CIA - Top Secret
Ana Gomes: «Tenho provas»
Leva processo ao PGR e garante que tem documentos que atestam que prisioneiros passaram por espaço aéreo português. Reuniu listas de dezenas de voos, mas sem ajuda do Governo
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No dia em que o Ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, anunciou que as investigações do Governo português, no caso dos voos da CIA, estão «encerradas», Ana Gomes veio ao Portugal Diário responder, ao vivo, aos leitores sobre este dossier polémico. E lamentou a posição do Executivo. «Tenho muita pena que o ministro Luís Amado tenha anunciado essa posição porque há indícios numerosos e muito sérios da passagem de prisioneiros em aviões que cruzaram o espaço aéreo ou até escalaram aeroportos portugueses».
Mas a eurodeputada socialista tem mais do que indícios: «Eu tenho provas, nomeadamente documentos norte-americanos que demonstram que alguns voos militares que passaram as Lajes continham prisioneiros». Como é o caso, por exemplo, do cidadão canadiano Abdurahman Khadr, que foi levado num avião de Guantánamo para Tuzla, na Bósnia-Herzgovina, com escala em Santa Maria, nos Açores.
Ana Gomes não desiste nem desarma nesta questão e no dia em que leva o processo para investigação na Procuradoria-Geral da República diz que é preciso saber se «neste e noutros casos já identificados havia desconhecimento das autoridades portuguesas - e assim foi estamos perante um caso de abuso de confiança - ou se havia conivência».
«De uma forma ou doutra estes dados merecem uma investigação séria por parte do Procurador-Geral da República», diz a eurodeputada socialista.
«De uma forma ou doutra estes dados merecem uma investigação séria por parte do Procurador-Geral da República», diz a eurodeputada socialista.
Da entrevista com Ana Gomes é possível perceber que a eurodeputada sempre se deparou com dificuldades na sua investigação. «Fiz propostas para que Portugal tivesse dois ou três dias de visita por parte da Comissão Temporária e ao contrário de outro países tivemos apenas um dia. Queria chamar os ex-ministros Figueiredo Lopes e Paulo Portas e mesmo isso foi difícil».
Ana Gomes fala ainda das listas de prisioneiros e de voos que ela conseguiu, mas sem a ajuda do Governo.
Ana Gomes fala ainda das listas de prisioneiros e de voos que ela conseguiu, mas sem a ajuda do Governo.
O MNE «tinha a lista da NAV - órgão responsável pelos serviços de tráfego aéreo - para Guantanamo e deu outras listas ao Parlamento». A eurodeputada confessa que demorou um fim-de-semana a descodificar a lista e descobriu que havia 94 voos e 17 escalas em Portugal.
«Expliquei ao ministro que tinha um prazo a cumprir, no caso do relatório, e que precisava de uma resposta». Que nunca veio. A socialista espera agora, «em silêncio», a partir de hoje, que o processo seja cabalmente investigado pelo PGR.
«Expliquei ao ministro que tinha um prazo a cumprir, no caso do relatório, e que precisava de uma resposta». Que nunca veio. A socialista espera agora, «em silêncio», a partir de hoje, que o processo seja cabalmente investigado pelo PGR.
3 comentários:
Isto aqui há "marósca" a mais.
Até quando esta "maltosa" passa impune por todo o lado. Na volta o Bush já disse ao governo português, que se bufassem não pagava a renda...
Ninguém sabe nada, ninguém viu nada. Perguntem ao Dr. Durão Barroso... será que sabe? Afinal era de abraço com George Bush.
PS: Lá vem mai uma advertência de blogue, "persona non grata". Aínda falta contar aqui esta história.
Um abraço
è o Durão,é o Sócrates...são todos.
Este MNE é um caso perdido!
Abraço
MR
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