As escavações arqueológicas iniciadas em finais da década de setenta e as informações recolhidas no início do século pelo arqueólogo Estácio da Veiga deram a conhecer uma Mértola bem mais antiga do que as fontes escritas testemunhavam. Edifícios de grande monumentalidade permitem que qualquer visitante identifique a presença dos romanos na então Mirtilis e na Mina de S. Domingos. Apesar da concentração de vestígios na Vila de Mértola (Criptopórtico, Torre Couraça, casa romana e vias romanas), podem também encontrar-se vestígios de menor dimensão em todo o Concelho.
Na Torre de Menagem do Castelo encontram-se expostas um conjunto de materiais arquitectónicos, dos Sécs. VI a IX, que atestam a presença dos visigodos neste território, onde se destaca colunas e pilastras recolhidas um pouco por todo o Concelho.
Com a invasão dos povos do Norte de África, liderados por Tarik em 711, Mértola ganha uma nova dinâmica, passando a ser o porto mais Ocidental do Mediterrâneo. A excepcional posição geográfica no último troço navegável do Guadiana será determinante para o crescimento e apogeu de Martulah. A cidade cresce e sobre o antigo Forúm romano é edificado um bairro almoada onde, depois de vinte anos de escavações, é possível identificar com clareza as habitações com os seus vários compartimentos, os tradicionais pátios centrais das casas árabes e as ruas. Tendo sido este, o período de maior dinamismo da urbe, Mértola apresenta hoje no Museu de Mértola um núcleo de Arte Islâmica, o que de mais representativo se pode conhecer dessa época.
Com a conquista do território de Mértola em 1238, no reinado de D. Sancho II, a posterior doação aos Cavaleiros da Ordem de Santiago, a Vila e todo o seu território perde importância. O Comércio com o Mediterrâneo perde fulgor e pouco a pouco a Vila começa a fechar-se sobre si própria.
D. Manuel I dá Foral a Mértola em 1512, sendo este século e o seguinte momentos de alguma retoma da antiga importância do porto de Mértola, donde partiam os cereais para abastecer as praças portuguesas do norte de África.
No final do século XIX, com a descoberta do filão mineiro
Entre 1961 e 1971 o Concelho de Mértola perde mais de 50% da sua população.
Após o 25 de Abril de 1974 o número de habitantes continuou a decrescer, principalmente devido à emigração para os países do centro da Europa.
Nos anos oitenta a Vila de Mértola começou através da arqueologia a descobrir e a conhecer melhor o seu passado e a transformar esse imenso património em factor de desenvolvimento económico e cultural.
Neste momento, o Concelho de Mértola enfrenta problemas semelhantes a muitos municípios do interior como uma elevada taxa de analfabetismo, população envelhecida e reduzida dinâmica económica, factores que a Câmara Municipal de Mértola está empenhada em alterar, nomeadamente através da criação de estruturas de apoio aos mais idosos e incentivos económicos a todos que pretendam fixar-se no concelho.
Aliado a um extenso património cultural, o Concelho de Mértola possui uma riqueza ambiental, cinegética, cultural e desportiva que constituirá a médio prazo um motor de revitalização da economia local, através da aposta num turismo sustentado em que as entidades locais participem activamente.
Fonte - Câmara Municipal de Mértola
4 comentários:
Caro Ludovicus
Cumprimento-o pelo seu regresso e pelo tema que escolheu, que veio juntar-se ao anterior sobre Évora. É bom que se dê a conhecer o que há de bom no nosso País. Fico à espera de mais, por exemplo, acerca de Monsaraz, Miróbriga, Montemor-o-Novo etc.
Um abraço
Mértola !!?? É já ali !!...
Um bom fim de semana .
Bonita vila.Pena que a desrtificação continue e se acentue cada vez mais!
Bom fim de semana!
Abraço
MR
Só fui a Mértola uma unica vez, em 1981 no exercício militar Júpiter, que ali decorreu. Podem querer adorei, pena não estar mais perto.
Mas a autarquia deveria promover mais a regiâo, tem potencial turístico.
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