13 dezembro 2006

AS INTERRUPÇÕES DA GRAVIDEZ

Retirado do livro “Saber Amar” de J. Mac Avoy edição de 26-9-63

...- Uma mulher que nessa altura não deseja ter um filho, pode apresentar sinais que lhe fazem recear estar grávida. Com essa aflição, pode acontecer que peça a um médico, a um farmacêutico, ou a uma parteira, para lhe dar um remédio que «faça reaparecer a menstruação».
A causa da ausência da menstruação pode ser a concepção de um filho. Os tratamentos hormonais que os médicos prescrevem nos casos de atraso da menstruação não são, ao que parece, perigosos, numa gravidez que começa, contando que sejam aplicados com prudência e competência. Quando a mulher nota pela primeira vez um atraso anormal é conveniente que vá ao médico, para ele determinar a causa possível desse atraso (gravidez ou antes desequilíbrio hormonal); deve também perguntar-lhe se pode utilizar o mesmo tratamento no caso de novo atraso. Uma vez que a mulher pode fazer sem escrúpulo semelhante tratamento, é evidente que as enfermeiras podem dar, com inteira paz de alma, as injecções necessárias. Seria mal, pelo contrário, recorrer a drogas que pretendessem expulsar o feto para fazer reaparecer a menstruação. Tratar-se-ia, realmente, dum aborto. Não existe, de resto, nenhuma droga que seja um abortivo infalível; as que as mulheres arranjam às escondidas são antes venenos que intoxicam a mãe, o que acaba por fazer com que ela expulse o filho. Essas drogas são portanto desastrosas para a saúde da mulher; e fazem com frequência que a criança, se apesar de tudo sobreviver, nasça aleijada ou idiota...

...- Por vezes os médicos aconselham a uma família uma interrupção de gravidez para salvar a mãe, gravemente doente. Que devemos pensar dum tal conselho?- Se a criança é viável ( isto é depois de bem entrado o sexto mês), é permitido tentar salvar simultaneamente a vida da mãe e a da criança, graças a um parto prematuro...

4 comentários:

Anónimo disse...

Para salvar a mãe,por risco da gravidez está explícito na lei que é possível.Os médicos é que têm problemas de consciência,pois quem não o teria?

Todos os medicamentos,fazem mal a muitas coisas para actuarem a bem nalgumas.São as contraindicações meu amigo!

Abraços
beezz

João Titta Maurício disse...

Ao autor sugiro uma visita a organizações como por exemplo a "Ajuda de Berço". Estive lá hoje, e emocionei-me com o fantástic trabalho de homens e mulheres que apenas se dedicam a ajudar aquelas que julgavam ter uma única solução: abortar! São ajudadas, são apoiadas e depois de muito trabalho conjunto entre a associação, os pais, as crianças e as famílias, as crianças acabam por regressar às suas famílias biológicas, com uma taxa de sucesso de 100%
Para tudo isso recebem um apoio do Estado de 100.000 euros ano (1/3 das necessidades). No entanto, segundo o Correiro da Manhã, os defensores do aborto (e em particular os deste governo - com José Sócrates, o poupador, à cabeça) estão disponíveis para gastar 36 milhões dos euros que forçadamente nos retiram ao ordenado e demais rendimentos para pagar intervenções que resultam na morte e eliminação de uma Vida humana!
Grande solução!
De uma humanidade!!
De uma modernidade!!!
Um inquestionável sinal de progresso!!!!
Ora bolas!!!!!

Anónimo disse...

Amigo João Titta, eu também não sou a favor do aborto pelo aborto, e também acho que retirar de um lado para colocar no outro, no caso do OE não resulta, mas acho que é um problema que deve ser amplamente discutido, caso não saiba, o último referendo, foi ferido de representatividade, + de metade da população não se pronunciou, acho que por falta de debate público e esclarecimento da mesma que assim aconteceu e coincidiu com uma data em que grande parte dos votantes se encontravam em férias, ora assim sendo, NÃO CONCORDO COM A CRIMINALIZAÇÃO DAS MULHERES, isso não, mas o maior problema está, NA CONSEQUENTE RETIRADA DE PODER DE COMPRA DAS FAMILIAS DESDE A ENTRADA NO EURO,isso é que está a causar com que muitas mulheres, sem acesso aos direitos básicos da saúde, por exemplo, um planeamento familiar, JÁ QUE MAIS DE 1,5 MILHÕES DE PORTUGUESAS NÃO TEM MÉDICO DE FAMÍLIA, ISTO É QUE TEM DE ACABAR, E SÓ DEPOIS ENTÃO FALAR DO DIREITO Á VIDA. Que importa, uma mãe, que não tem esse acesso ao dito planeamento se alei está ou não a favor, ela até drogas tomará (ervas que proliferam aí aos montes em bermas de estrada), e infusões que lhe provoquem o aborto, devido ao facto de se a criança nascer, ela não terá condições de a criar; que importa haver ajuda de berço, se eu vou ter uma criança e não a vou poder criar com tudo o que ela merece? ACHO QUE POR ESTE ANDAR, NÃO SE VAI APOSTAR NO QUE MAIS IMPORTA, A MELHORIA DAS CONDIÇÕES DE VIDA DE TODOS OS PORTUGUESES.

Abraços

João Titta Maurício disse...

Caro Beezzblogger,
Comentários telegráficos (vamos lá a ver se são mesmo... LOL).

Os anteriores referendos não foram "feridos de representatividade". Sê-lo-iam se algum eleitor português houvesse sido impedido de votar, algum movimento houvesse sido impedido de participar, ou a expressão da sua opinião tivesse sido censurada. Que eu saiba, nada disso se passou. Pois que, no nosso modelo democrático (no que à participação eleitoral toca) o que verdadeiramente conta é o direito de participação e a soma final das expressões individuais de voto. É por isso que, ao contrário de outros países, o voto é apenas um dever cívico (não sancionável nem legalmente exigível) e não um voto obrigatório. Isso significa que não votar é uma forma de participação e de livre expressão da nossa opinião face às alternativas eleitorais em compita.
Todavia, deixe-me perguntar-lhe: já reparou que, não obstante também ter ficado "ferido de representatividade" ninguém invoca esse argumento em relação ao referendo sobre a regionalização? Porque será?

Por outro lado, em que dados é que fundamenta a ideia de que a participação eleitoral, quando é reduzida em relação ao normal, acontece «por falta de debate público e esclarecimento»? Já pensou se a maioria dos abstencionistas ficou foi farto e enojado de alguns argumentos e campanha? Ou que, simplesmente, sabendo que esta é uma resposta impossível para a maioria das pessoas, para estes a única posição possível é a não pronuncia? E se eu disse-se que a maioria dos abstencionistas não votou porque entende que o Estado não pode legislar sobre a Vida, excepcionando a seu bel-prazer os casos de homicídio "socialmente toleráveis"?
Vamos ver como será o esclarecimento agora... é que pelo que tenho visto é de um "equilíbrio tão desequilibrado" para o lado do sim que, no final, ou este ganha ou então começa a fase do dizer que "o Povo é estúpido" e esta matéria não lhe pode ser perguntada pois respondem sempre "erradamente"! Se acha que estou a exagerar então verifique o que. em relação a este tipo de matérias (e semelhantes), se passou na História de Portugal e no resto dos países ocidentais: quando o Povo não é "progressista"... pimba!: toma lá com uma revolução (com violência militar ou policial, tanto faz) a mando das elites esclarecidas.

Já o argumento das férias apenas suscita o seguinte comentário/pergunta: porque é que acha que os votantes do sim são maioritariamente os que foram de férias?
Tem noção que votaram 2.709.503 eleitores (é claro que são apenas os que não puderam ou quiseram estar de férias... LOL), mas que Dr. Sampaio foi reeleito com 2.401.015 votos: alguém invocou que, por isso, o seu mandato estava «ferido de ilegitimidade»?

A questão da «criminalização das mulheres» é um argumento falso. Por um lado, porque a lei não criminaliza as mulheres: através do uso da tecnica legislativa típica do Direito Penal, tipifica um facto, ao qual atribui determinada relevância jurídica e fixa uma moldura sancionatória. Tudo na boa prática de tipificação geral e abstrata, e em momento algum é dito qualquer coisa como "a mulher isto" ou "a mulher aquilo". E não é por acaso que assim é, pois que a determinação da relevância penal de um acto depende da relevância ética que recai sobre um acto e não sobre o sujeito que o praticou (ainda que, em matéria de aplicação da moldura penal prevista, deva o juíz atender à subjectividade que sempre está presente em todos os casos). Ora, em matéria de aborto, estará o meu Caro disponível para afirmar e sustentar que o aborto não é um mal? É que esta é a única justificação juridicamente atendível... sob pena de começarmos a fazer leis ad hominem. É isso que defende?
Não discuto se concordo ou não com a actual moldura penal em Porugal, mas recordo que ela é idêntica à espanhola (aliás, a nossa é anterior e eles copiaram a nossa solução legal). Não percebo pois que não afirme que também a lei espanhola "criminaliza a mulher"!

Sobre as questões político-governativas: então se não há médico de família para todos os portugueses (e muito teríamos a discutir sobre esse assunto e os seus porquês...) acha que, face ao estado paupérrimo em que se encontram as nossas finanças, a solução é o aborto?!?
Primeiro, a não atribuição de um médico de família (em concreto) não impede que se tenham consultas generalistas, pois será marcada consulta para o médico disponível.
Segundo, além disso, as consultas de planeamento familiar são gratuitas e independentes da definição de um médico de família: se alguém quiser ter acesso a elas basta que se dirija ao Centro de Saúde respectivo e se inscreva. É fácil... até parece que é de borla (claro que se não há almoços grátis, muito menos há consultas e medicamentos "à borliú" - mas a malta acredita que é assim e quem sou eu para lhes provocar tamanha desilusão?!? LOL)... ainda sai de lá com uma série de panfletos explicativos... e só tem de escolher o método abortivo químico desejado!
Finalmente, não vale invocar a cobertura não universal do SNS, pois isso é um problema de política governativa que não pode ser resolvido com o aborto... até porque os Centros de Saúde têm mesmo de existir e prestar serviços, quanto mais não seja porque ainda ficam por proteger os cidadãos com doenças (daquelas que são doenças mesmo e não gravidezes). Além disso, não podemos esquecer que as deficiências de cobertura (em matérias de número de médicos e de especialidades disponíveis) são quase todas no interior e a maioria dos defensores do aborto concentram-se nas áreas urbanas litorais (onde as disponibilidades clínicas são verdadeiramente suficientes).
Dizer o contrário é desconhecer a realidade.

Quanto aos casos em particular que invoca (grávidas toxicodependentes, etc) repito o que disse acima: os casos particulares são resolvidos particularmente e jamais podem ser usados na definição de políticas legislativas... e muito menos para questões relacionadas com o Direito à Vida!

Termino (porque já estando a abusar... esta não posso ignorar) sobre a defesa do aborto sustentada num «não haver de condições» da mãe para a criar. Vai desculpar-me, mas essa é das mais pobres e ofensivas justificações que a inteligência humana pode invocar! E historicamente tem toda a razão: ao longo dos tempos (nas sociedades pagãs e nas mais pobres) foi esse o comportamento. O qual até consta de histórias que ainda hoje se contam às criancinhas (conhece a do "Hänsel und Grëtel"? Aquela das criancinhas que vão ser abandonadas no meio do bosque pelo pai, pobre lenhador, mas elas tentam fugir ao seu destino, primeiro, deixando umas pedrinhas coloridas e, depois, usando umas migalhinhas?). A luta da humanidade (pelo menos a ocidental-cristã) sempre foi no sentido de, cada vez mais, proteger os mais fracos... mesmo com risco de uma menor qualidade de vida para todos. É isso que sustenta o Sistema Nacional de Saúde gratuito e universal; a Segurança Social; está na base do sistema progressivo de Impostos, etc.
Explicar-me-à porque é que para tantas coisas há uma pronúncia sempre tão assistencialista e no caso do aborto a solução é sempre a desistência homicida do elemento mais fraco?
Quanto à "Ajuda de Berço" é uma instituição de propósitos tão nobres e resultados tão humanamente sublimes que, desculpar-me-à, faz muito mal em subestimar e desprezar. Pois é assim que se protegem as mulheres: ajudando-as... de facto. Pois, se não sabe, deveria saber: mesmo que a lei venha a, legalmente, não punir o acto de aborto, nenhuma mulher sã acabará por se desculpar pelo que fez. Por isso, mesmo que do referendo resultasse a vitória do sim, jamais poderá ser dada uma só opção áquelas que se descobrem grávidas e em dificuldades. E essa resposta humana e de amor haverá sempre... mesmo que o Estado apenas conceda 1/3 de apoio... e ainda que esse 1/3 represente 1/3000 daquilo a que se dispõe pagar para subsidiar os abortos.
É tão lindo quando o Estado "sucial" usa os impostos para matar e recusa apoiar aquelas que querem ousar amar ainda que em dificuldades.
Mas "prontos", veremos o que é que o Povo ordena... apesar de toda a propaganda!

Cumprimentos,

Prémio

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Atribuído Pela nossa querida amiga e colaboradora deste espaço, a Marcela Isabel Silveira. Em meu nome, e dos nossos colaboradores, OBRIGADO.

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