06 fevereiro 2007

EM QUE PAÍS ESTAMOS?

"Em que país estamos nós quando um juiz acha que os bens materiais são mais importantes do que o amor e a preocupação pelas minhas meninas?". Isabel Silva, 31 anos, não se conforma com o facto de o Tribunal de Família e Menores de Vila Franca de Xira lhe ter mandado retirar, há cerca de duas semanas, as duas filhas menores. Daniela e Bruna, de 9 e 3 anos, foram entregues aos cuidados do Lar de Santo António, em Santarém. Falta de condições na pequena casa de família, em Foros de Salvaterra (Salvaterra de Magos), relatadas pela Comissão de Protecção de Menores e Jovens, esteve na origem da sentença decretada.

No dia 19 de Janeiro, pelas 16 horas, Isabel Silva não teve sequer oportunidade de se despedir das suas filhas. Enquanto a trabalhadora rural estava numa reunião no Instituto de Reinserção Social de Alverca do Ribatejo - para onde tinha sido convocada -, a 50 quilómetros dali, a GNR invadia o pavilhão da colectividade de Foros de Salvaterra e, em plena aula de ginástica, levava a Daniela. Os gritos e a revolta da menina não passaram despercebidos aos colegas e funcionários. Minutos depois, era a vez da pequena Bruna ser arrancada dos braços da bisavó. "A minha avó diz que pediu para lhe vestir uma camisolinha e que eles nem a deixaram aproximar-se", conta Isabel, desolada.

Desde 2002 que a família era acompanhada pela Comissão de Protecção de Crianças e Jovens (CPCJ) de Salvaterra de Magos, devido ao elevado grau de pobreza e ao mau estado da habitação. A mãe terá prometido às técnicas da CPCJ que realizaria as obras necessárias, mas tal não aconteceu até ao prazo concedido, terminado em Novembro de 2006.

"Trabalho na apanha do tomate. Depois fico uns meses em casa, desempregada, e não tenho o dinheiro para fazer a casa de banho e a canalização que me pedem", admite a mulher, que vive há seis meses com Danny Wils, um cidadão belga que conheceu há 13 anos.

"A casa onde habita não tem água canalizada, nem casa de banho, nem portas interiores e a electricidade provém de puxada da casa dos pais (…), a disponibilidade materna relativamente aos compromissos não permite grandes esperanças (…), o acolhimento institucional é a medida proposta", fundamenta o despacho da Comarca de Vila Franca, a que o JN teve acesso. Contudo, como o JN constatou, trata-se de uma casa pobre, como tantas outras que existem em zonas rurais e nas periferias das cidades.


In JN 2007/02/06

Não posso deixar de estar REVOLTADO e TRISTE:

REVOLTADO por neste país as várias comissões de protecção de menores nada fazerem quando realmente o devem fazer, pois nos casos de MAUS TRATOS identificados, alguns com mais de 1 ou 2 anos, se chegue ao ponto dessas crianças MORREREM, e estas comissões NADA fazerem, aqui neste caso NÃO HÁ INDÍCIOS DE MAUS TRATOS, volto a repetir, NÃO HÁ INDÍCIOS DE MAUS TRATOS, e RETIRAM-SE umas crianças a uma mãe por esta ser POBRE? E então onde está a SOLIDARIEDADE SOCIAL? Devemos ajudar esta mãe a fazer as ditas obras, e não retirar-lhe as crianças. ONDE ESTÁ O ESTADO DE DIREITO? Onde anda o ESTADO SOCIAL do Sócrates?

TRISTE por ver esta mãe sofrer, por ser POBRE, acho que nunca iria assistir a uma coisa destas, mas afinal nesta REPUBLICA DAS BANANAS tudo é possível, até mesmo tirar-se um filho pelos pais serem pobres...

Sinto-me chocado, perdoem-me os leitores mas não tenho palavras para descrever tanta barbaridade.

Quero aqui fazer um apelo, vamos ajudar esta mãe a reaver as suas meninas, vamos ajudar esta mãe a ter o direito de amar e educar as suas filhas, não vamos fechar os olhos e fazer de conta que nada aconteceu.

4 comentários:

Anónimo disse...

Caro beezz, isto é a constante do estado (anti)social a que isto chegou!

Caro amigo, no outro dia fui dar com um casal com um filho próximo de Bracelos em que o pai trabalha nas obras...a mãe fica em casa permanentemente,pois o seu filho de 19 anos a fazer 20 tem autismo e é invisual...não acredita em nada nem ninguém,está fechada em casa com o filho, 24 horas sobre 24 horas!!

A sua saúde mental mais o desperdício de não se fazer nada por aqule jovem levam-me a perguntar se isto não será um assunto da maior importância?!

A pobre da senhora não acredita em associações (já foi enganada) nem em ninguém...tentei demove-la a fazer consultas,mas as associações só a fazem por capitação dos rendimentos...pagando no mínimo dos mínimos 40€ mesmo que não tenha dinheiro ou estejam ambos desempregados. Caro amigo beezz isto é medonho.

Saiba o meu amigo e a isto voltarei em breve que conheço casos de autismo regressivo,pois as crianças estão sem qualquer problema durante anos e anos e depois de um momento para o outro fecham-se...

Ninguém pode virar a cara a tais problemas.

O mal de tantas comissões e comissões da comichões mais as paragens para o chasinho e para os biscoitos e para as compras!Raio de país.Acabem as comissões e atribuam responsabilidades a pessoas.

Bravo amigo beezz!

Mário Relvas

victor simoes disse...

O mal, é que também se caiem nos exageros, aínda não vi ventilado o caso em que se tiram crianças de tenra idade aos pais de poucos recursos, a troco de comissões chorudas, oferecidas por senhoras da " sociedade ", que não as podem ter... é uma guerra vergonhosa.
Vivi um caso de familiar de perto, por isso falo com conhecimento de causa! A corrupção está instalada em todo lado.
Faltam as averiguações, e a prisão de tal gente!
Este caso concreto aqui trazido à estampa, denota a pouca vergonha, pois deixam-se morrer crianças que deveriam ter protecção e protegem-se as que estão protegidas.
Por ser pobre, não deveriam acontecer tais casos, por abandono, maus tratos e desleixo sim!
Onde moras justiça? Será que a há?

Fliscorno disse...

Uma piadinha (eventualmente) sobre o assunto:
Os autarcas e as obras públicas

:-)

Filipe disse...

Li este caso no JN na rúbrica em que é pedida ajuda para as pessoas. Fiz uma busca da notícia online e decidi ir ver quem é a senhora, porque apanhei a N118 e pus-me lá num instante. É muito simples e naquela localidade todas as pessoas dizem bem dela, o que é estranho esta sentença. Não percebo. Descobri-vos entretanto. Não poderia estar mais de acordo.

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Atribuído Pela nossa querida amiga e colaboradora deste espaço, a Marcela Isabel Silveira. Em meu nome, e dos nossos colaboradores, OBRIGADO.

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