26 novembro 2006

Não nos chamem criminosas

«Jovens portugueses com maior incidência de sida na Europa»
«Portugal é dos países europeus com a taxa mais alta de gravidez na adolescência.»

Este é dos problemas que contínua a incomodar a nossa sociedade, os tabus e a ignorância. A vergonha persiste em ocultar a promiscuidade que habita entre os nossos jovens.
O pecado consome a carne dos indignos que se opõem à própria natureza, este é o culto dos que rejeitam a premunição.
Não nos compete só alertar como educar quem educa, a promover a consciencialização em virtude, dos que por si só, perdem a noção que os heróis também correm riscos.
A juventude vive com excessivos impulsos de adrenalina que não racionaliza a declinação prematura do medo.
É urgente!
Fazermos com que os nossos jovens acordem, antes de chegarem ao precipício, integra-los na realidade através, não só das campanhas preventivas mas também da formação e educação sexual de quem tem aptidões na educação e na saúde.
Os grupos de risco continuam a ser discriminados, ignorando-se o facto a existência da disseminação do HIV, surgindo ainda a gravidez indesejada num país, que sustenta a vida de forma equívoca, entre a criminalidade e a dignidade de viver.


Conceição Bernardino

7 comentários:

Anónimo disse...

Cara Conceição,a juventude é um "estado de alma" quem não deserta do ideais é jovem.

Agora minha amiga temos sérias dificuldades em abrir a mente dos jovens...vivem apenas o presente,no facilitismo da vida,das universidades (todos querem ser doutores no desemprego-culpa de muitos pais e do sistema de educação de Portugal),em que a cultura,os velores de uma nação com quaze 9 séculos se confundem com o McDonalds,a Zara,a Sport Zona e outros titulares do consumo fácil...as novas catedrais-FACILITISMO E CONSUMO!

A alma não recebe educação,nem como se alimentar de alguma forma!

Os jovens tudo sabem,sempre foi assim,mas agora não há alguém que lhes chame a atençaõ para as realidades!

BJS

david santos disse...

Minha rica, estou de acordo contigo, aliás de outra forma não podia ser.
Mas te digo, meu anjo, a juventude anda insolente nem quer ouvir o que se lhe diz.
Tive esta madrugada discussão acesa com velhos e novos, pois não queiras saber, que cheguei a confundir quais deles eram os outros.
Mas o teu texto é maravilhoso e levanta questões muito sérias, aliás, como só tu sabes fazer.
Até sempre.

Mário Margaride disse...

Minha querida amiga! O que faz realmente falta. É uma correta, honesta, despartidarizada, e sem intromissões das religiões, educação sexual. O resto...é conversa! Se existisse uma verdadeira educação sexual, muitos destes problemas seríam evitados. E deixemo-nos de uma vez por todas, de nos armarmos em juízes. Que direito temos nós de julgar! Seremos assim tão inocentes nos nossos comportamentos e atitudes?
Quem fôr, que atire a primeira pedra. Eu, não posso atirar! Por isso...também não tenho o direito de julgar ninguém.
Um beijinho
Mário.

José Faria disse...

Olá amigos e amiga conceição.
Realmente tenho pena, lamento.
Mas na verdade, não é ser retrógada ou antiquado, a juventude a sério que eu conheci, foi aquela que começou a aprender a escola da vida, fora da escola.
Quero dizer, que começou a trabalhar pelo seu sustento muito cedo, no tempo em que ainda ninguém se tinha lembrado da "exploração infantil".
Agora é diferente. Os jovens tem muito e muito onde passar ociosamente o seu tempo e como diz o amigo Mário Relvas, eles sabem tudo. Não aceitam qualquer opinião de um adulto, porque os adultos são Kotas, estão ultrapassados.
Até se atiram aos professores...
Saibam amigos, ainda um dia destes, quando vinha a sair da estação do Metro do Marquês, no Porto, iam à nossa frente (de mim e da minha companheira) três rapazotes estudantes de mochila às costas com uma conversa que integrava palavra sim, palavra não, um palavrão. Falavam alto e bom som e parecia até que com vaidade, como se isso estivesse na moda.
A certa altura, um mais gorducho, parecendo querer fazer-se mais forte do que os outros disse:
- (...)quando chegar à escola vão ver o que eu vou fazer à P... da prof. de matemática!"
A minha conclusão é que muita juventude vai mal, muito mal, mas o mundo é deles e a sua vida mais deles é.

Sempre estive e estou, no associativismo, ao lado daqueles que gostam de ocupar o seu tempo livre de forma saudável, desportiva e de convívio.
Quanto aos "mais espertos" concerteza que não vieram ao mundo porque quizeram!

José Faria

João Titta Maurício disse...

Olá a todos.
Peço desculpa pela intromissão (cada vez mais espaçada) neste vosso (são) espaço de discussão, mas há algumas ressalvas neste tema.

Senhora D. Conceição Bernardino,
permita-se que, em primeiro, diga que discutível que Portugal seja o país europeu com maior taxa de gravidezes na adolescência. Aliás, nem era preciso muita busca. Basta ir a http://www.aidsportugal.com/article.php?sid=6867 e verificar que, não obstante as suas tendências não conservadoras (aliás, cita um jornal liberal - o que no Reino Unido, actualmente, quer dizer esquerda do partido Trabalhista), nele se diz que, de acordo com um estudo do Institute for Public Policy Research, «os jovens britânicos são os mais activos sexualmente entre os jovens europeus, mas não estão a proteger a sua saúde sexual». Além disso, «a Inglaterra tem também o maior índice de gravidezes na adolescência da Europa»... assumindo exactamente a posição que a fonte (citada pela Senhora Conceição Bernardino) atribui a Portugal. Coisa que não me espanta, pois que não é novidade esta tentativa de vitimização do país quando tal é conveniente para certas teses. Não estou a acusar a Senhora Conceição Bernardino de ter forjado afirmações. Estou a constatar que elas existem mas que, no mínimo, são contraditórias com outras.
Mas o mais interessante é que, e ligando isto com a afirmação que esta (suposta) posição estatística portuguesa se deveria «à nossa sociedade, aos tabus e à ignorância» (permita-me a adaptação do seu texto sem que, espero, haja alterado o sentido das suas palavras). É que o Reino Unido foi dos primeiros países a "implementar" nas escolas um programa de educação sexual obrigatória e moralmente neutra e, cmo podemos verificar pelas estatísticas... até esta "parvónia à beira-mar plantada" está menos mal! E se quer falar em promiscuídade... eu poderia contar muitas coisas... mas como vivi em Inglatera sei de outras estatísticas que, uma vez mais, eram a consequência do relativismo moral, da leveza técnica como a sexualidade é abordada. Esta é tão desprovida de sentido moral, é tão pouco a expressão de uma afectividade séria, estável e responsável que, por exemplo em Newcastle (em 1999), se afirmava que as adolescentes e jovens mulheres tinham, estatisticamente falando, uma média de 4 parceiros sexuais diferentes... por noite (não sei é se alguns eram repetidos)! Por isso, em termos de promiscuidade, penso estarmos conversados. Apenas para nem falarmos da rentabilíssima "indústria" da maternidade adolescente (pois que, nos anos 70, obra dos governos trabalhistas, foi criada uma pensão atribuída às mães solteiras à razão de uma por cada filho "parido"), da elevadíssima taxa de abortos (da liberalização do aborto na generalidade dos países europeus, segundo a Fedeação Portuguesa pela Vida - v. http://www.federacao-vida.com.pt/vida/Artigos/artigos/respostaseargumentos.htm -, resultou que «a percentagem de abortos legais em relação aos nascimentos atinge 34,8% na Suécia, 26,5% no Reino Unido, 22,6% na França, 26,8% na Dinamarca e 26,6% em Itália (Famiglia Cristiana, nº 28/2002, pg. 21). No Reino Unido, desde a legalização do aborto, o seu número triplicou (Avvenire, 1/7/2005). Em Espanha (onde, apesar de vigorar uma lei restritiva como a que vigora entre nós, o aborto está liberalizado na prática), o crescimento do número de abortos foi de 75,3% entre 1993 e 2003 e de 48,2% entre 1998 e 2003 (ver o relatório do Instituto de Política Familiar em www.ipfe.org). Apesar da difusão do planeamento familiar, o número de abortos mantém-se elevado. Um estudo do Institut National d’ Études Démographiques (ver Population et Société, nº 407) revela que, em França, o número de gravidezes imprevistas desceu de 46% em 1975 (ano da legalização do aborto) para 23% em 2004, mas o número de abortos em caso de gravidez imprevista subiu no mesmo período de 41% para 60%, donde se pode concluir que o recurso mais frequente ao aborto em caso de falhas dos métodos de planeamento familiar compensa a diminuição do número de gravidezes indesejadas decorrente da difusão do planeamento familiar e que, portanto, a legalização do aborto impede até que essa difusão contribua para a diminuição da sua prática» - e depois vendem a liberalização da "coisa" como sendo uma panaceia que até vai diminuir o número dos praticados...).
Por isso, admitindo o (ilusório) carácter iluminado e progressista de algumas teses, perante o domínio que tais teses têm nos media e na escola, só posso pedir que tenhamos uma de duas coisas: ou o bom senso de as rejeitar... ou que venhamos a ser bafejados com uma sorte que (todos!) os demais países não beneficiaram.

Além disso, Cara Senhora Conceição Bernardino, dificilmente se poderá compatabilizar os antagónicos desejos que aqui confidencia. Por um lado, acha que a sexualidade sem tabús, sem mitos, sem limites é da própria natureza (daí que haja dito que «o pecado consome a carne dos indignos que se opõem à própria natureza» - repare que nem sequer usa um cauteloso «à "sua" própria natureza», generalizando e dando como certo, no que poderia concordar, o carácter livre e incontinente da natureza sexual humana); mas depois, cede a outra moda (porém) contraditória segundo a qual se deve «promover a conscienciaização da virtude» (completamente de acordo... até no uso do vocábulo Virtude ao invéz da opção relativista dos "Valores") como forma de proporcionar uma forma eficaz de combate ao momento presente, em que «a juventude vive com excessivos impulsos de adrenalina» (se calhar queria dizer impulsos hormonais?!?).
Compreende o meu espanto? É que (numa metáfora, talvez infeliz, mas muito adequada ao tempo - meteorológico - vivemos) não se pode querer abrir as barragens a eito e depois não esperar enchentes destruídoras perto da foz!

Cumprimentos,



Já que estou por aqui, se me permitem, aproveito e pronuncio-me sobre os demais comentários.



Caro MRelvas,
Obrigado pelos seus desafios. Adorava poder responder
favoravelmente a todos. Vou distribuindo bitaites por aí, por ali, por aqui... LOL
Quanto ao seu comentário, quando diz "jovens" refere-se a todos. Isto é, a todos aqueles que (como todos nós, espero) em dada idade, viveram a o Presente como uma certeza e a irresponsabilidade como Futuro inimputável. E, por isso, «abrir as mentes» é tarefa improvável "nesse tempo"... mas possível "com o tempo". É evidente que se recorda do que, naturalmente, terá ouvido dizer aos mais velhos quando era o meu Caro era ainda um "jovem". E recordará, hoje, quão semelhante é aquilo que escutou com aquilo que aqui escreveu. Admitindo que algumas coisas sejam hoje muito piores do que o foram no seu tempo, acredite que já houve momentos bem piores que o presente... e bem melhores que os da sua juventude. O problema é que, para cada um de nós, a sua experiência pessoal é o critério aferidor... e, por isso, porque quase nunca é isento de subjectivismo, quase nunca é um critério justo.

Abraço,



Exmo. Senhor David Santos,
Permita-me que, sobre a "juventude", tome aqui por reproduzidas palavras que dispensei ao Amigo Relvas.
Sobre o que concorda no texto da Senhora Conceição Bernardino, a ser certa a minha objecção sobre a natureza contraditória das suas afirmações, fico sem saber com o que concorda. Se com uma das afirmações, qual? Se com a duas... então dou por reproduzido o desafio já feito: como compatibilizar o que aparenta ser absolutamente contraditório.
Quanto às posições relativas de cada um sobre as noções de Bem e de Mal, de Certo e Errado, de Justo e Injusto é natural que, numa discussão com alguém da geração que lhe sucedeu (e talvez ainda mais com a seguinte), considere verificar-se um retrocesso: é que, se calhar, o meu Caro, na sua "juventude" fez uma opção por antagonismo ou mera oposição ao modelo à época dominante. E, porque crê num rumo linear, ascendente, "determinado e progressista" da Humanidade, vê no percurso revolucionário da História um retrocesso e não (como eu creio) uma nova passagem pela estação do viver em Humanidade que, no seu tempo, rejeitou.

Abraço,




Exmo. Senhor Mário Margaride
Nunca perceberei o porquê da aversão às religiões. Talvez por ter fé e tentar viver nela seja coisa difícil de compreender. Mas deixe-me dizer: tenho muitas dúvidas sobre a validade das propostas daqueles que têm fé na validade das suas propostas de substituição da Fé pelo exclusivo da Razão. É que - graças a um excelente e magnífico texto de João Paulo II ("Fides et ratio") - os católicos sabem hoje que não é possível viver uma Fé sem Razão. Aliás, foi esse o tema do texto do famoso discurso proferido neste Verão por Bento XVI. Ao contrário, os que vivem contra a Fé, negam que na vida há - de facto! - uma dimensão de crença, de acreditar sem ver, sem cheirar, sem provas... dimensão sem a qual nada poderia funcionar... até porque um racionalista jamais poderia operar sem... fé na Razão!
Claro que diferente coisa é falarmos nas religiões. Mas - desculpar-me-à - quando mistura, partidos/religiões/honestidade/correcção está a perder-se nos inúteis meandros da mais pura demagogia. Primeiro, porque comparar o incomparável... principalmente adjectivando a eito.
Segundo, porque pretender que, no que quer que seja, pode haver imparcialidade (isto ém não ser parte) é esquecer que, quando está a querer as religiões e os partidos fora desta (ou de qualquer outra) discussão, se está a colocar... na outra parte! E pior ainda, quando julga poder atribui-se (a si e ao seu lado) o monopólio da honestidade e da correcção.
É fácil dizer palavras bonitas como «verdadeira educação sexual». Fica sempre bem dizer "verdadeira". Ficamos a saber que todas as outras são mentirosas... só que, infelizmente para a erradicação dos males do mundo seria preciso mais do que isso: importava conhecer em que se concretizaria essa «verdadeira educação sexual»!
Concordo que não temos direito de julgar... mas o meu caro não fez outra coisa! Se calhar eu também.
Olhe... assim sendo, ficamos quites!

Cumprimentos,

Anónimo disse...

Caro João Titta Maurício,bem vindo aqui a este espaço de todos.

Finalmente...pois realmente tenho-o desafiado a comparecer aqui e deliciar-nos com a sua maneira acalorada e consistente que defende as suas convicções.

Caro amigo,eu disse num comentário breve que "A Juventude é um estado de alma".Sim,ser jovem é acreditar,interrogar-se em cada momento-e depois?É tentar entrar em todos os ideais e tentar ver através deles.

Procuro "ser jovem",com coerência,sem zig-zags.

Acredite amigo Maurício que eu condeno amis as gerações anteriores (incluindo a minha -46 anos),pelo estado que se passou.Efectivamente amigo Maurício,no nosso tempo também tinhamos as nossas contestações,mas dávamos muito mais valor à verdadeira sabedoria,"os mais velhos"!

Havia os contestatários,sempre os ouve e haverá.mas falo na generalidade.Fui beneficiado naquele tempo (não tenho qualquer vergonha-bem pelo contrário de ter sido criado numa África moderna e avançada em relação ao que aqui se passava,em Moçambique.Estudei naquela altura em estabelecimentos que ensinavam...as escolas eram duras,mas aprendia-se.Haviam muitas regras,mas ainda bem,pois estávamos tão habituados a elas que não dávamos por elas,dávamos pela sua auseência,como se veio a concretizar mais tarde.

Porque não há escolas profissionalizantes,sérias,capazes de atrair alunos,que fujam ao excesso de ensino superior na àrea exclusivamente universitária...


Quanto ao tema do aborto já é conhecida a minha posição.

Declino qualquer responsabilidade na questão do referendo por não o julgar necessário e ser um insulto para este país ir gastar dinheiro de todos nós para oito anos depois se tentar alterar o que está consignado na Lei-A Lei do Aborto.


Mais uma vez lhe fico grato por passar por aqui e penso que se quizer,todos nós gostariamos de ter alguns textos seus aqui postados,basta pera isso que solicite o seu acesso a avozdopovo@sapo.pt

Mário Relvas

Anónimo disse...

Quero desde já agradecer os comentários a todos, um muito obrigado.
Ainda bem que opiniões divergem, ou então não viveríamos em democracia.
Respeito todas as opiniões, é com elas que aprendemos a evoluir o nosso pensamento.
Senhor João Maurício o que simplesmente aqui quero dizer é isto, todos recriminam mas ninguém olha o problema de frente eu sei que a juventude quer viver com ansiedade, mas ninguém pode dizer desta agua não beberei.
A comparação que faz com o reino unido certamente que terá toda a razão mas pense na quantidade de habitantes que existem em Portugal, eu não escrevi isto decore baseei-me em factos escritos.
Em nenhum ponto do texto me contradigo apenas sou subjectiva, por vezes criticasse demais e educa-se de menos.
Onde estará a solução do problema?
Na censura, no desprezo nas religiões ou nas politiquices?
Não seremos todos um pouco culpados das demagogias educativas, porque agora não vale apena dizer no meu tempo...
É preciso fazer-se alguma coisa para acabar com este círculo vicioso.
E deixo, aqui explicito, não estou a falar de anjos nem do pai natal mas sim do nosso futuro que são esses jovens.

Obrigada Abraços
Conceição Bernardino

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Atribuído Pela nossa querida amiga e colaboradora deste espaço, a Marcela Isabel Silveira. Em meu nome, e dos nossos colaboradores, OBRIGADO.

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