20 janeiro 2007

O PARADOXO DAS FUGAS AO FISCO

É curioso que, quando o Governo faz a radiografia do país, os mais bem formados, no sentido literal do termo, ou seja os médicos, arquitectos, engenheiros, advogados etc., em suma, os profissionais liberais, aqueles que, na caracterização de estratos sociais, são a classe média-alta, apoiaram, de uma maneira geral, as medidas dos nossos governantes.

Por exemplo, no sentido do combate à fuga e evasão fiscais.
Paradoxalmente, são exactamente esses que se baldam ao Fisco.
Segundo números vindos a público, 62% dos profissionais liberais, declaram rendimentos abaixo de 13500 euros.

Será de todo urgente que as repartições de Finanças estejam de olho atento a estes casos, pois não será assim difícil descobrir o logro!
Basta comparar as declarações de rendimentos com os bens que detêm, com as propriedades e as contas bancárias. Facilmente serão descobertas as falcatruas; ou não será assim?
É só o Ministério das Finanças, e as respectivas repartições, assim o quererem!

4 comentários:

victor simoes disse...

Pois quem foge ao fisco, são mesmo esses que mais ganham e as empresas. Não é o assalariado. O próprio fisco ( inspectores e fiscais ) também fogem, eles até conhecem a permeabilidade do sistema! Investiguem, já agora a prosaica lei dos 500 Euros de doação e vejam quem declarou!
Considero esta lei uma aberração deste governo, mas lei é lei... os promulgadores cumprem? Parece-me que não, só fazem doações até 499 Euros.
Acabem com a palhaçada fiscal.

A. João Soares disse...

Caro Mário Margaride,
Bem observado. Mas os bens pouco denunciam, porque podem estar em nome de familiares, como acontecia com um Presidente da Câmara que ficou conhecido por larga corrupção e que dizia na TV que o tal apartamente é da minha mulher, o outro é do meu pai, etc.
Houve um outro que dizia que os milhares que tinha na Suiça eram de um sobrinho que ali era motorista de Taxi.
Uma solução que poderia ser mais válida era o fisco deduzir para efeitos de IRS uma importância por cada factura apresentada pelos contribuints, ou uma percentagem do valor da factura. Isto é, a cada pagamento corresponderia um recibo. Mas mesmo assim haveria quem não quisesse recibo com o engodo de não ter de pagar IVA!
Um amigo meu, em Itália, pagou a conta num restaurante e deixou na mesa o recibo. Foi de imediato chamado pelo empregado porque lá fora, podia ser interpelado por um fiscal e, se não presentasse o recibo, pagava uma multa tal como o restaurante.
O que nos falta é uma fiscalização eficiente e não corrupta, e o civismo das pessoas quanto à exigência do recibo de qualquer pagamento.
Um abraço
A. João Soares

Anónimo disse...

Sem duvida, basta quererem e encontrarão algo fora no normal.

Mário Margaride disse...

Sem dúvida meus amigos! Essa é a nossa grande batalha, se queremos um país mais justo. É nestas situações que se vê o verdadeiro patriotismo, ou a falta dele. Aqueles que mais apregoam a justiça fiscal! São os primeiros, a dar-lhe uma facada nas costas.
Como diz o Relvas e com razão. Exijamos a esses senhores, sempre que dos serviços deles precisemos, as respectivas facturas. De outra forma, será impossível ao fisco provar os seus rendimentos.
Se assim agirmos! Estaremos a ser de facto, patriotas.

Um abraço a todos
M.Margaride

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Atribuído Pela nossa querida amiga e colaboradora deste espaço, a Marcela Isabel Silveira. Em meu nome, e dos nossos colaboradores, OBRIGADO.

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