04 janeiro 2007

Filme: Caminho para Guantánamo. 2006

Setembro de 2001. Quatro jovens ingleses de ascendência paquistanesa partem ao Oriente Médio para um casamento. Em Karachi, uma cidade do Paquistão, ouvem nas mesquitas discursos inflamados de repúdio ao imperialismo Norte Americano e sensibilizados atravessam a fronteira com o Afeganistão para ajudar as pessoas mais necessitadas. Em Cabul, tentam regressar ao Afeganistão, pois os ataques americanos se intensificam, mas no caminho acabam num dos últimos redutos do Talibã. São levados a Kandahar, mas no caminho são surpreendidos por um bombardeio que destrói a cidade. Capturados pela Aliança do Norte são entregues aos americanos.

De uma forma muito crítica e nem um pouco panfletária o diretor Michael Winterbottom denúncia não só um fato pontual, como o tratamento de presos de guerra – e no caso, inocentes civis – mas também o combate ideológico entre o “bem” e o “mal” nas figuras de G. W. Bush x Osama Bin Laden, EUA x Oriente Médio, cristãos x islâmicos, ocidente x oriente. Esse é o ponto forte do documentário: a imparcialidade. As imagens que compõe a narrativa formam um retrato bastante nítido de um comportamento político de dominação que beira um autismo incapaz de compreender aquilo que se apresenta como sendo o “externo”.

A figura do “outro” deve ser denegrida a todo custo porque o “outro” representa um risco a minha própria existência. O “outro” é um risco aos “bons” modos e ao “progresso”. A política se reveste de religião, no discurso resplandecente de Bush “Deus” tem sua glória exaltada, e do outro lado está “Alá”. É irônico que a guerra entre os deuses tenha tantas implicações econômicas.

Enfim, a guerra do bem contra o “eixo do mal” não é uma guerra de religião. Não se trata de convicções religiosas em jogo, mas o que é extraído da religião é apenas um detalhe que faz muito efeito: o fundamentalismo, a intolerância. Dois deuses não podem dividir o mesmo mundo. Por essa razão o outro lado deve ser destruído para o bem do progresso e da economia mundial. Tudo isso é definitivamente muito irônico!

É chocante que o filme continue se repetindo nesse exato momento em Guantánamo.

Site oficial

4 comentários:

david santos disse...

Olá!
Obrigado, Filipe.
Vou ver até que os olhos me doam.
Até sempre.

victor simoes disse...

Viva Felipe, por aí já começaram os exames? Se sim, desejo-te boa sorte! Em relação ao documentário, aínda não vi, mas logo que seja possível irei ver!
A visão de bem e mal, depende da prspectiva de cada um, assente em diferentes permissas e factores subjacentes.
Mas, um facto é que nenhuma religião, nos ensina a praticar o mal.

Anónimo disse...

É a repetição da História.Feita pelo HOMEM,animal terrível!

Se repararem nos filmes da 2ª grande guerra só passam filmes condenatórios das acções dos países do eixo.Os aliados foram os "impecáveis",mas não é verdade!
Poderia dizer muitos factos,mas dou um só a título de exemplo:

Os akiados,pela GB atacaram França (os franceses moreram a torto e direito) depois de saberem da rendição óbvia da Alemanha!!!

Aqui havia relegião?

É próprio do HOMEM!

Tanta estupidez.Sabe os políticos não são homens de palavra e de dignidade...












Abraços
MR

Anónimo disse...

Quando digo atacram,quero dizer bombardearam cidades francesas qd os alemães já se tinham retirado e a AlemanHâ já tinha os russos em Berlim e do outro lado os americanos.

Porque é que os ingleses bombardearam aquelas cidades?....

E a propósito de religião,os judeus foram perseguidos,mas não só!

E na Rússia,aquele HOLOCAUSTO chefiado por ESTALINE?



Pobre humanidade,que acreditam noutros homens.

Não acredito no poder para lá de x tempo!

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