12 dezembro 2006

Votos de Bom Ano? Para Quem?

Votos de Bom Ano? Para Quem?

É um dever e de grande utilidade para a nossa tranquilidade psíquica pensar que os nossos políticos procuram, por todos os meios legítimos, criar condições para nós, cidadãos, vivermos felizes, com bom nível de ensino, bons apoios na doença, segurança nas ruas, justiça eficaz e rápida, etc. Actuando com eficiência nestas áreas, os governantes teriam o prémio dos votos inteligentes em próximas eleições. Mas, para isso, não basta anunciar medidas às dezenas ou mesmo às centenas, pressupondo promessas de decisões e de realizações que virão aumentar a nossa qualidade de vida e o orgulho de sermos portugueses. É preciso também explicar as razões que levam a escolher determinadas opções de desenvolvimento e de reorganização, em prejuízo de outras que também parecem adequadas. E, acima de tudo, é indispensável que as promessas não sejam vãs e venham a ser concretizadas em tempo útil para benefício do País.

Mas, infelizmente ninguém explica nada, em condições de nós percebermos, as promessas chovem como se não tivéssemos guarda-chuva. As realizações concretas que nos melhorassem a vida e reduzissem os sacrifícios não são visíveis nem com binóculo e os apertos de cinto sucedem-se, o IVA aumentou, o IRS sofreu agravamentos, os impostos sobre produtos de consumo cresceram, restrições graves à assistência médica e medicamentosa, etc. sem nos ser explicada a finalidade destes encargos, quanto tempo durarão, objectivos a atingir, condições que o farão cessar, etc. A vida torna-se cada vez mais difícil e sentimo-nos a escorregar, há demasiado tempo, numa rampa de que não se vê o fim. Porquê? Para quê? Como? Até quando? E depois?

Também, na sequência dos apertos de cinto, às cegas, há notícias de que «mais de 826 mil portugueses vão ver a sua carga fiscal e parafiscal aumentar em 20% mesmo que os seus rendimentos não registem qualquer acréscimo». Também, o ministro das Finanças poderá dispensar mais de 11 mil funcionários, sendo também lesados os trabalhadores do Estado a recibo verde.

Em contrapartida, caem notícias de perspectivas maravilhosas, fantásticas para uns quantos: reformas milionárias para magistrados; políticos e ex-políticos com pensões de nababo acumuladas, sendo conseguidas em poucos anos de serviço em tachos da oligarquia; meninos e meninas sem experiência da vida, mas com conhecida origem familiar a serem contratados para assessores «por critérios de confiança política»; criação da ESPAP (Empresa de Serviços Partilhados da Administração Pública) que, com as suas subempresas dará emprego aos boys e girls das jotas; e que irá funcionar com eficácia, isenção e rigor semelhantes a muitas empresas municipais já bem conhecidas do Eng. João Cravinho, do Dr. Francisco Louçã e de outros combatentes da corrupção.

E a pairar sobre tudo isto estão as notícias de que mais de metade da riqueza pertence a uma minúscula percentagem de cidadãos, os carros de grande luxo estão a ser vendidos a um ritmo de 80 por dia, e o povo está cada vez mais depauperado no seu poder de compra. (Ver o post «Salário mínimo tem perdido poder de compra»).

1 comentário:

Anónimo disse...

Uma analogia de fim de ano?Bem amigo A. João Soares.Tudo o que diz é real...sabe faltam ainda,infelizmente muitas coisas por dizer...NEGATIVAS...mas agora tenho ali o jantar à espera e tenho que ir dar ao dentinho,não vá o bicho fugir!

Só lhe digo esta,há quartei "novos" para onde transferiram uma unidade pelo menos que não tem os meios necessàrios para lá habitar gente.Não tem meios independentes móveis-viats e outros...enfim até t~em vergonha de lá receberem visitas...mas assim também ninguém sabe o que lá se FAZ!

Bastava despedir dois ou três acessores e aquilo ficava OP!

MAS...

Um abraço

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Atribuído Pela nossa querida amiga e colaboradora deste espaço, a Marcela Isabel Silveira. Em meu nome, e dos nossos colaboradores, OBRIGADO.

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