O meu aplauso ao senhor patriarca de Lisboa
José Pacheco*, in Público, 2007-01-19
Eu, agnóstico de confissão, tenho de aplaudir o patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, quando, a propósito de considerar desnecessário alterar a actual lei sobre a interrupção voluntária da gravidez, assim o entendeu porque " o cruzamento dos métodos anticoncepcionais com os métodos abortivos e as soluções químicas para a interrupção da gravidez fizeram diminuir a realidade do aborto de vão de escada ".
E aplaudo porque, numa síntese fabulosa, conseguiu clarificar que a Igreja passou a tolerar a utilização de todos os métodos anticoncepcionais e até os "métodos abortivos". Fiquei surpreso, ainda que admita estar mal informado, porque julgava que a Igreja só aceitava os métodos "naturais" (o velho calendário, o prático coito interrompido e o sofisticado método das temperaturas).
Registo, pois, com agrado, este passo de gigante dado pela Igreja, que a partir de agora tolera o uso do preservativo, da pílula e até da pílula do dia seguinte. Foi isso que depreendi das palavras do senhor patriarca de Lisboa, que, estou disso certo, na sua sabedoria e temperança, nunca as teria dito como mero expediente argumentativo de ocasião referendária, onde as emoções mais primárias andam à solta.
E fiquei ainda satisfeito por verificar que não agrada ao senhor patriarca "a realidade do aborto de vão de escada". Não tivessem eles diminuído e, depreendo das suas palavras, estaria de acordo que a lei sobre a interrupção voluntária da gravidez fosse alterada.
Concedo que, nas últimas décadas, com a febre imobiliária que grassou no país, o aborto passou do "vão de escada" para o "apartamento de subúrbio", mas, infelizmente, isso não alterou a natureza clandestina da intervenção.
E, de facto, é por isso que só votando "sim" em 11 de Fevereiro se pode pôr fim a essa triste realidade que, na metáfora do senhor patriarca, é o "aborto de vão de escada". Estou certo de que, nesse dia, muitos católicos irão votar "sim" e creio que as suas palavras de tolerância são seguramente importantes para que votem em consciência e tendo em consideração a liberdade e a dignidade das mulheres e dos homens deste país.
* Sexólogo clínico
José Pacheco*, in Público, 2007-01-19
Eu, agnóstico de confissão, tenho de aplaudir o patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, quando, a propósito de considerar desnecessário alterar a actual lei sobre a interrupção voluntária da gravidez, assim o entendeu porque " o cruzamento dos métodos anticoncepcionais com os métodos abortivos e as soluções químicas para a interrupção da gravidez fizeram diminuir a realidade do aborto de vão de escada ".
E aplaudo porque, numa síntese fabulosa, conseguiu clarificar que a Igreja passou a tolerar a utilização de todos os métodos anticoncepcionais e até os "métodos abortivos". Fiquei surpreso, ainda que admita estar mal informado, porque julgava que a Igreja só aceitava os métodos "naturais" (o velho calendário, o prático coito interrompido e o sofisticado método das temperaturas).
Registo, pois, com agrado, este passo de gigante dado pela Igreja, que a partir de agora tolera o uso do preservativo, da pílula e até da pílula do dia seguinte. Foi isso que depreendi das palavras do senhor patriarca de Lisboa, que, estou disso certo, na sua sabedoria e temperança, nunca as teria dito como mero expediente argumentativo de ocasião referendária, onde as emoções mais primárias andam à solta.
E fiquei ainda satisfeito por verificar que não agrada ao senhor patriarca "a realidade do aborto de vão de escada". Não tivessem eles diminuído e, depreendo das suas palavras, estaria de acordo que a lei sobre a interrupção voluntária da gravidez fosse alterada.
Concedo que, nas últimas décadas, com a febre imobiliária que grassou no país, o aborto passou do "vão de escada" para o "apartamento de subúrbio", mas, infelizmente, isso não alterou a natureza clandestina da intervenção.
E, de facto, é por isso que só votando "sim" em 11 de Fevereiro se pode pôr fim a essa triste realidade que, na metáfora do senhor patriarca, é o "aborto de vão de escada". Estou certo de que, nesse dia, muitos católicos irão votar "sim" e creio que as suas palavras de tolerância são seguramente importantes para que votem em consciência e tendo em consideração a liberdade e a dignidade das mulheres e dos homens deste país.
* Sexólogo clínico
11 comentários:
Este sexólogo é algum travesti tipo Dra Rute da revista Maria?
É interessante; o homem é "agnóstco"...não bebe bebidas alcoólicas?
Vão de escada e apartamentos de subúrbio..."uhm"...está muito familiarizado com linguagem de prostituta...claro,só podia.Se calhar numa daquelas noites de "agnóstico",bebeu uns copitos a mais e enfiou-se numa linda...engravidou uma brasileira que estava ilegal em Portugal, debaixo de um vão de escada num apartamento do suburbio...e apelou ao Cardeal para que rezasse a Deus para não o deixar cair em tentação de novo e lhe desse cabeça para usar preservativos... e se possível para deixar de ser agnóstico e beber um pouquito menos!Pois tem dois filhos em casa e mais outro é que não; e se a mulher souber?E depois a maquia mensal que teria que pagar para sustentar o filho que resultou da sua noite agnóstica??...queria o aborto-ele,mas a brasileira não!!
Afinal um texto de fácil interpretação.
Obrigado amigo Ludo
Mário Relvas
Entre o aborto fútil e o responsável
bruno simões castanheira
Opção da mulher dividiu os participantes no colóquio do PSD
"Por que é que nós protegemos os ninhos de cegonhas, os ovos das espécies em extinção, por que é que é crime fazer download de músicas da internet e não protegemos aquilo que há de mais vital em nós?" A pergunta foi lançada ontem pela psiquiatra Margarida Neto no colóquio promovido pelo PSD, no Centro Cultural de Belém, e acabou por ser abordada por outros intervenientes.
A psiquiatra, defensora do "Não" à despenalização, sustentou que a resposta "Sim" ao referendo "legitima o aborto fútil" e que "não há nenhum prazer na criminalização". "Não há nenhuma mulher presa em Portugal porque abortou", defendeu.
O professor de Direito Tiago Duarte , membro do movimento "Independentes Pelo Não" apontou a contradição "entre o que anda a sair na comunicação social, que refere 17 arguidas em Portugal por casos de aborto, e a resposta que lhe foi dada por escrito pelo ministro da Justiça de que 'em nenhum ano houve mais de sete arguidas'".
Mais tarde, o bastonário da Ordem dos Advogados, Rogério Alves, pelo "Não", falando a título pessoal sustentou que "se ganhar o 'Sim', o único critério para o aborto será a opção da mulher". "A visão legal passará a ser a de que aquela conduta não é crime, apesar de ser socialmente rejeitada por todos. Será um crime sem castigo". Na sua opinião trata-se até de uma violação da Constituição, que diz no seu artigo 24º que "a vida humana é inviolável".
Defendendo que "a vida humana começa com a fecundação", o ex-director do SIS, Rui Pereira sustentou que "se o 'Sim' ganhar a última palavra é da mulher, mas isso é compatível com um sistema de aconselhamento obrigatório em que o aborto pode ser diferido". Para o vice-presidente do PSD Manuel Lancastre a proposta não é suficiente "A sociedade tem de ser mais criativa na busca de soluções contra o aborto num quadro de vida e não de morte". ITM
A luz inundou o dia, no resto do vago que resta da noite, sons de melodia dolente que ecoaram por toda a lagoa...
Feiticeiro domingo
Doce beijo
AMIGO RELVAS DESCULPE MAS NAO COMPREEDEU O TEXTO POIS JA NAO E APRTAMENTOS NEM VAOS DE ESCADA SAO CLINICAS LUXUOSAS QUE ALIMENTAO SE
DA CLANDESTINIDADE PARA VIVEREM DE RECEITAS LUXUOSAS SE PENSARMOS QUE TODOS JA TIVEMOS UM PROBLEMA QUE FOI PRECISSO UMA SOLUCAO POIS SENAO NUNCATINHA PASSADO DO VAO DA ESCADA LIVERDADE DE ESCOLHA DENTRO DA LEI NAO E CRIME MAS E SEMPRE FEITA FORA DA LEI SE O NAO PERSSESTIR. NAO A IPOCRISSIA POIS QUEM TEM TELHADOS DE VIDRO QUE ATIRE A PRIMEIRA PEDRA. ABRACO .M.O
Concordo. O que está em questão é a despenalização de uma opção de consciência e privada. Em condições de segurança. Não me parece que as opções religiosas ou políticas devam interferir aqui. É saudável que em qualquer corrente de pensamento se manifestem livremente as opiniões, desde que coerentes e respeitadoras do ser humano. Parece-me muito bem escolhido o texto e o comentário. Preconceitos geram preconceitos, diálogo gera diálogo. Tendamos, cada vez mais, para o respeito e a abertura de espírito, não há etiquetas, há pessoas.
Foge, David, foge que parece haver tenda cá para estes lados...
Foje! És pequeno demais... para andar metido nestas andanças!
É melhor David, é melhor...se não fica chamuscado.
Ludovico! Esperemos que esta vergonha nacional, em pleno Século XXI, acabe de uma vez por todas.
Deixemo que sejam as pessoas, as mulheres, os casais a decidir a sua opção. Sendo essa opção, a de interromper a gravidez, não seja criminalizada.
Votemos pois, SIM! No próximo referendo.
Abraço
Mário
Mas Meu Amigo, acha de facto que a lei actual está bem?
Criminalizar a Mulher que tem a infelicidade de ter que fazer um aborto?
Meu Amigo, não se revolte tanto.
A discussão é séria. Deste referendo dependem vidas de mulheres. E eu vou lá votar sim, para de uma vez por todas mudemos este estado de coisas. Pela Mulher Sim e reafirmo, Sim.
Só penso na vida e na proteção delas. E fico-me por aqui...
Um abraço
Não sei quem se faz passar por si amigo,ou é mesmo o Ludo,pois tem o seu profile a negro,sem ligação ao blog e falta-lhe a sua "enorme" cenoura!
Não estou revoltado...retribuo demagogias.
Dizem que é sério..mas só é sério o que dizem!
ABRAÇOS e até amanhâ!
Vou estar menos tempo por aqui,pois tenho que fazer!
Mas cá virei uma vez por dia,se puder!
abraços de Braga a Évora!
AMIGO RELVAS SOU MANUEL TOU NA SUICA E MENTALIDADES RETROGADAS TOU EU FARTO SAUDO TODO VOS QUE POR OS VOSSO BLOGS CONSEGUEM DAR A NOS IMIGRANTRES A ESPERANCA DE VOLTAR AO NOSSO PAIS POIS SEM O VOSSO TRABALHO NEM NOS TINHA MOS DIREITO A DAR OPINIAO E RARO VER QUE ALGUEM QUE DEVE TAR TAO LIGADO A IGREJA NAO RECONHECER QUE E IPOCRISIA VOTAR NAO POIS SE SOMOS TODO LIVRES E INDEPENDENTES POIS FOI POR ISSO QUE VOS LUTASTES PARA QUE OS VOSSOS FILHOS FOSSEM LIVRES E INDEPENDENTES NAO VENHAO AGORA COM OS FANSTASMA DA IGREJA A DICTADURA JA ACABOU E A IGREJA FOI UMA DAS ORGANISACOEE QUE MAIS BENIFICIOU COM A MESMA POIS COM VINHO E CRENCAS ABSURDAS O POVO ANDAVA ADORMECIDO E ANALFABETO POIS A CUéLTURA DO VINHO ERA SUPERIOR A DALIVERDADE DE EXPRECAO E REFLECAO POIS SEVIVES ACOMODADO E BEBADO NEM NOTAS QUE TRABALHAS PARA NADA POIS O NADA E O TEU FUTURO.MAS ISSO JA LA VAI LUTAI POR CAUSAS REAIS E NAO DEIXEM CAIR O PAIS NOUTRA POLITICA DO VINHO PARA A FRENTE E QUE E O CAMINHO SE SOMOS CRENTES NAO DEVEMOS COMANDAR A VONTADE DE CADA UM .CADA QUAL E RESPONSAVEL POR SI MESMO POR4 ISSO VOS LUTASTEIS. AMIGO DIFERENTES OPINIOES FAZEM A VONTADE DE UM POVO
VAMOS DAR UMA AJUDA AO JUIZ .ABRACO M. O.
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