12 novembro 2006

Campanha "Até ao meu regresso"!


"Vi morrer o meu amigo e conterrâneo Lourenço. Porque quem abria as colunas a pé eram os que estavam armados de G3, tinha aconselhado várias vezes o meu amigo, desde que três meses antes tinhamos chegado à Guiné, a deixar aquela arma e procurar uma metralhadora como a minha, capaz de disparar mais munições. Na emboscada, o Lourenço era o primeiro da fila. Morreu. Carregámos os mortos para o destacamento de Guidaje, onde, por causa de um cerco militar instalado e de ataques contínuos que impediam circulação para o interior da Guiné, foi determinado que os mortos fossem enterrados, impossível que era, cerca de uma semana depois do óbito, mantê-los sem conservação ou sepultura. Ajudei-o a enterrar e nunca mais fui o mesmo. Não posso estar mais solidário com o movimento que se pôs em marcha para resgatar os restos mortais do Lourenço e de outros camaradas que ficaram em Guidaje. Continua a ser muito importante que seja feito o reconhecimento público do sacrifício do soldado que partiu, dos Fornos, Cadima, e nunca mais regressou. Quando havia um pão, era meio-pão para cada um de nós os dois. Quando havia um cantil de água, era meio cantil para cada um. Fui da mesma incorporação nos pára-quedistas, da mesma companhia, da mesma recruta, do mesmo curso, da mesma mobilização para a Guiné, em Fevereiro de 1973".
Licínio dos Santos - Associação Veteranos de Guerra

Pois meus amigos, esta é uma de muitas vergonhas nacionais, os nossos governantes do passado e os actuais, estiveram-se e estão marimbando-se para o sofrimento das famílias, que nunca conseguiram fazer o luto convenientemente, por o Estado Português, se excusar das suas obrigações legais!
A verba é tão rídicula, 25.000 euros que até dá mesmo para pensar, que raio de humanidade, que raio de gente é que nos governa (melhor se governa a si próprio)?`
Esta, verba é fácilmente esturrada em jantaradas e apresentada como despesas de representação, ao povo isto doi, pois é chocante!
A sociedade civil, ter de se organizar para uma colecta, para substituir o Estado, que à muito deixou de ser uma pessoa de bem!

"Ao deparar-se com a crua realidade e considerando "inconcebível o abandono dos corpos destes jovens que morreram no cumprimento de obrigações que a Pátria lhes impôs", Manuel Rebocho prometeu às famílias que lhes seria feito um "funeral digno".
Sem resposta!
Nos contactos que, desde há um ano, tem estabelecido com as autoridades políticas e militares, apelando a que os restos mortais dos seus camaradas fossem resgatados, as respostas têm demonstrado apenas sensibilidade. "Embora não se tenham recusado a trazer os corpos, nas respostas que obtive disseram sempre não ter meios financeiros para o fazer", relata Manuel Rebocho.
Até 1968, era norma os corpos dos militares portugueses que morriam no ultramar serem enterrados em cemitérios próprios nas "províncias" em que tombavam, à excepção das situações em que as respectivas famílias tivessem meios para custear o transporte dos corpos para Portugal. A partir dessa data, o Estado passou a responsabilizar-se pela translação dos cadáveres. O que é certo é que há 33 anos, na localidade de Fornos, Cadima, Cantanhede, os pais de José Lourenço continuam a alimentar a esperança de poder dar ao seu ente querido um funeral condigno. O soldado pára-quedista tornou-se o símbolo da campanha "Até ao meu regresso" que tem mobilizado sobretudo centenas de ex-combatentes pelo país inteiro."
João Bizarro em JN de 11/12 de Novembro de 2006
A voz do Povo solidariza-se desta forma, com a campanha de resgate dos nossos mortos em combate e divulga o assunto aqui nas nossas páginas. Esta será mais uma vergonha, que é para quem aínda tem, porque penso que os detentores do poder neste país, há muito que perderam a vergonha!
Como nestas páginas já foi referênciado, este país está à venda aos grandes interesses económicos e o Governo são meros liquidatários do que aínda é nosso!
Tiram-nos tudo, menos a alma porque não podem. A Voz do Povo, agradeçe a todos os que por esta causa têm lutado, nomeadamente ao Dr.Manuel Rebocho ( Ex-Pára na reserva ) e ao Cmdt Major General Avelar de Sousa ( Ex- Cmdt Pára ), aos investigadores da Universidade de Évora e ao jornal de Cantanhede Aurinegra promotor da campanha.
VIVA PORTUGAL!

4 comentários:

Anónimo disse...

Comandos fuzilados na Guiné



Foi entregue pela Direcção Nacional à Liga dos Combatentes,entidade que superintende no monumento aos Combatentes do Ultramar, em Belém, uma relação de 52 Comandos fuzilados na Guiné-Bissau no período após a independência daquele País e que resulta de uma investigação realizada no âmbito da Associação e na qual se solicita que os seus nomes sejam também gravados nas lápides que envolvem o monumento. Com esta relação foi entregue também mais uma relação de militares portugueses também fuzilados.
Foram fuzilados por serem Comandos e Portugueses.
SAIBAMOS HONRAR A SUA MEMÓRIA. PAZ ÁS SUAS ALMAS!

"Quem faz do perigo o seu pão
Do sofrimento o seu irmão
E da morte a sua companheira"

A Sorte Protege os Audazes
Mama Sume

Este post já aqui foi postado!

Amigo Victor Simões,se não tivesse postado esse texto aqui,seria eu a fazê-lo.Mas esperei,que um Pára o fizesse..não me enganei!

Existem cidadãos Portuguses-que combateram por nós,que juraram a bandeira de Portugal,que não conseguem vir para cá.Agora está melhor,mas o actual presidente...da Guiné no início do pós indepedência mandou prender e torturar os COMANDOS AFRICANOS...abandonados depois de chegarem de operação...tiveram de fazer o espólio à pressa...e mandados embora para o ninho que os esperava...alguns fugiram pelas matas para o Senegal...mas foram perseguidos,torutrados e assassinados...a ACCMDS conseguiu ir buscar umas dezenas,deu-lhes emprego e arranjou-lhes casa nas cooperativas da mesma...isto foi o que se pôde fazer...Há lá mais que querem vir...que são Portugueses!

Mas "os Heróis de ontem são os maus da fita hoje"...pensamento político perante a "escumalha militar"...usa-se e deita-se fora!!!

Agora um aparte eu não acredito na APVG...

Ajudemos à subscrição!
Abraços

Mário Relvas

Anónimo disse...

As associações estão vendidas...não podem reclamar porque em vez de promoverem o associativismo pelos sócios preferem os subsídios do MDN...por isso têm que estar caladas.A APVG foi saqueada,indignifica os Veteranos de Portugal...basta ir ao tribunal e analisar o que está lá...faltam ainda coisas que estão a serem descobertas agora!...investiguem depressa antes que o "gajo" se pire...

O grande problema,hoje é que quem tem valores não serve para o associativismo...tem que se vender...ou lutar muito...mas eu só entendo o associativismo como uma luta pelos direitos e deveres dos seus associados devidamente inscritos nos estatutos...meros papéis votados ao esquecimento...querem é divertir-se à grande e às custas de quem enganam!

Pobre país...mas GRITO SEMPRE:

POR PORTUGAL!

david santos disse...

Victor, embora não seja das coisas que mais me agradem, falar em combatentes e ex, mas este trabalho é impecável e muito digno de ser esbatido aqui até à "medula". Para quem se sentir capaz, claro. Pois, para divagar em seu redor, pouco importa.
Fez muito bem, Victor. Obrigado.

victor simoes disse...

Pois é amigos, pensem no rídiculo de um Estado que não tem 25.000 Euros, para repatriar os corpos dos seus soldados... é uma obrigação para com a família, para com todos os portugueses e já que está na moda, façam um referendo e aquilatem do que os portugueses, pensam sobre o assunto.
Estes homens, foram para lá obrigados, no cumprimento do dever!
Um Estado, que sacode do capote as suas obrigações, não é pessoa de bem!
Está comprovado, em vários estudos e investigações científicas, que a família nunca faz o luto, enquanto não tem o corpo!
Mas, se as coisas fossem bem averiguadas, o escândalo neste capítulo é enorme! Há muitos militares, que ficaram em cemitérios inprovisados.
Um abraço

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Atribuído Pela nossa querida amiga e colaboradora deste espaço, a Marcela Isabel Silveira. Em meu nome, e dos nossos colaboradores, OBRIGADO.

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