Reforma da Segurança Interna
"Oficiais da GNR revoltados"
Luísa Meireles e Valentina Marcelino Expresso
O projectado Sistema Integrado de Segurança Interna está a causar polémica no sector e nas Forças Armadas.
"O Governo quer que a formação seja comum à GNR e PSP. Os oficiais da Guarda não concordam
Oitenta oficiais, tenentes e capitães reuniram-se secretamente esta semana para manifestar o seu protesto contra a reestruturação prevista na Guarda Nacional Republicana no âmbito da reforma da segurança interna, anunciada na quarta-feira pelo primeiro-ministro José Sócrates.
Os oficiais, todos formados na Academia Militar (há cerca de 300 ao todo na GNR com esta formação), estão em ruptura com a tutela, desligaram-se da existente Associação de Oficiais da Guarda e querem criar uma outra nova. O comunicado elaborado na reunião diz que a tutela "quer aniquilar a instituição" e que a reforma é "incoerente".
Por sua vez, nove oficiais-generais da GNR foram recebidos pelo Chefe de Estado-maior do Exército para lhe manifestar a sua disponibilidade de regressar à sua arma, "uma vez que se alterou o quadro no âmbito do qual foram para a Guarda".
A reforma da segurança interna, para dar lugar a um Sistema Integrado de Segurança Interna (SISI), tem também potenciais implicações para as Forças Armadas, que colocam algumas questões.
Está em causa a formação dos oficiais da GNR e da PSP que o Governo pretende que seja a mesma, bem como a posssibilidade das forças de segurança interna virem a realizar missões de interesse público, até agora cometidas às FA."
"Oficiais da GNR revoltados"
Luísa Meireles e Valentina Marcelino Expresso
O projectado Sistema Integrado de Segurança Interna está a causar polémica no sector e nas Forças Armadas.
"O Governo quer que a formação seja comum à GNR e PSP. Os oficiais da Guarda não concordam
Oitenta oficiais, tenentes e capitães reuniram-se secretamente esta semana para manifestar o seu protesto contra a reestruturação prevista na Guarda Nacional Republicana no âmbito da reforma da segurança interna, anunciada na quarta-feira pelo primeiro-ministro José Sócrates.
Os oficiais, todos formados na Academia Militar (há cerca de 300 ao todo na GNR com esta formação), estão em ruptura com a tutela, desligaram-se da existente Associação de Oficiais da Guarda e querem criar uma outra nova. O comunicado elaborado na reunião diz que a tutela "quer aniquilar a instituição" e que a reforma é "incoerente".
Por sua vez, nove oficiais-generais da GNR foram recebidos pelo Chefe de Estado-maior do Exército para lhe manifestar a sua disponibilidade de regressar à sua arma, "uma vez que se alterou o quadro no âmbito do qual foram para a Guarda".
A reforma da segurança interna, para dar lugar a um Sistema Integrado de Segurança Interna (SISI), tem também potenciais implicações para as Forças Armadas, que colocam algumas questões.
Está em causa a formação dos oficiais da GNR e da PSP que o Governo pretende que seja a mesma, bem como a posssibilidade das forças de segurança interna virem a realizar missões de interesse público, até agora cometidas às FA."
Mas afinal, para uma coisa são militares, para outra são civis. Compreendo o desagrado que reina na GNR. Até aqui faziam formação separados dos "oficiais" da PSP, que "civilmente" faziam a sua formação no ISCPSI da Polícia de Segurança Pública. A decisão irá causar fragmentos na GNR, uma força que trabalha bem.Tal como na polícia aconteceu antes, esta decisão poderá comprometer a maneira de estar da GNR, que fazia a sua formação na Academia Militar de base!O ISCPSI deverá abrir com outro nome?Ou quando foi modificado já seria para esta situação? Misturarem-se os cadetes... Depois de várias polémicas em torno daquele instituto e antiga Escola Superior de Polícia, o que tem a GNR a ganhar com esta mistura?!
Poderiam ter formação conjunta nalgumas matérias, mas nunca a mistura total na formação entre uma força militar e outra civil !
A ver vamos no que isto dá...
3 comentários:
Esta notícia da amálgama entre as formações as duas forças de segurança apanha-me de surpresa. Mas dada esta realidade não estranho a reacção dos oficiais da GNR.
Não é de agora a obsessão de tornar tudo igual, mas como não é possível igualar ao melhor, o resultado será tirar qualidades ao que estiver preparado diferentemente. Haverá perda de qualidades especiais, específicas. O País ficará pior servido.
Aconteceu fenómeno semelhante com o ensino antes de acabar o ensino técnico. Agora (só agora, passados mais de 30 anos), os políticos estão perante os maus efeitos desse erro, e estão atentar solucionar precariamente. Sucederá o mesmo com as forças de segurança, mas entretanto o Povo ficará menos protegido, e já está tão nseguro!
Este ano que se comemoram 90 anos das aparições de Fátima seria desejável um milagre que tornasse os políticos mais inteligentes, esclarecidos e sensatos e menos vaidosos, arrogantes e atrevidos no abuso do Poder.
Sem isso, temo muito pelo futuro do País. Mudar por mudar é disfarçar a vacuidade íntima, e iludir os pacóvios.
Um abraço
Caro João Soares,
alguns comentadores não sabem ao que nos referimos aqui, tal como em outros posts,pois vivem na ilusão do comentário serôdio, sem conhecerem a realidade.
O país faz neste governo reformas que deviam ser feitas, mas sem coragem e fá-las mal.
As forças de segurança bem precisam de uma nova lei de Segurança Interna,mas deve ser bem ponderada.Caso contrário deveria ficar na mesma.E lembro que este estudo, ficou caríssimo...e não foi seguido.O ministro da defesa actual, Severiano Teixeira ia para além disto tudo no seu estudo.
Mas assim finge-se que se faz muito, piorando, até melhores explicações o que ainda havia de bom antes.
Na GNR os oficiais davam o exemplo...não eram meros civis de manga de alpaca!
Abraços
MR
Caro Relvas,
Uma reforma mal feita não deixa as coisa na mesma, pois nada fica como antes. Ou melhora ou ficará muito pior. Isto obriga a estudar as condições actuais, a definir cada uma das hipóteses de solução, visualizar os efeitos reais da concretização de cada hipótese, comparar vantagens e inconvenientes de cada uma, e, só depois, avançar por aquela que parecer melhor.
Mas, pela forma como as coisas vêm a público, parece que a decisão é tomada previamente, depois nomeia-se uma comissão que custa uma pipa de massa, para fazer um «estudo» que justifique a solução escolhida... e depois são as asneiras, as manifestações e o volta atrás. Isto tem acontecido com todos os ministérios, como se tem visto na Saúde, na Educação, etc
País do terceiro mundo dificilmente poderia ter pior!!!
Um abraço
A. João Soares
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