25 abril 2007

Banco de Portugal ao serviço do "neoliberalismo"



Segundo o economista Eugénio Rosa, - "o Banco de Portugal, abandonou a independência e o rigor técnico a que está obrigado. No seu Boletim Económico – Primavera 2007 entrou na campanha de propaganda em curso para baixar ainda mais os salários, liberalizar os despedimentos individuais e reduzir a protecção aos desempregados. Para o Banco de Portugal (BP) a "rigidez salarial" passou a ser um obstáculo que impede que as empresas se adaptem à situação actual; os elevados subsídios de desemprego bem como a sua excessiva duração (?) são a causa do desemprego; e a insuficiente flexibilidade do mercado do trabalho constitui uma razão para a diminuição do investimento empresarial. Tudo isto, na linha do neoliberalismo puro e duro de importação que domina actualmente o pensamento económico oficial, foi depois multiplicado acriticamente pelos media afectos ao poder económico e politico como fosse uma verdade absoluta numa clara manipulação da opinião pública."
O que é certo é que Vitor Constâncio ( Governador do Banco de Portugal ), dá uma no cravo e outra na ferradura. Na verdade, o que acontece neste momento em Portugal é a antítese de uma política económica correcta. Aínda não percebi bem, o objectivo e as decisões políticas tomadas.
A meu ver estes senhores da forma como actuam, estão a hipotecar todo o futuro, desta e das gerações vindouras por muitos anos.
- Diz Eugénio Rosa que: "Num estudo recente do Banco Central Europeu (BCE), citado numa publicação do Ministério do Trabalho e da Segurança Social editada em 2006, sobre a rigidez salarial o BCE concluiu precisamente o contrário, ou seja que "o mercado de trabalho português está entre os menos rígidos da zona euro ao analisar a elasticidade dos salários reais no período de 1994-2001 relativamente à taxa de desemprego (-0,247)". De acordo com o próprio Boletim do Banco de Portugal os salários reais diminuíram -1% entre 2002 e 2006 (na Administração Pública a quebra foi muito maior). No entanto Victor Constâncio considera que é ainda insuficiente, e que a descida devia ser muito maior, e ser nos próprios salários nominais, ou seja, um "choque salarial" que foi defendido em Portugal, em Dezembro de 2006, pelo neoliberal Olivier Blanchard do MIT /USA. "
O sr. Dr. Victor Constâncio, que ganha um balúrdio mensal e que já está de bolsos bem aviados e reforma principesca garantida, vem agora advogar em causa alheia e sem qualquer pejo ( ao serviço de interesses, que o próprio saberá ), o empobrecimento dos portugueses, será que o diploma deste Douto de sapiência, também será daqueles que ultimamente ouvimos falar? Parece-me que proliferam os rabos de palha!
Aínda segundo o estudo do autor já referênciado, "em relação à rigidez do mercado de trabalho português também criticada pelo BP, a análise da evolução da população activa em situação precária, no período 2001-2006, mostra que a rigidez do mercado de trabalho também não corresponde à verdade. A confirmar isso, está o aumento significativo da precariedade em Portugal. Entre 2001 e 2006, a população activa na situação de precariedade aumentou de 35,8% para 38,4% da população activa total, tendo alcançado 2.155.100 no fim do 4º Trimestre de 2006, o que mostra que o mercado de trabalho é flexível à custa da estabilidade do emprego dos trabalhadores.
Um dos argumentos mais utilizados para justificar a redução dos direitos aos trabalhadores tem sido a baixa produtividade do trabalho em Portugal. No entanto, fala-se sempre da baixa produtividade do trabalho, mas não se fala da baixa produtividade do capital, que é um dos problemas mais graves que o nosso País enfrenta actualmente, até devido à quebra acentuada do investimento verificada nos últimos 4 anos (-15%). Em relação à produtividade do capital o silêncio tem sido absoluto. E isto porque falar desta produtividade tornar-se-ia visível, a nível da opinião pública, a responsabilidade dos empresários. Entre 2000 e 2004, segundo o INE, a produtividade do capital diminuiu em Portugal nas empresas com menos de 100 trabalhadores em -36,8% e, nas com 100 ou trabalhadores, a quebra atingiu -43,2%. A produtividade do trabalho embora tenha aumentado pouco (0,6% ao ano), no entanto cresceu sempre. Quando se fazem comparações internacionais sobre produtividade esquece-se de comparar as remunerações, porque se isso fosse feito as conclusões já seriam muito diferentes. Por ex., em 2005, de acordo com dados do Eurostat, a produtividade do trabalho media comunitária era superior à portuguesa em 51%, mas o custo da mão-de-obra médio comunitário era superior ao português em 74%. Pode-se assim dizer, para aquilo que os trabalhadores portugueses recebem, eles ainda têm uma produtividade superior à média comunitária.
A produtividade do trabalho é uma medida parcial como afirma a própria OCDE, porque nela se reflecte a influência de muitos outros factores (tecnologia, organização da empresa, etc.). A provar isso, está o facto de que num conjunto de 12 empresas pertencentes ao grupo das 500 maiores empresas que existem em Portugal, a produtividade na melhor (Petrogal) é superior em 24 vezes à verificada na última da escala (Yazaki).
Fica assim claro que a produtividade do trabalho não depende fundamentalmente do trabalhador, porque se dependesse não se verificariam diferenças tão grandes na produtividade entre empresas que funcionam em Portugal como sucede. "

1 comentário:

Beezzblogger disse...

Pois claro, o NEOLIBERALISMO, está em todos os quadrantes, e aproveita-se o facto de sob a capa da crise, não se aumentarem os salários.

Já toda a gente sabe quem é este senhor do BP, não merece credibilidade de ninguém, aliás nenhuma das instituições do estado, manipulado por este, e pelos capitalistas merece qualquer credibilidade, pois as análises são facciosas, são de mentira, servindo apenas e só os seus interesses.

Abraços do Beezz

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Atribuído Pela nossa querida amiga e colaboradora deste espaço, a Marcela Isabel Silveira. Em meu nome, e dos nossos colaboradores, OBRIGADO.

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