19 novembro 2006

JUDAÍSMO

"Escuta, Israel, o Senhor é nosso Deus, o Senhor é Um"

Hassidismo

... parte XII

Em contraste com os reformistas, uma outra corrente, o já referido hassidismo, surgira em meados do século XVIII na Europa Oriental. Fundado por Israel ben Eliezer, conhecido como Ba`al Shem Tov ("Mestre do Bom Nome"), esta corrente é considerada ultra-ortodoxa.
Os seus adeptos procuravam a alegria mística através de um ensino que destacava a dança e a música, baseando-se em livros místicos judaicos conhecidos como Cabala. Faziam ressaltar a alegria da omnipresença de Deus, reconhecendo a Sua presença nas mais triviais actividades do corpo.
Desta forma, a adoração a Deus aparecia não apenas nas cerimónias sacras, mas também nas actividades "profanas" como as refeições, o sono ou o acto sexual.
É de referir que a Cabala judaica tem as suas raízes no Sefer Yetsirah ou Livro da Criação. Possui 10 sephirot (associado aos 1o mandamentos) e 22 caminhos que os unem (associados às 22 letras do alfabeto hebraico). A criação teria ocorrido a partir destes 32 elementos primordiais.
Além disso preconiza que os 10 sephirot estão expressos nos elementos da natureza. Utiliza muitos processos místicos, como por exemplo a visualização de cores, para alcançar o atsilut (divino), e acredita que este processo é dificultado pelo sitra ahra (o mal/o outro lado) do asiyah (mundo visível).
O hassidismo prolongou-se até à época contemporânea, apelando à fé piedosa, o fervor (hitlaavut), a priorização da "intenção" ao praticar o acto (kavana) sobre o ritual religioso judaico. Por outro lado, preocupou-se em servir os judeus mais desfavorecidos das pequenas cidades e aldeias da Europa Central e Oriental. Actualmente, os seus líderes são os rebbes (rabis) ou tzádiks, homens considerados supremamente justos e santos.
Facilmente reconhecíveis pela forma como se vestem - de fato e chapéu geralmente preto, dos séculos XVIII e XIX -, os hassidins contrastam visivelmente com as cidades modernas actuais.
Os adeptos do hassidismo estabeleceram-se principalmente nos Estados Unidos e em Israel, e estão actualmente divididos em seitas que seguem diferentes rebbes. Alguns deles acreditam que só o Messias ainda esperado terá direito a restabelecer a nação de Israel, opondo-se por isso ao Estado secular de Israel.
Como oposição a estas três correntes, o Judaísmo ortodoxo não apenas defende que a Tanakh hebraica são as Escrituras inspiradas, como acredita que Moisés recebeu ao mesmo tempo a lei oral de Deus, no Monte Sinai. Assim, os judeus ortodoxos seguem escrupulosamente os mandamentos das duas leis. Estão ainda à espera do Messias, que levará o povo de Israel a uma época dourada.
continua...

1 comentário:

Paulo disse...

Não venho "comprar" a morte pois é justo que seja um direito subjectivo inquestionavel. Também não me venho candidatar ao grupo dos 144.000 que fazem a viagem para o reino de Deus. Sou apenas o filhos de um deus menor que "erra" algures....e, levado por acaso, encontrei este blogue. Porque gostei muito, o meu obrigado!
Abraço
Paulo

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Atribuído Pela nossa querida amiga e colaboradora deste espaço, a Marcela Isabel Silveira. Em meu nome, e dos nossos colaboradores, OBRIGADO.

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