16 agosto 2006

Prioridade à prevenção dos fogos

Os fogos florestais, que todos os anos têm causado momentos de aflição e prejuízos vultosos, exigem prioridade na prevenção, com planos regionais e locais adequados à necessidade de evitar catástrofes naturais como as verificadas nos anos recentes e ainda em curso no corrente ano. Os municípios gastam verbas avultadas em rotundas e outras obras, ostentatórias de riqueza inexistente, mas parece não estarem a encarar frontalmente o risco dos fogos florestais. Há muito a fazer, mas parece ser permanentemente adiado.

Prevenir fogos não é utopia. Chegam notícias de exemplos a seguir. Além dos 238 postos de vigia tradicionais a funcionar 24 horas por dia, mas com limitações humanas e de sistemas de comunicação e de exploração imediata da informação obtida, o que lhes diminui a eficácia, existem sistemas modernos em condições de operacionalidade. Trata-se de sistemas de vigilância electrónica que, apesar de dispendiosos, são eficazes. Podem já ser apreciados no distrito de Santarém (em Abrantes, Almeirim e Chamusca), na serra da Arrábida, no Parque Natural de S. Mamede, no distrito de Castelo Branco e na Zona Oeste. Fica-nos, porém, a dificuldade de compreender que tal sistema não esteja ainda a funcionar na totalidade da zona do pinhal interior, nomeadamente nos distritos de Coimbra, Viseu e Vila Real..

Um fósforo pode ser apagado com um copo de água, o que mostra a conveniência de detectar os fogos nascentes e de coordenar o combate imediato, para ser eficaz. Pergunta-se o que têm feito a Câmaras Municipais para fazer face à tão grave ameaça dos fogos que devastam as nossas florestas, o nosso ambiente natural, ano após ano.

Além da vigilância, não pode descuidar-se a existência de aceiros planeados por uma autoridade que indemnize os proprietarios dos terrenos sacrificados, e que devem ser mantidos sem gvegetação ao longo do ano. Há que sensibilizar para a limpeza dos pinhais, assumindo esse encargo quando o proprietário não tenha capacidade para tal, de forma criteriosa. Não tem lógica nem qualquer efeito um proprietário limpar a sua mata que se encontra entre outras qiue o não são.

Trata-se de operações exigentes de planeamento e visão de conjunto, que pode até conduzir a profundas alterações no direito à propriedade. Mas a maior exigência é a de o problema ser analisado com a máxima objectividade, sem ser partidarizado, tendo apenas em vista o interese nacional e a eficácia da conservação da cobertura vegetal, como um recurso de elevado valor da colectividade em geral .

1 comentário:

Mário Margaride disse...

Perfeitamente de acordo! Só como todos sabemos, isso não é feito. Porque se o fizessemos...naturalmente naõ só se evitavam os incêndios, como se poupava muito dinheiro e vidas humanas.

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Atribuído Pela nossa querida amiga e colaboradora deste espaço, a Marcela Isabel Silveira. Em meu nome, e dos nossos colaboradores, OBRIGADO.

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