27 abril 2009

SOSSEGO VETERANO

Como é bom e sossegado esperar por ela
Com quem não vamos ter, mas nos vai receber
Após tanta canseira, dificuldade e coisas belas
Cá estamos nós, ombro a ombro, sem a temer

Nesta casa, tantas vezes juntos na mesma janela
Esta fica donde outros como nós irâo olhar
Cada dia que passa estamos a despedir-nos dela
Com a serenidade que resta do nosso madrugar

David Santos in Poiesis - 2005

ACOMPANHANTE DE LUXO

Percorre as pedras da calçada,
Já gastas, velhas mas intactas
Sorve o silêncio da noite enluarada
E descobre que na vida tem o nada!
Foram anos de mentiras sem afagos,
Que passaram a correr em passos largos,
E hoje na frieza desse quarto,
O dinheiro que ganhou vendendo o corpo,
Deu-lhe o luxo mas com o sabor amargo,
Do passado que repele e quer morto!
Mas na vida tudo tem um preço,
E sofre sozinha os desvarios,
Do amor que negou num arremesso
Sentindo no vazio o seu castigo!


Ana Martins
Escrito a 26 de Outubro de 2008

Inspirado numa história verídica.

25 abril 2009

RECORDANDO!...35 ANOS DEPOIS

Imagem da net


O que eu vi,
Eram flores,
Cravos vermelhos
Vencendo a censura,
Rostos... Espelhos
De euforia nas ruas!

O que eu ouvi,
Eram vozes,
Cânticos alegres
Entoando liberdade,
Lágrimas com vestes
De fé e verdade!

O que eu senti,
Foi coragem e união
Num povo de garra
E destreza,
Amor pela Pátria
Que chorava então
A liberdade presa!


Ana Martins
Escrito a 25 de Abril de 2009


EM HOMENAGEM A TODOS OS QUE TÃO CORAJOSAMENTE LUTARAM PELA LIBERDADE COM DEVERES E DIREITOS COMO O RESPEITO, VERDADE E HONESTIDADE. VALORES HOJE INFELIZMENTE JÁ QUASE ESQUECIDOS.

LIBERDADE


Ao longo destes 35 anos de democracia,
fala-se muito de liberdade
Mas essa liberdade,

ainda não chegou a muitos e muitos de nós
Porque só se é verdadeiramente livre,

quando se faz, diz, ou pensa
Sem que alguma coisa ou alguém,

nos condicionar
E pensarmos,

pela nossa própria cabeça
E andarmos,

pelos nossos próprios pés
Sem falsos moralismos.
Sejam eles: religiosos,

económicos, políticos, ou sociais
Aí sim!

Seremos verdadeiramente...livres.

Mário Margaride

24 abril 2009

35 ANOS DEPOIS, URGE A MUDANÇA...

Foi, faz hoje, 35 Anos, que as Forças Armadas Portuguesas, pelo então denominado movimento MFA, liderado por Otelo Saraiva de Carvalho, Salgueiro Maia, entre outros, pôs cobro a uma ditadura duradoura de mais de 40 e tal anos, primeiro pela mão de António de Oliveira Salazar, depois por Marcelo Caetano, este último tendo-se exilado no Brasil, após o golpe do dito movimento, apoiada por milhares de populares, sedentos de liberdade. Eu nesse dia, estava a escassos 24 dias de completar 2 anos de idade, e alheio ao que se passava, como era normal para uma criança daquela idade. No entanto, por tradição familiar, e por formação ideológica, sinto-me um cidadão de Abril, sinto-me livre, e só seremos verdadeiramente livres, se nos sentir-mos como tal.

Hoje, passados estes 35 anos, muita coisa mudou, basta ouvir os meus pais, avós, e amigos que viveram intensamente, da direita à esquerda, os conturbados dias do pós 25 de Abril de 1974. Seguiram-se as nacionalizações (hoje também se nacionalizam os prejuízos, veja-se o caso BPN) dos lucros e do grande capital, dando ao povo a hipótese da DEMOCRACIA, fazendo jus ao nome, de se governar, o PREC, que depois foi deposto com o 25 de Novembro, mas conseguiu-se algo de muito bom, do mal que também se conseguiu, que foi a LIBERDADE.

O mal, salta à vista, nem preciso de enumerar, basta olharem à volta, a indústria, as pescas, a agricultura, etc. onde páram? Que é feito delas? Foram dadas aos filhos e netos, das tais vinte a tal famílias da Élite, da cúpula, Maçons e Opus Dei, que sempre mandaram cá no nosso Jardim. Demos a LIBERDADE para nos roubarem, para nos tirarem a Justiça e a educação, dois pilares fundamentais para um estado de direito, seja ele democrático, ou outro coisa qualquer que é este o nosso. Vamos ter de fazer o contra golpe, o contra golpe do 25 de Novembro, esse que deu de volta ao fascismo, aquilo que os militares deram ao povo no 25 de Abril de 1974. Se ainda vamos a tempo? Não sei, sei que urge a mudança.

Carlos Rocha (Beezz) "Hasta La Vitória, Siempre!"


Deixo-vos, para terminar, um texto de António Barreto, que saiu no Jornal Público, e que não me recordo agora da data, para que não esqueçamos, os nossos verdadeiros problemas, e nos dar alento de LUTAR.

"Sócrates, o ditador' por António Barreto

A saída de António Costa para a Câmara de Lisboa pode ser interpretada de muitas maneiras. Mas, se as intenções podem ser interessantes, os resultados é que contam. Entre estes, está o facto de o candidato à Autarquia se ter afastado do Governo e do Partido, o que deixa Sócrates praticamente sozinho à frente de um e de outro. Único senhor a bordo tem um mestre e uma inspiração. Com Guterres, o primeiro-ministro aprendeu a ambição pessoal, mas, contra ele, percebeu que a indecisão pode ser fatal, ao ponto de, com zelo, se exceder:
Prefere decidir mal, mas rapidamente, do que adiar para estudar. Em Cavaco, colheu o desdém pelo seu partido. Com os dois e com a sua própria intuição autoritária, compreendeu que se pode governar sem políticos. Onde estão os políticos socialistas? Aqueles que conhecemos, cujas ideias pesaram alguma coisa e que são responsáveis pelo seu passado?
Uns saneados, outros afastados. Uns reformaram-se da política, outros foram encostados. Uns foram promovidos ao céu, outros mudaram de profissão. Uns foram viajar, outros ganhar dinheiro. Uns desapareceram sem deixar vestígios, outros estão empregados nas empresas que dependem do Governo. Manuel Alegre resiste, mas já não conta. Medeiros Ferreira ensina e escreve. Jaime Gama preside sem poderes. João Cravinho emigrou. Jorge Coelho está a milhas de distância e vai dizendo, sem convicção, que o socialismo ainda existe. António Vitorino, eterno desejado, exerce a sua profissão. Almeida Santos justifica tudo. Freitas do Amaral reformou-se. Alberto Martins apagou-se. Mário Soares ocupa-se da globalização. Carlos César limitou-se definitivamente aos Açores. João Soares espera. Helena Roseta foi à sua vida independente. Os grandes autarcas do partido estão reduzidos à insignificância. O Grupo Parlamentar parece um jardim-escola sedado. Os sindicalistas quase não existem. O actual pensamento dos socialistas resume-se a uma lengalenga pragmática, justificativa e repetitiva sobre a inevitabilidade do governo e da luta contra o défice. O ideário contemporâneo dos socialistas portugueses é mais silencioso do que a meditação budista. Ainda por cima, Sócrates percebeu depressa que nunca o sentimento público esteve, como hoje, tão adverso e tão farto da política e dos políticos. Sem hesitar, apanhou a onda. Desengane-se quem pensa que as gafes dos ministros incomodam Sócrates. Não mais do que picadas de mosquito. As gafes entretêm a opinião, mobilizam a imprensa, distraem a oposição e ocupam o Parlamento. Mas nada de essencial está em causa. Os disparates de Manuel Pinho fazem rir toda a gente. As tontarias e a prestidigitação estatística de Mário Lino é pura diversão. Não se pense que a irrelevância da maior parte dos ministros, que nada têm a dizer para além dos seus assuntos técnicos, perturba o primeiro-ministro. É assim que ele os quer, como se fossem directores-gerais.
«Só o problema da Universidade Independente e dos seus diplomas o incomodou realmente.»
Mas tratava-se, politicamente, de uma questão menor. Percebeu que as suas fragilidades podiam ser expostas e que nem tudo estava sob controlo. Mas nada de semelhante se repetirá. O estilo de Sócrates consolida-se. Autoritário, Crispado, Despótico, Irritado, Enervado, Detestando ser contrariado. Não admite perguntas que não estavam previstas ou antes combinadas. Pretende saber, sobre as pessoas, o que há para saber. Tem os seus sermões preparados todos os dias. Só ele faz política, ajudado por uma máquina poderosa de recolha de informações, de manipulação da imprensa, de propaganda e de encenação. O verdadeiro Sócrates está presente nos novos bilhetes de identidade, nas tentativas de Augusto Santos Silva de tutelar a imprensa livre, na teimosia descabelada de Mário Lino, na concentração das polícias sob seu mando e no processo que o Ministério da Educação abriu contra um funcionário que se exprimiu em privado. O estilo de Sócrates está vivo, por inteiro, no ambiente que se vive, feito já de medo e apreensão. A austeridade administrativa e orçamental ameaça a tranquilidade de cidadãos que sentem que a sua liberdade de expressão pode ser onerosa. A imprensa sabe o que tem de pagar para aceder à informação. As empresas conhecem as iras do Governo e fazem as contas ao que têm de fazer para ter acesso aos fundos e às autorizações. Sem partido que o incomode, sem ministros politicamente competentes e sem oposição à altura, Sócrates trata de si. Rodeado de adjuntos dispostos a tudo e com a benevolência de alguns interesses económicos, Sócrates governa. Com uma maioria dócil, uma oposição desorientada e um rol de secretários de Estado zelosos, ocupa eficientemente, como nunca nas últimas décadas, a Administração Pública e os cargos dirigentes do Estado. Nomeia e saneia a bel-prazer. Há quem diga que o vamos ter durante mais uns anos. É possível. Mas não é boa notícia. É sinal da impotência da oposição. De incompetência da sociedade. De fraqueza das organizações. E da falta de carinho dos portugueses pela liberdade."

23 abril 2009

UM POEMA (No Dia Mundial do Livro)

Um poema
São sentimentos,
Noites frias ou desejo,
Pedras soltas, folhas ao vento,
Solfejos do pensamento,
Delírios com traquejo.

Um poema
São desabafos,
Convulsões, estados de alma,
Frémitos ardentes... Doces pecados,
Elixir da paz que acalma.

Um poema
São loucuras,
Lágrimas contidas ou choradas,
Páginas tantas... Vidas duras,
Grandes males, pequenos nadas!


Ana Martins
Escrito a 8 de Abril de 2009

Ilha das Flores!!

Considerado um dos melhores documentários em curta-metragem do cinema brasileiro, o filme fala sobre a pobreza do povo brasileiro de forma única e irônica, através da Ilha das Flores, que serve como depósito de comida que a classe média não consome e banquete para os necessitados.
Seguindo a idéia do Beezz (membro e moderador do Blog), resolvi postar um curta filmado na cidade de Porto Alegre onde moro...Pena que após 20 anos ele continue atual...



22 abril 2009

GLOBALIZAÇÃO, NÃO!!!

As imagens, valem mais do que mil palavras... sinto-me REVOLTADO...


Cega-me a foice…

As terras áridas de centeio
correm-me nas veias,
o negro espalha-se
pelos campos da fome,
gela-me o frio
sobre as palhas
do trigo sem sustento.

Cega-me a foice…
…na cegueira da colheita

Os trigais secaram
na boca de quem os alimenta,
as mãos enrugadas
carregam o fardo
no vazio
das cinzas avermelhadas
queimadas em solidão.

Cega-me a foice…
…na cegueira do nada
que me resta.

20 abril 2009

PORTUGAL, UM PAÍS DE POBRES?

Recebi de um amigo, o seguinte texto, que decidi partilhar convosco, lido até ao fim, tem a sua lógica, mas eu tenho uma outra ideia sobre o assunto, muito mais realista do que a do autor do texto:

Estava há dias a falar com um amigo meu Nova-iorquino que conhece bem Portugal, o Eddie Cox, que alguns de vós conheceu da última vez que cá esteve num barbecue em minha casa… Dizia-lhe eu à boa maneira portuguesa de “coitadinhos” :

- Sabes Eddie, nós os portugueses somos pobres …

Esta foi a sua resposta:

- Joe, como podes tu dizer que sois pobres, quando sois capaz de pagar por um litro de gasolina, mais do triplo do que pago eu? Quando vos dais ao luxo de pagar tarifas de electricidade, de telemóvel 80 % mais caras do que nos custam a nós nos EUA? Como podes tu dizer que sois pobres quando pagais comissões bancárias por serviços bancários e cartas de crédito ao triplo que nos custam nos EUA? Ou quando podem pagar por um carro que a mim me custa 12.000 US Dólares e vocês pagam mais de 20.000 EUROS, pelo mesmo carro? Podem dar mais de 8.000 EUROS de presente ao vosso governo e nós não. Joe, francamente não te entendo! Nós é que somos pobres: por exemplo em New York o Governo Estatal, tendo em conta a precária situação financeira dos seus habitantes cobra somente 2 % de IVA, mais 4% que é o imposto Federal, isto é 6%, nada comparado com os 20% dos ricos que vivem em Portugal. E contentes com estes 20%, pagais ainda impostos municipais.

Além disso, são vocês que têm “ impostos de luxo” como são os impostos na gasolina e gás, álcool, cigarros, cerveja, vinhos etc, que faz com que esses produtos cheguem em certos casos até certos a 300 % do valor original., e outros como imposto sobre a renda, impostos nos salários, impostos sobre automóveis novos, sobre bens pessoais, sobre bens das empresas, de circulação automóvel.

Um Banco privado vai à falência e vocês que não têm nada com isso pagam, outro, uma espécie de casino, o vosso Banco Privado quebra, e vocês protegem-no com o dinheiro que enviam para o Estado. E vocês pagam ao vosso Governador do Banco de Portugal, um vencimento anual que é quase 3 vezes mais que o do Governador do Banco Federal dos EUA…

Sois pobres onde Joe?

Um país que é capaz de cobrar o Imposto sobre Ganhos por adiantado e Bens pessoais mediante retenções, necessariamente tem de nadar na abundância, porque considera que os negócios da nação e de todos os seus habitantes sempre terão ganhos apesar dos assaltos, do saque fiscal, da corrupção dos seus governantes e autarcas. Um país capaz de pagar salários irreais aos seus funcionários de estado e de Empresas ligadas ao Estado.

Deixa-te de merdas Joe, sois pobres onde?

Os pobres somos nós, os que vivemos nos USA e que não pagamos impostos sobre a renda se ganhamos menos de 3.000 dólares ao mês por pessoa, isto é mais ou menos os vossos 2.370 €uros. Vocês podem pagar impostos do lixo, sobre o consumo da água, do gás e electricidade. Aí pagam segurança privada nos Bancos, urbanizações, municipais, enquanto nós como somos pobres nos conformamos com a segurança pública.

Vocês enviam os filhos para colégios privados, enquanto nós aqui nos EUA as escolas públicas emprestam os livros aos nossos filhos prevendo que não os podemos comprar.

Vocês não são pobres, gastam é muito mal o vosso dinheiro. Ou então, vocês Potugueses são uns estúpidos!

Que vou responder ao Eddie?

Por favor dêem-me sugestões.

E eu dou a minha, sugestão, ainda que toda a gente saiba, que neste mundo os Americanos, para terem este tipo de benesses, ou outras do género, expropriam, matam, roubam sem que ninguém levante a vós, ou sequer ouse contestar veementemente as suas acções, e porquê? Porque, na economia mundial, todos dependem dos espirros, das “ranhetas” dos Americanos.

Numa lógica do “tudo é terrorista”, sempre que se conteste, como fazem os povos árabes, a política externa dos EUA, servem-se do atropelo a tratados e convenções dos direitos humanos, para que a sua economia e o capitalismo sobreviva, arruinando outros, e muitos, milhares mesmo.

Para que o teu país, Eddie, seja tão pobre como dizes, e o meu, o meu miserável Portugal, tão rico, e tão cheio de coisas caras como descreves, cometem-se atentados terroristas, como a ocupação do Iraque, do Afeganistão, dos presos em Guantanamo, das atrocidades imensas em nome do “God bless America”.

Haja paciencia e paz de espírito, para aguentar esta vida…

Também publicado em: "Memorando Revolucionário"

18 abril 2009

O Equilíbrio Ômega-3 e Ômega-6

Existe grande número de trabalhos rigorosamente científicos que atestam a importância da escassez de ácidos gordurosos ômega-3 que veio se acentuando na maioria das dietas ocidentais no decorrer do século XX.
Os ácidos ômegas-3( ω-3) e ácidos ômega-6 (ω-6) são duas famílias de ácidos gordurosos poliinsaturados que são necessários para o crescimento, para as membranas celulares e para a produção de eicosanóides, que são mensageiros químicos que auxiliam na regulação da coagulação do sangue, da pressão sanguínea e da imunidade. Eles são necessários para o desenvolvimento ocular e do cérebro. Estes ácidos essências ( que não podem ser sintetizados pelo organismo )devem ser proporcionados pela dieta. É muito importante que eles sejam consumidos em proporção adequadas, 2 partes ou menos de ácidos ω -6 para 1 parte de ácidos ω- 3. Houve, no ultimo século, grande preponderância dos ácidos ômegas-6 e escassez dos ácidos ômegas-3 na nossa dieta, de 10 a 20 partes de ácidos ω-6 para 1 parte de ω-3.
O desequilíbrio entre os ácidos gordurosos essenciais esta sendo visto pelos cientistas com muita preocupação, pois acredita-se que a predominância dos ácidos da família ω-6 , juntamente com aumento do consumo das gorduras saturadas (animais), o alcoolismo, o tabagismo e a falta de atividade física, são responsáveis por muitas doenças atuais, como a arteriosclerose, a doença cardíaca coronária, a obesidade, o diabete, alguns tipos de câncer, a depressão e outras. Por isso, estão sendo feitas recomendações para enriquecer a dieta com produtos contendo ácidos ω-3 consumindo peixes (ou cápsulas de óleo de peixe), óleo de canola, semente de linho(linhaça),nozes Pecan, e verduras de folhas verdes e para reduzir os produtos que contêm ácidos ω-6 (principalmente óleos de vegetais ricos em ω-6, como óleos de milho, soja e de girassol, entre outros).
O homo habilis, nosso ancestral, viveu há 2 milhões de anos no Vale Rift da África oriental.
Ele deixou alguns instrumentos primitivos e por isso recebeu o nome de homem habilidoso. Alimentava-se com verduras, frutas e também carnes e peixes.
Na formação genética do Homo sapiens, uma das influencias mais importantes foi a alimentação. Um exemplo particularmente esclarecedor foi a evolução do cérebro humano, que triplicou de tamanho durante os últimos três milhões de anos. A pesquisa recente sugere que a dieta foi decisiva para permitir o aumento do tamanho do cérebro. Um cérebro maior e mais inteligente ocorre somente em condições ótimas. Grande quantidades de ácidos essenciais das famílias ω-6 e ω-3, foram necessários para a formação de uma estrutura ótima para o cérebro. Dessa forma, é explicada a expansão rápida do córtex cerebral em hominídeos, durante os dois últimos milhões de anos, graças à disponibilidade de um perfil de lipídeos contendo proporções iguais de ω-6 e ω-3. A algumas espécies de hominídeos tinham dietas em frutas, mas os nossos ancestrais diretos dependeram muito de peixe, abrindo a porta para a rápida evolução do cérebro. Esta sendo aceito que o acréscimo na disponibilidade de ácidos gordurosos essenciais de cadeias longas, especialmente ω-3, foram os impulsionadores do crescimento explosivo do cérebro; sem suas fontes abundantes , o complexo e único sistema nervoso humano não poderia ter se desenvolvido, independentemente de outros fatores.Mas, embora a nossa biologia tenha sido formada na era paleolítica, houve durante o último milênio, particularmente durante o último século, marcantes diferenças nos nossos hábitos e na nossa dieta. Elas iniciaram na Revolução Agrícola, há 10 mil anos e, especialmente, após a Revolução Industrial, no fim do século XVIII. Mas, não foram acompanhadas por mudanças na nossa biologia e na nossa genética. Portanto, uma alteração absoluta e relativa dos ácidos ω-3 e ω-6 ocorreu nos alimentos das sociedades ocidentais, durante os últimos 100 anos. Existia um equilíbrio entre ácidos ω-3 e ω-6, durante milhões de anos em que ocorreu a história evolucionaria do gênero Homo, e as alterações dietéticas ocorreram em resposta a essas influencias dietética. As alterações dietéticas que ocorreram durante os últimos 100-150 anos é um fenômeno totalmente novo na evolução humana.
Foi somente a partir da Revolução Industrial que as mudanças no consumo de alimentos ocorreram rapidamente. Essas mudanças são refletidas principalmente no aumento de consumo de gordura animal e nos desequilíbrios de ácidos ω-3 e ω-6. Nossa propensão para fritar sem motivos os alimentos aumenta o conteúdo de gordura. Assim, os humanos cozinharam seus alimentos durante varias centenas de milhares de anos, e possivelmente durante mais de um milhão de anos. Enquanto cozinhar no vapor e assar foram técnicas comuns, a fritura não.
Desenvolvemos suprimentos em proteínas, o que é útil em termos de crescimento. Mas em termos de gorduras, somente foi desenvolvida a gordura não essencial ( trans por exemplo) além dos ácidos ω-6 , amplamente presentes nos óleos vegetais processados; enquanto tornaram-se escassas as fontes de ácidos ω-3. Nossa fisiologia hoje é feita para funcionar com a dieta da Idade da pedra. Mas as mudanças mais importantes ocorreram em relação ás gorduras, com o seu impacto no metabolismo lipídico e nas funções endócrinas. Por isso os cientistas acreditam que surgiram mudanças fisiológicas responsáveis por muitas doenças modernas, como aterosclerose, depressão e câncer. Conforme eles acreditam, há muitas discrepâncias entre a nossa dieta atual e a dos nossos ancestrais embora nossa biologia seja a mesma; a maior delas está na falta de ácidos ω-3 e no excesso de ω-6.

Ficou claro, portanto , que houve um declínio na qualidade da nossa dieta. A maioria dos nutricionistas concorda que a dieta que foi adotada pelas sociedades ocidentais, durante o último século, contribuiu para o acentuado aumento de freqüências da doenças coronária, da obesidade, do diabetes e de alguns tipos de câncer. Conforme Alexander Leaf, médico do Masachusetts General Hospital e professor da Universidade de Harvard, “ somente neste século, estas doenças se transformaram em problemas de saúde dominantes”.
Por fim é recomendado a todos que aumentem a ingestão alimentos ricos em ω-3, consumam mais frutas e verduras diariamente, incluam feijões, ervilhas e nozes na alimentação , óleos de canola e oliva são bem vindos e diminuam as fontes ω-6 ,( frituras), gorduras trans, e óleos ricos em ω-6 como óleo de milho, soja e girassol.

Fonte: Livro Ômega-3 e ômega 6 o equilíbrio dos ácidos gordurosos essenciais na prevenção de doenças. Dr. Luis Alberto Fagundes.

17 abril 2009

O 17 de Abril, 40 anos depois

Por: Carlos Fiolhais
Hoje passam 40 anos sobre o 17 de Abril de 1969 , data que marca o início da Crise Académica de 1969 em Coimbra. O jornal coimbrão "Campeão das Províncias" pediu-me um depoimento pessoal que transcrevo aqui (na foto Osvaldo de Castro a falar aos estudantes na Via Latina em 1969) :Onde eu estava no dia 17 de Abril de 1969? Pois estava, em plena adolescência, no quarto ano do Liceu Normal de D. João III, que hoje se chama Escola Secundária de José Falcão, em Coimbra. Não tinha, como é óbvio, nessa época qualquer tipo de consciência política.E, no entanto, dei-me conta que me encontrava, passados alguns dias, numa cidade em guerra. De um lado os polícias e os guarda-republicanos (lembro-me que havia uns jipes com arame farpado à frente) e do outro os estudantes, senão todos os estudantes decerto a esmagadora maioria deles. O ambiente era mesmo marcial, embora não tivesse presenciado nenhum dos incidentes durante a greve aos exames de que mais tarde vim a tomar conhecimento. Dei-me conta que deixou de haver Queima das Fitas, uma festa onde me tinha habituado a ir como mirone (“ó senhor doutor dê-me uma plaquete!”).O chamado “luto académico” haveria de perdurar por longos anos, tendo eu participado dele. Sou tão participante do luto académico que não tive nem Queima das Fitas nem Latada nem sequer nenhum dos outros actos da praxe. Entrado em 1973 no curso de Física da Universidade de Coimbra, e tendo sido surpreendido pela Revolução de 25 de Abril de 1974, numa bela manhã, com a notícia a interromper uma aula de Análise Matemática, acabei por viver na Universidade de Coimbra os tempos agitados do PREC. Nessa época não havia praxes. Portanto, se os protestos estudantis de 17 de Abril tiveram uma influência directa na minha vida estudantil foi a de não praxar nem ser praxado. Devo confessar que a praxe nunca me fez qualquer falta.Mas tive, decerto, influências indirectas do Abril de 1969. Ainda em adolescente, pelo jornal “O Século” e pela revista “Século Ilustrado” (os dois publicações do século passado), percebi que um ano antes de Coimbra ter estado em guerra, Paris também o tinha estado, tendo aí as hostilidades sido bem mais violentas. Achei curiosíssimas as frases da Sorbonne: o meu francês, ainda que incipiente, dava para perceber “au dessou du pavé, il y a la plage” ou “soyons réalistes, demandons l'impossible”. Em 1979, quando, jovem licenciado, fui fazer o doutoramento em Frankfurt, na Alemanha, ainda encontrei, apesar de meio apagados, “grafitti” dessse mesmo tipo nos muros de uma universidade que também tinha estado revolta no final dos anos 60. Numa altura em que a minha mente estava em formação, as revoltas estudantis na Europa tinham necessariamente de me deixar marcas. Tentei perceber o que se tinha passado e porquê...Claro que em Portugal, ao contrário do que se passava na França e na Alemanha, havia em 1969 uma guerra nas colónias (nos "campus" dos Estados Unidos havia também lutas estudantis que tinham, pelo menos em parte, a ver com a guerra do Vietnam) e havia oposição ao regime (no curto semestre e meio universitário que vivi no tempo da “outra senhora”, lembro-me de encontrar panfletos oposicionistas nas casas de banho da Faculdade e de ter aulas interrompidas com protestos estudantis). Foi, por isso, com alívio que recebi a notícia do fim da guerra na altura dita do Ultramar. Quando, quase despido, me apresentei às inspecções militares em Junho de 1974, tinha acabado, felizmente, de se tornar inútil o meu recrutamento. Um coronel-médico a quem me queixei de miopia e daltonismo (se acaso a guerra voltasse eu não via bem o inimigo ao longe, nem sequer a cor dele se fosse vermelho) me perguntou se me queixava de mais alguma coisa, pensei, embora, por elementar prudência, não o tenha dito: “Senhor doutor, ainda aqui só estou há meia hora, mas, se permanecer mais meia hora, receio que vá haver mais queixas”.Hoje eu sei que não só não fui à guerra colonial como vivo em liberdade graças, entre outros movimentos sociais e políticos, ao movimento a que parcialmente assisti em Coimbra em 1969, sem dele na altura perceber grande coisa. O Abril, mais geral e decisivo, de 1974 é devedor do Abril estudantil de 1969. Embora indirecta, essa é, decerto, uma influência bastante forte que o 17 de Abril teve em mim e, felizmente, em muito mais gente da minha geração. Passados 40 anos essa bem pode ser a principal razão para que comemoremos o 17 de Abril.
publicado em: De Rerum Natura

Ave sem Asas Blogue destaque da 15ª semana Abril 2009


Estimados amigos, o resultado da votação a que estiveram sujeitos os blogues nomeados na semana 15, deste mês de Abril, em que foram nomeados os seguintes blogues:



Os blogues mais votados, foram o Ave sem Asas, com 55% e Clube das Repúblicas Mortas, com 22% da votação.

Desta forma o blogue destaque da Voz do Povo 15ª Semana, é o Ave Sem Asas e participará assim como o Clube das Repúblicas Mortas, na atribuição de destaque do mês de Abril.

Estejam atentos e participem nesta iniciativa.


Um abraço a todos

14 abril 2009

QUE MALDITOS OLHOS, OS MEUS!

Já não sei o que os meus olhos vêem,
Se saudade, se bondade, se maldade,
Sinceramente, não sei o que é que têm,
Perderam a noção da visibilidade?

Estarão cegos, mas pensam ver alguém?
Olham, mas notam nacos, grandes e pequenos,
Estão baralhados e perdidos, mas serenos
Ou olham mas não crêem no que vêem?

Que dó, eu tenho dos meus olhos…
Será que algum dia os meus olhos viram bem?
Fortunas, dizem-me eles, aos molhos…

Mas mais miséria, dizem-me, também,
Miseráveis de espírito, hoje, são donos,
Ricos de espírito, hoje, não são ninguém.

David Santos

EARTH WATER... CONHECE?

A água que comprada por nós, vai matando aos poucos a sede que vai pelo mundo! Já à venda em portugal.


Arrancou esta semana em Portugal um projecto pioneiro de solidariedade.

A água embalada Earth Water é o único produto no mundo com o selo do Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), revertendo os seus lucros a favor do programa de ajuda de água daquela instituição.

A nível nacional, a Earth Water é um projecto que conta com a colaboração da Tetra Pak, do Continente, da Central Cervejas e Bebidas, da MSTF Partners, do Grupo GCI e da Fundação Luís Figo.

Com o preço de venda ao público (PVP) de 59 cêntimos, a embalagem de Earth Water diz no rótulo que «oferece 100% dos seus lucros mundiais ao programa de ajuda de água da ACNUR», apresentando, mais abaixo, o slogan «A água que vale água».

Actualmente morrem 6 mil pessoas no mundo por dia por falta de água potável.
Com 4 cêntimos, o ACNUR consegue fornecer água a um refugiado por um dia.

EARTH WATER

"Todos os dias morrem seis mil pessoas devido à falta de água potável e destas, 80% são crianças. A cada 15 segundos morre uma criança devido a uma doença relacionada com a água.

Com a criação da Earth Water pretende fazer-se a diferença e melhorar estas estatísticas assustadoras. Ao desenvolver o conceito "You Never Drink Alone" pretende-se criar solução para a falta de água mundial.

RECEBIDO POR E-MAIL
Ana Martins

10 abril 2009

MUITO PREOCUPANTE...UM OCEANO DE PLÁSTICO!!!!

Durabilidade, estabilidade e resistência à desintegração. As propriedades que fazem do plástico um dos produtos com maiores aplicações e utilidades ao consumidor final, também o tornam um dos maiores vilões ambientais. São produzidos anualmente cerca de 100 milhões de toneladas de plástico e cerca de 10% deste total acabam nos oceanos, sendo que 80% desta fração vem de terra firme.


Foto do vórtex



No oceano Pácífico há uma enorme camada flutuante de plástico, que já é considerada a maior concentração de lixo do mundo, com cerca de
1000 km de extensão, vai da costa da Califórnia, atravessa o Havaí e chega a meio caminho do Japão e atinge uma profundidade de mais ou menos 10 metros . Acredita-se que haja neste vórtex de lixo cerca de 100 milhões de toneladas de plásticos de todos os tipos.
Pedaços de redes, garrafas, tampas, bolas , bonecas, patos de borracha, tênis, isqueiros, sacolas plásticas, caiaques, malas e todo exemplar possível de ser feito com plástico.
Segundo seus descobridores, a mancha de lixo, ou sopa plástica tem quase duas vezes o tamanho dos Estados Unidos.


Ocean Plastic



O oceanógrafo Curtis Ebbesmeyer, que pesquisa esta mancha há 15 anos compara este vórtex a uma entidade viva, um grande animal se movimentando livremente pelo pacifico. E quando passa perto do continente, você tem praias cobertas de lixo plástico de ponta a ponta.


Tartaruga deformada por aro plástico



A bolha plástica atualmente está em duas grandes áreas ligadas por uma parte estreita. Referem-se a elas como bolha oriental e bolha ocidental. Um marinheiro que navegou pela área no final dos anos 90 disse que ficou atordoado com a visão do oceano de lixo plástico a sua frente. 'Como foi possível fazermos isso?' -
'Naveguei por mais de uma semana sobre todo esse lixo'.
Pesquisadores alertam para o fato de que toda peça plástica que foi manufaturada desde que descobrimos este material, e que não foram recicladas, ainda estão em algum lugar. E ainda há o problema das partículas decompostas deste plástico. Segundo dados de Curtis Ebbesmeyer, em
algumas áreas do oceano pacifico podem se encontrar uma concentração de polímeros de até seis vezes mais do que o fitoplâncton, base da cadeia
alimentar marinha.


Todas a peças plásticas à direita foram tiradas do estômago desta ave


Segundo PNUMA, o programa das Nações Unidas para o meio ambiente, este plástico é responsável pela morte de mais de um milhão de aves marinhas
todos os anos. Sem contar toda a outra fauna que vive nesta área, como tartarugas marinhas, tubarões, e centenas de espécies de peixes.


Ave morta com o estômago cheio de pedaços de plástico


E para piorar essa sopa plástica pode funcionar como uma esponja, que concentraria todo tipo de poluentes persistentes, ou seja, qualquer animal que se alimentar nestas regiões estará ingerindo altos índices de venenos, que podem ser introduzidos, através da pesca, na cadeia alimentar humana, fechando-se o ciclo, na mais pura verdade de que o que fazemos à terra retorna à nós, seres humanos.

Fontes: The Independent, Greenpeace e Mindfully

Ver essas coisas sempre servem para que nós repensemos nossos valores e pricipalmente nosso papel frente ao meio ambiente, ou o ambiente em que vivemos.

Antes de Reciclar, reduza!


"Podemos ir longe, se começarmos de muito perto.

Em geral começamos pelo mais distante, o "supremo princípio", "o maior ideal", e ficamos perdidos em algum sonho vago do pensamento imaginativo.Mas quando partimos de muito perto, do mais perto, que é nós, então o mundo inteiro está aberto - pois nós somos o mundo.Temos de começar pelo que é real, pelo que está a acontecer agora, e o agora é sem tempo."
Krishnamurti


--
Para produzir 1 tonelada de papel são necessárias 10 a 20 árvores, 10.000L de água e 5MWh de energia. A protecção do ambiente deve ser uma preocupação de todos nós.

RECEBIDO POR E-MAIL
Ana Martins

09 abril 2009

Deputados: Abonos duplicam vencimentos

Carissimos leitores, há coisas que me indignam e me causam verdadeira repulsa, sobretudo as falsas promessas e a lata de quem por nós é eleito para defender os interesses do país e nos representar! Os senhores deputados que faltam aos plenários, que votam o código laboral retirando aínda mais direitos aos trabalhadores e aqueles que como Manuela Ferreira Leite, acham que o salário minimo nacional não deveria ser aumentado.A saber estes senhores que apenas estão na política para se servirem e não para servir o país, são principescamente pagos, e acham-se mal remunerados... para quem não sabe vejam só...

"Em Portugal, os deputados ganham 3708 euros de salário-base, o que corresponde a 50% do vencimento do presidente da República. Os subsídios de férias e de Natal são pagos em Junho e em Novembro e têm direito a10% do salário para despesas de representação. Como também lhes são pagos abonos de transporte entre a residência e São Bento uma vez por semana, e por cada deslocação semanal ao círculo de eleição, um deputado do Porto, por exemplo, pode receber mais dois mil euros, além do ordenado.
De acordo com o "Manual do Deputado", os representantes do povo podem estar no regime de dedicação exclusiva e acumularem com o pagamento de direitos de autor, conferências, palestras, cursos breves, etc.Como o fim da subvenção vitalícia irá abranger somente os deputados eleitos em 2009, os que perfaçam até ao final da legislatura 12 anos de funções (consecutivos ou intervalados) ainda a recebem, mas com menor valor. Quem já tinha 12 anos de funções quando a lei entrou em vigor - em Outubro de 2005 - terá uma subvenção vitalícia de 48% do ordenado base - pelo actual valor, quase 1850 euros - logo que completar 55 anos.


O Governo acautelou assim a situação de parte dos deputados do PS eleitos em 1995, com a primeira vitória de Guterres, pelo que ao fim de dez anos de actividade (até 2005) poderão auferir a pensão vitalícia que corresponde a 40% do vencimento-base - dez anos a multiplicar por 4% do vencimento base auferido quando saiu do Parlamento. A subvenção é cumulável com a pensão de aposentação ou a de reforma até ao valor do salário base de um ministro que é em 2008 de 4819,94 euros. Os subvencionados beneficiam ainda "do regime de previdência social mais favorável aplicável à Função Pública", diz o documento.Sócrates recebe pensão vitalícia José Sócrates tem direito à pensão vitalícia por ter 11 anos de Parlamento. Eleito pela primeira vez em 1987, esteve oito anos consecutivos em funções. Secretário de Estado do Ambiente e ministro da pasta nos Governos de Guterres, voltou em Abril de 2002, onde ficou mais três anos.Quem tem e vai ter a subvençãoAlmeida Santos (PS), Manuela Ferreira Leite, Manuel Moreira e Eduarda Azevedo (PSD), Narana Coissoró e Miguel Anacoreta Correia (CDS-PP) e Isabel Castro (PEV) já requereram a subvenção vitalícia. Outros 31 deputados, 20 dos quais do PS, poderão pedi-la, pois até ao fim de 2009 perfazem 12 anos de mandato, embora só se contabilizem os anos até 2005.

Salário cresceu 77 euros num ano Em 2007, o vencimento-base de um deputado foi 3631,40 euros. Este ano é de 3707,65 euros , segundo a secretaria-geral da AR. Um aumento de 77 euros.Presidir à AR dá direito a casa O presidente da Assembleia da República (AR) recebe 80% do ordenado do presidente da República - 5.810 euros. Recebe ainda um abono mensal para despesas de representação no valor de 40% do respectivo vencimento 2950 euros, o que perfaz 8760 euros. Usufrui de residência oficial e de um veículo para uso pessoal conduzido por um motorista.Dez têm carro com motorista Ao presidente do Conselho de Administração (José Lello), aos quatro vices-presidentes da AR - na actual legislatura, Manuel Alegre (PS), Guilherme Silva (PSD), António Filipe (PCP) e Nuno Melo (CDS-PP) - e aos líderes parlamentares é disponibilizado um gabine pessoal, secretário e automóvel com motorista.Benesses para a Mesa da AR Para os quatro vice-presidentes da AR (PS, PSD, CDS e PCP) e para os membros do Conselho de Administração, o abono é de 25% do vencimento 927 euros. Os seis líderes parlamentares e os secretários da Mesa têm de abono 20% do salário: 742 euros. Abono superior ao salário mínimo Os vice-presidentes parlamentares com um mínimo de 20 deputados (PS e PSD), os presidentes das comissões permanentes e os vice-secretários da mesa têm de abono 15% do vencimento - 555 euros. Mais 129 euros do que o salário mínimo nacional.Uso gratuito de correio, telefone e electricidadeOs governos civis, se solicitados, devem disponibilizar instalações para que os deputados atendam os media ou cidadãos. Os deputados podem transitar livremente pela AR, têm direito a cartão de identificação e passaporte especial e ao direito de uso e porte de arma. Podem também usar, a título gratuito, serviços postais, telecomunicações e redes electrónicas.
Ajudas de custo para os de fora Quem reside fora dos concelhos de Lisboa, Oeiras, Cascais, Loures, Sintra, Vila Franca de Xira, Almada, Seixal, Barreiro e Amadora recebe 1/3 das ajudas de custo fixadas para os membros do Governo (67,24 euros) por cada dia de presença em plenário, comissões ou outras reuniões convocadas pelo presidente da AR e mais dois dias por semana.Pára-quedistas ficam a ganhar. Os deputados que residem num círculo diferente daquele por que foram eleitos recebem ajudas de custo, até dois dias por semana, em deslocações que efectuem ao círculo, em trabalho político. Mas também os que, em missão da AR, viajem para fora de Lisboa. No país têm direito a 67,24 euros diários ou a 162,36 euros por dia se forem em serviço ao estrangeiro. Viagens pagas todas as semanas Quando há plenário, a quantia para despesas de transporte é igual ao número de quilómetros de uma ida e volta semanal entre a residência do parlamentar e S. Bento vezes o número de semanas do mês (quatro ou cinco) multiplicado pelo valor do quilómetro para deslocações em viatura própria. Uma viagem ao Porto são 600 quilómetros cinco vezes num mês, dá três mil. Como o quilómetro é pago a 0,39 euros, o abono desse mês é de 1170 euros.Viver na capital também dá abonoOs deputados que residam nos concelhos de Cascais, Barreiro, Vila Franca de Xira, Sintra, Loures, Oeiras, Seixal, Amadora, Almada e Lisboa recebem também segundo a fórmula anterior. Os quilómetros (ida e volta) são multiplicados pelas vezes que esteve em plenário e em comissões, tudo multiplicado por 0,39 euros. Ir às ilhas com bilhetes pagos A resolução 57/2004 em vigor, de acordo com a secretaria-geral da AR, estipula que os eleitos pelas regiões autonómas recebem o valor de uma viagem áerea semanal (ida e volta) na classe mais elevada entre o aeroporto e Lisboa, mais o valor da distância do aeroporto à residência. Por exemplo, 512 euros (tarifa da TAP para o Funchal com taxas) multiplicados por quatro ou cinco semanas, ou seja, 2048 euros. Mais o número de quilómetros (30, por exemplo) de casa ao aeroporto a dobrar (por ser ida e volta) multiplicado pelas mesmas quatro (ou cinco) semanas do mês, e a soma é multiplicada por 0,39 euros, o que dá 936 euros. Ao todo 2980 euros.Deslocações em trabalho à parte Ao salário-base, ajudas de custo, abono de transporte mensal há ainda a somar os montantes pela deslocação semanal em trabalho político ao círculo eleitoral pelo qual se foi eleito. Os deputados eleitos por Bragança ou Vila Real são os mais abonados.Almoço a menos de cinco euros Os deputados e assessores que transitoriamente trabalham para os grupos parlamentares pagam 4,65 euros de almoço, que inclui sopa, prato principal, sobremesa ou fruta. E salada à discrição. Um aumento de 0,10 euros desde 2006. Nos bares, um café custa 25 cêntimos, uma garrafa de 1,5 litro de água mineral 33 cêntimos e uma sandes de queijo 45 cêntimos. Imunidade face à lei da Justiça Não responde civil, criminal ou disciplinarmente pelos votos e opiniões que emitir em funções e por causa delas. Não pode ser detido ou preso sem autorização da AR, salvo por crime punível com pena de prisão superior a três anos e em flagrante delito. Indiciado por despacho de pronúncia ou equivalente, a AR decidirá se deve ou não ser suspenso para acompanhar o processo. Não pode, sem autorização da AR, ser jurado, perito ou testemunha nem ser ouvido como declarante nem como arguido, excepto neste caso quando preso em flagrante delito ou suspeito do crime a que corresponde pena superior a três anos. Justificações para substituiçãoDoença prolongada, licença por maternidade ou paternidade; seguimento de processo judicial ou outro invocado na Comissão de Ética, e considerado justificado.Suspensão pode ir até dez meses Pedida à Comissão de Ética, deve ser inferior a 50 dias por sessão legislativa e a dez meses por legislatura. Um autarca a tempo inteiro ou a meio tempo só pode suspender o mandato por menos de 180 dias. "

in In Verbis

Leia também as opiniões em Democracia em Portugal

08 abril 2009

Votação de Sites/Blogues destaque da semana

Caros amigos, colaboradores e leitores do nosso "A Voz do Povo". Informamos, que decorre a votação nos sites e ou blogues nomeados semanalmente, os dois mais votados da semana irão entrar na votação do mês de forma a podermos atribuir a distinção mensal "DESTAQUE, de A VOZ DO POVO". Os links para poderem visitar e avaliar os nomeados, antecedem a frame de votação.

Uma Boa Páscoa para todos vós.

05 abril 2009

PS pegará de empurrão?

Já é difícil dizer de memória há quantos anos o então deputado João Cravinho propôs legislação contra a corrupção e o enriquecimento ilícito. O PS não gostou, achou que foi um acto de rebeldia e deu-lhe um «pontapé pela escada acima» para um cargo bem remunerado no Reino Unido, que ele aceitou. Um exílio dourado!

Os anos passaram e o partido do governo não viu interesse em tal legislação. Há quem diga que foi uma decisão prática esperta a de não «matar a galinha dos ovos de ouro». Realmente, por definição, da corrupção passiva só pode beneficiar quem tem algum poder ou capacidade de influência junto dos ocupantes do poder.

Ultimamente tem havido casos muito suspeitos e a vergonha começou a chegar timidamente à cara dos políticos. Assim, como o PS não dava um passo, com o motor a não conseguir pegar, apareceu ontem às 21h23 pelo Público e Lusa a notícia de que o «PCP quer criminalizar o enriquecimento ilícito», anunciando que vai anunciar nas jornadas parlamentares que decorrem segunda e terça-feira em Aveiro uma iniciativa legislativa nesse sentido. Segundo o secretário-geral do partido a sua «iniciativa na outra sessão [legislativa] foi derrotada pela maioria, esperam que desta vez haja uma reconsideração, tendo em conta que a evolução e a própria vida justificam a pertinência e urgência da medida»

Disse o líder que "nos tempos que correm, não se trata de perseguir quem enriquece", "há um quadro de suspeição permanente em relação às grandes fortunas", pelo que "a democracia e a transparência só teriam a ganhar caso essas pessoas demonstrassem como enriqueceram".

Pouco depois o JN, às 00h30 de hoje, noticia que Manuela Ferreira Leite afirma-se preocupada com os casos de corrupção no país e anunciou que o partido vai "novamente" avançar no Parlamento com uma proposta que conduza à criminalização do enriquecimento ilícito. Segundo ela, a corrupção, está a "minar" o país nas vertentes económica e democrática, pelo que se impõem medidas "polémicas e de ruptura".

A líder do PSD foi clara ao dizer que "o Estado não está a fazer tudo o que devia para que a sociedade ganhe este combate. Não é com discursos ou proclamações de intenções que vamos conseguir ultrapassar esta situação. É com coragem para tomar medidas polémicas, medidas de ruptura, se necessário, mas medidas efectivas".

O JN às 17h42 de hoje, noticia que, empurrado por estas posições do PCP e do PSD, o PS pelo seu porta-voz, Vitalino Canas, reagiu dizendo que os socialistas estão disponíveis para discutir propostas sobre a criminalização do enriquecimento ilícito. Mas não mostrou ter grande disposição para «matar a galinha dos ovos de ouro», dizendo que se a proposta que aqueles partidos apresentarem "for idêntica à do passado, terá o mesmo destino", a rejeição.

Procura justificar não haver ainda legislação eficaz contra a corrupção e o enriquecimento ilícito devido ao princípio de presunção de inocência. Isto parece estranho porque, tendo o PS maioria absoluta e a concordância daqueles dois partidos, não se vê razão para, durante todos estes anos, não ter sido possível legislar positivamente em tal sentido. A falta de vontade política da maioria é notória.

02 abril 2009

“Olhar as Subculturas”



A FNAC do Norteshopping na Senhora da Hora - Matosinhos, inaugurou no passado dia 26 de Março e extender-se-á até 20 de Maio, a exposição "Olhar as subculturas".O objectivo da exposição é transmitir, através da fotografia, o conceito de subcultura. A exposição mostra diferentes formas de olhar e perspectivar as subculturas, captados pela objectiva de autores portugueses e brasileiros, num total de 28 trabalhos seleccionados. A exposição, que resulta da parceria entre a FNAC Portugal e Brasil juntamente com o site olhares.com vai contar com a presença de alguns fotógrafos e com Rui Marques, representante do site envolvido no projecto.

31 março 2009

A NÓS, NINGUÉM NOS CALA!

Foi com estupefacção, mas não com admiração (pois já nada me admira), que recebi, enquanto moderador deste blogue, o seguinte comentário de um nosso habitual leitor, dizendo que “o lápis azul da Censura“, lhe havia fechado o seu blogue. E eu recebi este comentário, como já disse sem admiração, mas com estupefacção porque foi muito célere, ou seja, a decisão desde as ameaças à muito sofridas, de anónimos, e de gente da nossa “camorra”, eram diários e várias vezes ao dia, depois de auto intitular defensor do novo movimento “Democracia Directa”, então foi por demais evidente que lhe fechavam a tasca, mas dotados de dois pesos e duas medidas, pois em muitos outros assuntos de estado, não se apressaram os senhores da “Gabardina” a andar da perna e destapar o corrupto do caso “Freeport”, que como é sabido pode prescrever ao fim de cinco anos desde o começo das investigações. Para que se saiba, o desabafo deste amigo “Blogger”, serve de rampa de lançamento para que se saiba, sim, temos Ditadura, e da mais badalhoca e mesquinha como pede para ser conotada. Fica aqui, já o tal desabafo, do amigo:

“O blogue http://portaria-59.blogspot.com/ foi silenciado pela ditadura, para saber mais vá aqui: http://pulseiraeletronica.blogspot.com/, deve ter sido o quinto blogue encerrado em Portugal depois de vários terem ido a tribunal por dizerem as verdades. As eleições estão à porta mas nada faz parar a ditadura na sua ânsia de poder, neste momento desde o seu presidente de câmara municipal até ao deputado pelo seu circulo só pensam quem vai manter o tacho ou arranjar outro, não pensam em si caro eleitor que só tem voz de quatro em quatro anos nas eleições que os vão colocar no poleiro por mais quatro anos. É a pura verdade. Por isso silenciam quem lhes faz frente na tentativa de apagarem casos como Freeport, Portucalle, Portaria 59/2005, etc. É o Portugal que temos porque é isto que se vai apresentar em eleições brevemente, é este tipo de gente que nos governa e quer continuar a governar, desde a sua junta de freguesia até ao presidente da republica, já são milhares os exemplos de abandono do povo, ao denunciar isso mais as ilegalidades que cometem fecharam simplesmente um blogue que lutava pela defesa do Património e da memória de um Povo outrora chamado Portugal. Vivemos agora em Roubugal, ditadura severa onde os ricos não vão para a cadeia, onde o estado dá dinheiro aos bancos e aos ricos, onde se desviam dinheiros destinados ao Património para se fazerem campos de golfe e hipismo, onde pedófilos tardam a ser julgados e onde o Povo tal carneiros vota de quatro em quatro anos sem depois nada poder fazer quando há suspeitas acerca de quem governa. Roubugal não pode continuar assim, é hora de mudar, Democracia Directa é a solução ao alcance de todos!”

Os negritos do texto acima, são meus, e são de realçar também o porquê de lhe terem mandado o Blogue Co Alho, como faz questão de o dizer, é que neste caso, o nosso amigo, conta com a minha total solidariedade, e determinação, Há que fazer uma “Varredela”, nem que seja à “Vassourada” destes corjas, que nos querem impor a sua vontade de nos GAMAR.

A Mim, ninguém me cala, e a ti “Alexix” Também não…
Podem-te fechar o Blogue” abriremos outros 10, 20, 30… 10000000000, os que forem precisos, para correr com esta gentalha.

29 março 2009

CRIMINALIDADE VIOLENTA


Recebi do amigo A João Soares, o seguinte documento do SMMP (Sindicato dos Magistrados do Ministério Público), e resolvi colaborar colocando-o aqui para todos vós.





Há que reflectir no assunto, e aos nossos governantes, eu faço um apelo:

OUÇAM A POPULAÇÃO, OUÇAM QUEM REALMENTE SABE DA QUESTÃO!

26 março 2009

Políticos, pensem no País

Jorge Sampaio diz aos «agentes políticos» que se devem «deixar de assuntos periféricos». Este desafio que lança ao Parlamento é justificado porque, perante a crise que o país está a atravessar, os portugueses não podem estar satisfeitos com o ambiente crispado entre os agentes políticos, com o seu alheamento dos assuntos essenciais do País, de que é exemplo gritante a demora na substituição do Provedor de Justiça, a leviandade com que se atiram à loucura de investimentos públicos megalómanos sem pensarem no rácio custo-benefícios, para que alertou o Presidente Cavaco Silva. Sem definirem regras a que Bruxelas chama «conjunto de recomendações e boas práticas», ou «código de bem governar» ou «código de conduta», como aqui tem sido sugerido, os legisladores e governantes desperdiçam energias em lutas interpartidárias do alecrim e mangerona, mais preocupados com o sal no pão do que com a eficiência do ensino de civismo e de gestão financeira para o cidadão comum, com a segurança interna, com a eficiência da Justiça traduzida em menos criminalidade violenta, etc.

Uma crise é oportunidade de corrigir procedimentos e comportamentos a fim de se preparar um futuro mais racional e mais consentâneo com o bem-estar da população, mas, infelizmente, não se vêm decisões bem preparadas nesse sentido. Pouco de verdadeiramente positivo tem sido visto, e mesmo as muitas promessas são impensadas e sem garantia segura de virem a contribuir para um futuro mais risonho para a população.

Os conselhos de pessoas bem pensantes, como as citadas, devem sem meditados com profundidade.

22 março 2009

Impasse no Poder. Ineficácia do regime

O Provedor de Justiça, Nascimento Rodrigues, está no cargo desde Junho de 2000 e já devia ter sido substituído há 8 (oito) meses. Se o regime funcionasse bem, na data em que terminou o mandato devia ser dada posse ao seu substituto já anteriormente escolhido. Mas, passados 8 meses, ainda não foi decidido quem o irá substituir.

Segundo a revista “Visão”, nos últimos meses têm sido propostos pelo PS nomes como Freitas do Amaral, António Arnault e Rui Alarcão. Mas estes foram rejeitados pelo PSD, que apresentou Laborinho Lúcio. Por sua vez, este nome foi descartado pelos socialistas. Acima dos interesses de Portugal, os partidos colocam as suas ambições e desgastam-se em tricas, esmagando os interesses nacionais.

Infelizmente, os políticos esqueceram que Política é a ciência e arte de bem gerir os interesses dos Estados para benefício dos cidadãos. Preferem ver a política - com p minúsculo - com a «habilidade» de se governarem a si e aos boys dos partidos e caçar o máximo de votos, mesmo que os métodos utilizados prejudiquem seriamente os cidadãos.

O próprio Nascimento Rodrigues diz que este “braço de ferro” assemelha-se, a uma “comédia à portuguesa” e “desprestigia os decisores políticos, intranquiliza o funcionamento normal da Provedoria e deixa os cidadãos cada vez mais descrentes da qualidade da nossa democracia”. Oito meses é tempo demais para se poder continuar a ter paciência, e para se poder ter confiança em tal democracia! “O país acha admissível que o provedor continue refém destas circunstâncias até ao fim do ano ou, quem sabe, até depois?”

Perante as palavras de Nascimento Rodrigues, o porta-voz do PS, Vitalino Canas, vestindo a habitual capa de «His master’s voice», em vez de dar aos portugueses justificação credível para o atraso de 8 meses, como não tem tal justificação confessável, tentou virar o bico ao prego e dizer que lamenta as declarações do Provedor de Justiça. Coitado do porta-voz! Presta-se a cada uma! E, possivelmente, estará convencido que convenceu alguém isento e de boa vontade.

Só admiro a paciência e sentido de Estado de Nascimento Rodrigues. Muitos em seu lugar teriam fechado a porta e entregue a chave ao Presidente da AR, para a entregar a quem entendesse.

Não existe nos maiores partidos a noção do que é negociação, pensando o do Governo que ela se resume a impor a sua própria opinião em defesa dos próprios interesses partidários e ignorando os do País.

Alguns títulos das notícias de hoje sobre este tema:

- Nascimento Rodrigues acusa PS de “apetite” pelo cargo de Provedor de Justiça
- Vitalino Canas lamenta declarações do provedor de Justiça
- PS pressiona PSD e diz que fez “proposta de nome forte” para provedor de Justiça -
- PSD está em risco de ser excluído da escolha
- Processo de escolha do novo Provedor da Justiça «está a ser mal conduzido», diz Menéres Pimentel
- BE confronta Sócrates com vazio no cargo de provedor de Justiça desde Julho

15 março 2009

Vantagens dos medicamentos em mono-dose

Transcrição de texto de um médico, recebido por e-mail, por ser merecedor de atenção

Despesa anual com o receituário em vigor dos medicamentos

Em 1960, quando nos licenciámos em Portugal, Coimbra, como é lógico ensinaram-nos a receitar medicamentos e assim prosseguimos até 1966, data em que emigrámos para um País anglo-saxónico depois de cumprir 36 meses no norte de Angola nas Forças Armadas.

Quando nessa data começámos a trabalhar quer em hospitais quer em clínica privada, tivemos que alterar inúmeras facetas do exercício da medicina, pois a língua latina era a base da nomenclatura e nós aprendemos com base no francês.

Naquela data, repito 1966, quando receitávamos, quer nos hospitais quer em clínica privada, os medicamentos eram referidos às farmácias em mono-doses e assim prosseguimos durante mais de 20 anos. Quando regressámos a Portugal ficámos admirados e intrigados pelo receituário ainda ser como era quando nos licenciámos em 1960.

Depois de investigarem o assunto, e se se alterasse o sistema para mono-doses, chegaram à conclusão que o Estado poupava cerca de 180 milhões de euros por ano!!!

A razão é muito simples: o custo de embalar é caro e os medicamentos que acabam em nossa casa a mais e passam o prazo de validades são inúmeros.

De facto um quinto dos medicamentos receitados não é utilizado porque os doentes não os tomaram, e em metade destes casos, isso ficou a dever-se à inadequação de dimensão das embalagens.

Mas será assim tão complicado mudar-se o sistema? Claro que não. Os laboratórios recebem os medicamentos dos Países de origem em macro embalagens e estes deveriam ser enviados às farmácias ou hospitais devidamente selados. As farmácias, consoante as receitas, colocariam as doses prescritas em frascos de plásticos ou vidro e seriam entregues aos doentes, depois de rotulados, com a indicação de como se deviam tomar.

O processo é simples. As farmácias disporiam de uma máquina automática de colocar dentro de um frasco de vidro ou plástico a quantia exacta. Aqui há um pormenor importante a realçar: a receita escrita pelo médico é diferente de Portugal. Dou um exemplo: se eu quiser receitar Voltaren em comprimidos, escrevo o número total destes, mas a receita vai em termos técnicos latinos. Exemplifico: se o doente tomar 3 comprimidos por dia durante 7 dias escrevo I TDSx21. Se quiser que o doente tome 2 comprimidos por dia durante 7 dias escrevo I BDx14. Se quiser que tome 4 vezes por dia escrevo I QIDx28. O farmacêutico está a par deste código que é em latim e dá a receita sem erros, o que muitas vezes não se passa aqui em Portugal, quando a letra do médico é ilegível. Estes termos em latim são muito antigos e vem da idade média onde o latim era a linguagem certa e correcta.

Assim tem sido nos Países anglo-saxónicos, africanos, etc. onde milhares e milhares de médicos receitam e os doentes levantam nas farmácias sem qualquer problema. Aliás eu concordo com este sistema. O doente recebe o medicamento sem qualquer literatura, não dando margem a ser levados em erro ou auto medicarem-se se são hipocondríacos e julgam que tem as doenças que ali vêm descritas.

Por experiência própria, nunca tive problemas nos mais de 20 anos em que exerci naqueles Países nem tomei conhecimento de anomalia ali verificada, com outros médicos, hospitais, etc. Não me estou a ver a receitar em Portugal com os termos acima indicados. O farmacêutico como não sabe latim julgava que eu estava senil...

Por me ter sido solicitado ao longo dos últimos anos em Portugal e em diferentes serviços de saúde de vários Governos, às vezes de viva voz, fui dando conhecimento da minha experiência pessoal, mas nada foi alterado. Simplesmente prescreveu... De tempos a tempos surgem na comunicação social notícias sobre este assunto, mas desaparecem rapidamente... com 40 anos de atraso. Estão em experiências!!

Para juntar aos custos atrás referidos há o factor da reciclagem ou incineração. Os medicamentos que passam o prazo de validade têm de ser separados das embalagens, plásticos ou vidros, etc., etc. A triagem é pois demorada e muito complexa. Tudo isto se vai reflectir no custo dessa operação. Entretanto foi criado no Algarve um centro de queima e reciclagem de medicamentos usados ou fora da validade. Para ali foram enviadas várias toneladas. Quando tudo estava para acontecer a APA (Agência portuguesa do Ambiente), ordenou a suspensão de todos os envios de resíduos para queima na incineradora em Fevereiro deste ano de 2009. Razão. Não tinha sido criada uma unidade de triagem para separar os comprimidos, cápsulas, etc. das embalagens de vidro, plástico ou cartão. Estes resíduos foram armazenados até que seja criada uma unidade de triagem! O custo por tonelada da reciclagem fica em 40 euros e o da incineração oscila entre 60 a 150 euros segundo a QUERQUS. Mas Portugal está atrasado em relação a isto tudo. A UE tem chamado a atenção a Portugal, pelo despejo por todo o País de resíduos tóxicos.

Como é possível falar em política de contenção dos gastos públicos com a saúde e da sua sustentabilidade se se persiste em não alterar por exemplo o que atrás foi por nós referido? Os custos financeiros e sociais são elevadíssimos e irreversíveis e como se pode calcular a despesa com medicamentos por habitante tem que ser das mais altas da Europa. O Tribunal de Contas tem concluído que o desperdício dos recursos financeiros do S.N.S atinge os 25% do material afecto à saúde.

Como importamos mais de 90% dos medicamentos, é fácil entender que sendo a nossa dívida externa de 2 milhões por hora, se fosse feita a alteração para mono-doses, a economia traduzir-se-ia em cerca de 180 milhões de euros por ano, 500 mil euros por dia, a que acresce a poupança com a desnecessidade de destruição de medicamentos e embalagens não utilizados. Como a APA ordenou o armazenamento de tais produtos, quantos milhões irá isto custar? E a saúde pública será ou não afectada com tal concentração de produtos? Como se vai fazer a segurança desses armazéns? Há 15 anos que Portugal é confrontado com o despejo de produtos tóxicos de norte a sul. E ainda chamam de pessimista ao Senhor Dr. Medina Carreira?

Bendita Pátria que tais governantes pariu.
Artur Santos Dias

SIM É VERDADE!

Sim é verdade,
Pesam-me nos ombros
Os anos de vida,
Acolho no corpo
As maleitas da idade,
Ostento no rosto
A dor do meu estado,
Não tenho força
Sinto-me cansado.
Sim é verdade,
Estou enfermo
E debilitado!

Sim é verdade,
As noites são longas,
A espera iniludível,
A esperança sombras
E a angústia terrível.
O presente é amargo,
O passado saudade
E neste corpo pesado
Sou pó sem idade!

E, sim é verdade
Que tu andas por aí,
O amor por quem chamo
Não está mais aqui,
Neste fim de vida
A tua ausência estreita
A mais débil partilha
Que na dor me enfeita
E o Filho que amo
Por quem tudo fiz,
Esqueceu-se de mim...
Não sou feliz!


Ana Martins

09 março 2009

Ramos malignos

Nas raízes dos meus dedos
procuro na terra
a essência da minha infertilidade,
onde as cinzas viram pó
e se espargem na indiferença
silenciosa da humanidade.

Queima-me agora a sede
de um tronco destorcido.
As folhas partiram
enquanto as agulhas
percorrem os ramos malignos
deste cancro maldito,
onde a cura se perde
numa miragem já quase alucinada
entre a coragem
e a dignidade de viver.

I(mploro)
P(erduro)
O(bstruo)

Vou sorrindo à dor como quem
chora por uma palavra…
… apenas uma palavra.

Podes deformar a primavera
com o teu sopro desabrido
mas as cores perfumadas, verdejantes
serão o meu eterno, infindo porto de abrigo.


Conceição Bernardino

08 março 2009

DIA MUNDIAL DA MULHER-POEMA "MULHER"



Neste dia mundial da mulher
Dedico este poema a todas as mulheres do mundo
Em especial, aquelas que sofrem...


Mulher
Que carregas no ventre o teu fruto
Que lhe dás o teu pão, o teu amor
A tua vida…
Que lutas, que sofres, que amas…
Que te maltratam, que te escorraçam
Que te matam!
Mulher
Que és mãe, esposa, amante
Companheira
Que labutas, que choras, que ris…
Que não tens pão, não tens dinheiro
Mas tens dor, sofrimento, angústia
Desilusão
Mulher
Que queres vencer, queres amar
Queres aos filhos tudo dar
Mas não tens casa
Não tens pão
Mas tens amargura, dor
E frustração
Mulher pobre
Pobre mulher…
Que angustia por não teres
O pão para aos teus filhos dares!
Sofres a dor…de os ver morrer.

Mário Margaride

06 março 2009

Bowling for Colombine

Caríssimos, "Bowling for Colombine", é um documentário onde o realizador, procura encontrar a resposta, para o facto social da violência nos Estados Unidos, incide sobre os homicidios praticados com armas de fogo! É sem dúvida um documento que poderá objectivar a reflexão, o estudo e a sensibilidade para o problema e talvez despertar consciências.


Bowling for Columbine é um documentário realizado por Michael Moore EUA/Canadá/Alemanha, 2002 Cor – 120 minutos.

"Em 20 Abril de 1999, Dylan Klebold e Eric Harris, dois adolescentes com idades de, 17 e 18 anos, entraram armados no liceu onde estudavam, o Columbine High School, em Littleton, no estado americano do Colorado, e mataram 12 alunos e uma professora, suicidando-se em seguida. Em 2000, uma criança de 6 anos é morta a tiro por um colega da mesma idade. Michael Moore percorre vários locais dos Estados Unidos e do Canadá, em busca de uma resposta para a pergunta: os americanos são loucos por armas ou são simplesmente loucos?
«Bowling for Columbine» não é um documentário na mais usual acepção do termo, que sugere uma visão tendencialmente imparcial da realidade. O documentarista tende a ser um mero observador, não interferindo ou manipulando o objecto que documenta. Se assim for, saímos do campo do real e passamos para o da ficção ou da falsidade (quando se passa fabricação cinematográfica por factos reais).Claro que o facto de existirem seres humanos por detrás de qualquer documentário, implica sempre uma certa subjectividade, nem que seja na escolha do enquadramento ou na utilização da luz. Mas é a montagem que condiciona o “real”, e que pode ser usada para transmitir ideias opostas com base no mesmo material.
Moore não está interessado em ser um simples observador, desde logo porque permanece em frente à câmara, longe da posição típica do entrevistador fora do enquadramento. O seu trabalho não é apenas o de documentar e de investigar, mas também de procurar alcançar respostas, usando esses depoimentos e uma grande variedade de fontes para uma recolha de evidências, como se elaborasse ele mesmo uma verdadeira tese, procurando explicar as causas da elevada mortalidade devida a armas de fogo nos Estados Unidos.
O realizador apresenta de forma clara (e convincente) razões porque é que a sociedade americana possui tantas armas e porque é que os cidadãos estão bem mais dispostos a usá-las do que os nacionais de outros países. Desde logo, frisa-se a existência de uma cultura do medo, que é alimentada pelos políticos e pelos media. Não é preciso olharmos para os EUA para entender como é que tal pode funcionar, pois já se realizaram internacionalmente estudos analisando o conteúdo dos noticiários televisivos e a respectiva resposta por parte das audiências. Em Portugal, também não será raro ouvirmos comentários sobre como as coisas “estão mesmo más” ou “estão cada vez pior”. Se os noticiários seleccionarem todos os crimes violentos do dia, por mais pequenos que sejam, conseguem (infelizmente) encher toda a sua duração. É possível que a percepção dos cidadãos seja de um aumento generalizado da criminalidade, ainda que não se registem alterações relevantes de um ano para o outro ou mesmo quanto certos índices decrescem: basta que o conteúdo editorial dos noticiários de maior audiência destaque notícias de crimes violentos. Isto será um facto universal, mas aliado à particular cultura dos EUA, com o direito constitucional de porte de arma ou a banalização da venda de armas e munições, disponíveis em lojas de bairro e em supermercados (a pornografia não se vende em quiosques e supermercados como por cá, para protecção dos menores), os seus cidadãos terão maior propensão para pegar em armas e pôr fim a uma vida.
Uma criança educada para recear os que a rodeiam e ensinada desde tenra idade a manipular armas, para se defender, pode tornar-se não só vítima, como o potencial agente da morte, como se ilustra pelos vários casos apresentados. Poder-se-á dizer que é a sociedade que convence uma criança ou um adolescente a tornar-se agressor antes que se torne vítima? «Bowling for Columbine» apresenta essa possibilidade de leitura, que se não afere particularmente chocante. Afinal se o Canadá revela um “fascínio” similar por armas, clubes de tiro, etc., e se o acesso também é fácil, porque é que aí os homicídios com armas de fogo são na ordem das dezenas por ano, enquanto nos EUA esses números atingem uma média anual de cerca de 11 mil? O presidente da National Rifle Association, principal lobby dos “atiradores” nos EUA, Charlton Heston, surge no filme tentando sugerir algumas justificações, que são verdadeiramente hilariantes, mas não são transcritas para que o leitor melhor as possa apreciar na devida altura.
Outra questão que o filme de Michael Moore foca são os bodes expiatórios, de onde deriva o título «Bowling for Columbine»: porque não culpar o bowling, já que os miúdos frequentavam uma aula de bowling e poderão ter estado a jogar na manhã da matança? Estamos familiarizados com a facilidade com que certas associações de cidadãos atribuem a culpa de um crime a uma banda de Heavy Metal ou a Marilyn Manson – um dos entrevistados por Moore – porque o criminoso costumava ouvir essa banda que, por acaso, tem letras “violentas” ou “satânicas”. O mesmo se aplica a jogos de computador ou filme violentos (a dupla usava gabardinas negras, por isso a culpa também é de «The Matrix»), sem esquecer a literatura (Harry Potter foi banido em algumas escolas americanas, pois a leitura das suas histórias poderia convencer as crianças a dedicarem-se à bruxaria ou a questionar os valores cristãos).
Por que razão é tão fácil apontar o dedo a uma canção ou um filme, cujo conteúdo funcionaria como um botão que é pressionado e automaticamente “condicionaria” uma pessoa, criança ou adulto, a cometer um crime, “inspirado” pelo que leu ou que viu, e não se procuram factores sociais mais alargados, relacionados com a educação e o meio ambiente em que o indivíduo se insere? Ainda que «Bowling for Columbine» pudesse dispensar alguma manipulação emocional gratuita (como a fotografia da criança, no final do filme, e o modo como a cena é montada), o filme de Moore tem, no mínimo, o mérito de caminhar na direcção de uma resposta racional."

excerto comentado in: http://www.cinedie.com/bowling.htm

05 março 2009

Retirem-nos estes cadeados




Libertem-me!
Retirem-me estes cadeados,
que se escondem na vergonha
nos meus pulsos de mulher.

Vivo como uma escrava
encarcerada em roupas malditas,
sinto o chão desabar
sobre os meus pés descalços.

Sou um pedaço de carne
que atiram aos cães
quando deixar de ser útil
libertem-me!

Desta libertinagem,
deste país,
onde os homens
nos olham como se fossemos
a maldição.

INDIGENTE MORIBUNDO!

Não me chames que já não te ouço,
Já é tarde, muito tarde
E eu já desisti de caminhar,
A Lua também já dorme
Neste corpo sem luar!
Os abraços que não dei
São fragmentos de ar pestilento,
Da mendicidade que calei
E se perde agora no tempo!
Sobram apenas os risos de desdém,
Nos olhares que me vestem sem me ver
E dobram somente os sinos por ninguém
Na pressa de um novo amanhecer!
Sinto no ar o cheiro nauseabundo,
Dos detritos que conspurcam o meu corpo,
Liberto-me enfim deste mundo
Já não choro, já não me minto e já não sofro...
Sou apenas um indigente moribundo
Em digressão pelo seu derradeiro sopro!


Ana Martins
Escrito a 3 de Março de 2009

02 março 2009

EXERCER O DIREITO DE CIDADANIA...





Hoje, quero aqui lançar um desafio, que nos foi este também lançado, pela autora do blog "Portaria Ilegal", surgindo duma ideia vinda do Brasil, que consiste no seguinte:

  • Escolher um Político, de uma Câmara, Junta ou mesmo da Assembleia da Républica
  • Efectuar, um e-mail e/ou carta a pedir esclarecimentos sobre a sua actuação, pedindo o envio da sua agenda de trabalho, propostas e projectos.
  • Enviar, as nossas sugestões, críticas e elogios, sempre que entenderem por necessário.
É certo, que muitos políticos, não gostam de ver assim o controle dos cidadãos, mas é um direito que nos assiste, devemos exerce-lo, e não só criticar. Este texto, está aberto a sugestões, a ideias, sobre quais os políticos a serem acompanhados.

Peço portanto, que dêem sugestões, que serão bem vindas, e analisadas em conselho de autores do blog, para posteriormente, numa outra oportunidade, ser lançado o desafio, ao político que acharmos em conjunto, acompanhar.

Criticar, é fácil, sugerir é que é difícil...

Ajuda o teu país, exercendo a tua cidadania.

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Atribuído Pela nossa querida amiga e colaboradora deste espaço, a Marcela Isabel Silveira. Em meu nome, e dos nossos colaboradores, OBRIGADO.

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