amigo A João Soares, corroboro na íntegra o que escreveu, e eu que ando na estrada todos os dias, várias centenas de quilómetros por dia, vejo cada cena (Não que eu não cometa erros) mas nunca fui apanhado em excesso de álcool, pois não bebo durante as horas de serviço, e só bebo à noite ao jantar. Mas de facto estas leis são feitas para não serem eficazes, veja-se o caso daquele jovem aqui em Gondomar, que já era indiciado pela polícia por conduzir sem carta e que atropelou aqueles jovens de propósito em Fânzeres, e que após ser presente ao juiz, foi posto em liberdade com termo de identidade e residência e até houve quem o visse de carro outra vez...

É esta situação, muitas outras mais de que fala Marinho Pinto, com as quais corroboro veementemente, pois isto está podre...

Abraços do Beezz

A. João Soares disse...

Caro Beezz,
As leis são feitas por capricho dos políticos sem terem a noção daquilo que estão a escrever, da viabilidade de controlar e de punir quem prevarica. Se a polícia já «apanha» poucos e se esses recebem as bênçãos dos juízes, para que serve o Código?
Repare que as notícias já não dizem «foi detido por infringir a lei», mas dizem «foi detido por ser apanhado em infracção» o mal e ser apanhado, não é infringir.
Estamos num país de anedota.
Um abraço
A. João Soares

Beezzblogger disse...

Oh meu caro amigo, mas que anedota!!!
Já viu o outro, o Murat, do caso MADDIE, que vai receber "centenas de milhares de euros" de indemenização!!! Que deus me perdoe, mas o caso MADDIE não passou do maior embuste dos últimos 1000 anos...

Quanto ao assunto própriamente dito, é o que sabemos amigo, infelizmente.

Abraços do Beezz

A. João Soares disse...

Caro Beezz,
O mundo está virado ao contrário. Nada se compara ao que existia há 10 ou 15 anos!
Há forças poderosas a dominar os governos dos Países. A soberania nem resida na Nação nem nos governantes, mas sim na mão de poderosos internacionais.
Os nossos netos terão uma vida que não podemos imaginar, uns poucos seráo privilegiados, mas a maioria ser´+a escrava da máquina económica.
Abraço
A. João Soares

José Lopes disse...

A nossa Justiça já não merece sequer ser escrita com uma maiúscula, tal a trapalhada em que está metida, com leis a torto e a direito, com processos maiores que um comboio de mercadorias, e no entanto, com uma impunidade que nos deixa assustados.
Por vezes questiono-me sobre o que terão feito aqueles que estão nas cadeias, porque só ouço falar em penas suspensas, pulseiras electrónicas e em arguidos que aguardam em liberdade pela resolução de processos com mais de meia dúzia de anos.
Cumps

A. João Soares disse...

Caro Guardião,
E o resultado +é a criminalidade espontânea que grassa por aí fora. As pessoas fazem as piores coisas sem receio da Justiça. Os polícias são atacados e mortos, Não há respeito por coisa alguma. De colarinho branco ninguém é preso, a não ser o Vale e Azevedo. Dizem que a lei é igual para todos mas só os mais desprotegidos é que são penalizados.
Maus tempos se avizinham!
Abraço
A. João Soares

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Atribuído Pela nossa querida amiga e colaboradora deste espaço, a Marcela Isabel Silveira. Em meu nome, e dos nossos colaboradores, OBRIGADO.

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