Ah vastidão de pinheiros, rumor de ondas quebrando,
Lento jogo de luzes, sino tão solitário,
Crepúsculo caindo nos olhos, boneca,
Búzio terrestre, em ti terra canta!
Em ti os rios cantam e a alma foge-me neles,
Como tu desejares e para onde tu quiseres
Marca-me o caminho no teu arco de esperança
E soltarei em delírio a minha revoada de flechas.
Em torno de mim já vejo a tua cintura de névoa
E o teu silêncio acossa as minhas horas perseguidas,
E és tu com os teus braços de pedra transparente
Onde ancoram meus beijos e a minha húmida ânsia faz ninho.
Ah a tua voz misteriosa que o amor escurece e dobra
No entardecer ressoante e morrendo!
Assim em horas profundas sobre os campos eu vi
Dobrem-se as espigas na boca do vento.
(Pablo Neruda. Prémio Nobel da Literatura 1971)
Lento jogo de luzes, sino tão solitário,
Crepúsculo caindo nos olhos, boneca,
Búzio terrestre, em ti terra canta!
Em ti os rios cantam e a alma foge-me neles,
Como tu desejares e para onde tu quiseres
Marca-me o caminho no teu arco de esperança
E soltarei em delírio a minha revoada de flechas.
Em torno de mim já vejo a tua cintura de névoa
E o teu silêncio acossa as minhas horas perseguidas,
E és tu com os teus braços de pedra transparente
Onde ancoram meus beijos e a minha húmida ânsia faz ninho.
Ah a tua voz misteriosa que o amor escurece e dobra
No entardecer ressoante e morrendo!
Assim em horas profundas sobre os campos eu vi
Dobrem-se as espigas na boca do vento.
(Pablo Neruda. Prémio Nobel da Literatura 1971)
3 comentários:
Olá!
Obrigado, Mário.
Abraços.
Muito Bem Meu Amigo, bela escolha, Um Mestre das Letras...Búzio terrestre, em ti terra canta...
Um abraço, Bom Fim de Semana e Bom Encontro manhã. Gostaria de estar convosco, mas não me é possivel.
Olá amigos David e Ludo, Pablo Neruda, foi de facto um mestre das letras. Um grande escritor, e um grande poeta!
Adorei fer o filme "O Carteiro de Pablo Neruda". Um filme notável! De uma ternura e sensibilidade extraordinárias.
Esta foi a minha singela homenagem, a este grande vulto das Letras, que foi Pablo Neruda.
Um grande abraço aos dois!
M.Margaride
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