03 janeiro 2007

A Democratização nuclear é previsível


No Irão, o previsível esgotamento das reservas de petróleo a curto ou médio prazo poderá justificar a transição para a energia nuclear, a fim de alimentar a economia e, em particular, as indústrias vitais do país. Mas também pode estar presente a intenção de continuação da ideia do Xá de impor o país como potência regional e mundial. Porque não? Se já há tantos países com armamento nuclear que mal faz haver mais um? Certamente que o mundo ficará um pouco mais perigoso. Mas então, perguntamos: porque não abolir todas – absolutamente todas – as armas nucleares existentes? Quando se fala em democracia e em assembleia Geral da ONU, onde os Estados têm voto igual, porque continuar a alimentar a discriminação entre os dominantes e os dominados com base nas diferentes potencialidades económicas?

Estas reflexões poderão ser mal interpretadas, Mas gostaria de ver os Estados respeitarem-se mutuamente, evitarem actos violentos e de domínio e passarem a utilizar a diplomacia com vista a criar um mundo mais harmonioso e cooperante no sentido de o relacionamento pacífico garantir uma vida mais cómoda, desafogada e feliz para qualquer ser humano à superfície da Terra. Não devemos alimentar as fórmulas colonialistas que assentem na ideia de que as sociedades mais antigas são menos inteligentes e capazes e só as mais recentes são detentoras únicas da verdade, pelo simples facto de terem maior poder económico. As crises entre os Estados tal como entre as pessoas, têm origem no sentimento de medo, desconfiança e insegurança. Para o evitar, é útil o diálogo e a negociação, quando muito com arreganhar de dentes, mas neste caso, já é conveniente a ajuda de um mediador, para evitar chegar ao uso da violência que apenas destrói haveres e mata pessoas.

Não parece predestinado ao êxito o esforço contra a disseminação nuclear liderado pelos detentores da bomba, que são os que, por esse facto, possuem menos autoridade moral, menor credibilidade para tal. Estes deviam começar por dar o exemplo desfazendo-se de todas as peças do seu arsenal nuclear e, depois, convidarem o Mundo a abster-se da ambição de obter tais meios demasiado mortíferos. No Mundo já há demasiadas armas nucleares, desde os países que as possuem desde a guerra Fria, à Índia, ao Paquistão, com sérias hipóteses de as haver na Coreia do Norte e no Irão e de programas nucleares no Iraque, na África do Sul, em Israel e possivelmente no Brasil..., o que levou Abel Coelho de Morais a escrever um esclarecedor artigo o Diário de Notícias de hoje, 2 de Janeiro. Estamos perante um tema muito preocupante, principalmente por a ONU não ter demonstrado a mínima ponta de autoridade em questões de segurança internacional.

De: Do Mirante

3 comentários:

Anónimo disse...

Será a enrgia nuclear previlégio de uns e não de outros?Portugal porexemponão deveria ter uma central nuclear,quando em Espanha é "mato"?

Sobre as armas nucleares há países séios e países não sérios?Qual o critério de avaliação??

Matéria também de muita controvérsia!!

A ONU caro João Soares é cativa de quem tem votos decisivos,os países sérios??

Serão eles os donos da ONU e do MUNDO?

Abraços
MRelvas

david santos disse...

Olá, Amigo João Soares.
Entendo perfeitamente tudo o que o texto contém. Mas peço-lhe, por favor! Devemos manter no nosso íntimo a destruição de todas as armas. Sei que é isso que o seu coração pede. Contudo, ainda que tal nos ocorra, pois somos humanos, nunca devemos defender que o equilíbrio seja feita à base de mais belicismo. Sei também não ser este o seu caso.
Mas a verdade é que custa vermos os principais possuidores do belicismo a impor o não belicismo aos outros que (esfarrapadamente) temem que algo lhes ocorra como aconteceu ao Vietname e, mais recentemente, ao Iraque.
Admito que os homens de bem andem debaixo de um fogo de loucos, mas admito também, que a serenidade não lhes fuja.
Estou totalmente de acordo com o texto e com a sua forma de pensar.
Até sempre.

A. João Soares disse...

Amigos Mário e David,
Agradeço a vossa atenção a este assunto. Seriedade? Não se espere disso nas realações internacionais (Ver o post «As relações internacionais são interesseiras» de 14 de Novembro. Cada País não olha a meios para defender os seus interesses, mesmo que tenha de bombardear o outro.
Destruir todas as armas seria o ideal, mas utópico. Nenhum filósofo (profeta) de qualquer religião o conseguiu, nem sequer o propôs a sério, veja-se a História.
Para mal dos nossos vindouros, o mundo vai ficar armado com armas nucleares espalhadas por todos os cantos. Mas esse não seria um grande mal se os políticos estivessem devidamente esclarecidos sobre o perigo que elas representam e fosem sensatos nas suas decisões. Mas os políticos não têm preparação para dirigir países e sofrem de um pouco de loucura, a mania das grandezas e o abuso do poder e uma vaidade sem limites. Ver o que se poderia ter passado com a crise dos mísseis em Cuba, e com as crises repetidas entre a Índia e o Paquistão.
Quando dois Estados se eriçam e começam com ameaças, a fazer um bailado de «bluff», se um ou os dois têm armas nucleares, devemos ficar preocupados e rezar para eles serenarem antes de fazerem uma ansneira. Qualquer raio pode incendiar a pradaria.
Tudo isto tem uma lógica, é certo que perversa, mas é real e convém não a ignorarmos
Um abraço
João

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Atribuído Pela nossa querida amiga e colaboradora deste espaço, a Marcela Isabel Silveira. Em meu nome, e dos nossos colaboradores, OBRIGADO.

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