11 novembro 2006

JUDAÍSMO

"Escuta, Israel, o Senhor é nosso Deus, o Senhor é Um"

Cultura helenística

... parte II

Com Alexandre o Grande e a sua conquista da Palestina, iniciou-se o período de influência helenística. Alexandre conquistara o Médio Oriente numa vitória relâmpago e foi bem recebido pelos judeus quando chegou a Jerusalém.
Um historiador do século I descreve que, quando Alexandre chegou à cidade, os judeus abriram-lhe os portões, mostrando-lhe a profecia do livro de Daniel, escrita mais de dois séculos antes, e que claramente descrevia as conquistas de Alexandre como o "Rei da Grécia".
Os seus sucessores continuaram o plano de helenização, imbuindo todo o império com a língua, a cultura e a filosofia gregas. Como resultado, as culturas grega e judaica passaram por um processo de fusão que viria a ter resultados extraordinários. Por exemplo, cada vez mais entendidos em pensamento grego, alguns judeus tornaram-se filósofos, algo inteiramente novo para esta nação.
Foi o caso de Filo de Alexandria, no primeiro século da era cristã, que se dedicou a explicar o Judaísmo em termos de filosofia grega, como sendo que os dois expressassem as mesmas verdades. Ao fazer paralelos da Bíblia com Platão, Filo descreveu a criação do mundo por um demiurgo (criatura intermediária entre a natureza divina e humana), que cria o Universo organizando a matéria preexistente, na queda dos espíritos como sendo consequente à própria essência do homem. Isso ainda que "ele esteja vestido com a túnica da pele", o corpo material que encerra a alma como a prisão.
Entretanto, com a Diáspora a falar grego, em substituição do hebraico, o Pentateuco foi traduzido para grego, em Alexandria. Segundo a tradição, setenta sábios, totalmente isolados uns dos outros, fizeram simultaneamente setenta traduções absolutamente idênticas, no que ficou chamado de Septuaginta ou Bíblia "dos setenta".
Posteriormente, o povo judeu alternaria longos períodos de dominação estrangeira com breves períodos de independência. Um dos episódios mais importantes dessa fase foi a revolta dos macabeus contra os selêucidas helénicos, sob Antíoco IV, liderada por Judá.
Vitoriosos, os judeus purificaram o tempo em 164 a.C. (evento comemorado até hoje na festa de Hanuká) e instauraram a dinastia dos asmoneus.
É nesta época (c. 160 a.C.) que surge na Palestina uma espécie de ordem monástica judaica chamada de "filhos da luz", ou essénios, que viveram fora da civilização, no deserto. Por volta do ano 140 a.C., o seu lider, a quem chamavam de "mestre da justiça", fundou a primeira colónia nas margens do Mar Morto, em Qumran. Era uma grande comunidade, com cerca de 4000 pessoas, que praticava a obediência, a pobreza e o celibato. Aguardavam ansiosamente a chegada do Messias, que pensavam estar iminente, e estavam certos de que, no dia do juízo, seriam salvos.
Mais tarde, em 63 a.C., Jerusalém seria conquistada pelo romano Pompeu. Nessa época, entre os grandes enclaves judaicos destacavam-se os da Síria, Babilónia e Alexandria, no Egipto. Foi durante o domínio romano que Jesus de Nazaré reuniu um grupo de discípulos e iniciou a pregação das suas ideias. Após a sua morte na cruz, os seus seguidores desligar-se-iam de vez do povo judeu para constituir a Igreja cristã.
Durante o século I da nossa era, o Judaísmo atravessava uma fase complexa, sobretudo devido à pressão política e às interpretações de profecias messiânicas, especialmente a de Daniel.
As facções judaicas eram várias: os fariseus defendiam uma lei oral, em lugar dos sacrifícios no templo; por seu lado, os saduceus enfatizavam a importância do templo e do sacerdócio; e havia ainda os zelotes, os herodianos e os essénios. As suas discordâncias eram não só de ordem religiosa, mas também filosófica.
Todas estas facções eram guiadas pelos seus rabis. Estes eram mestres que, em virtude do seu conhecimento da Lei, tinham grande prestígio entre o povo e alcançavam assim esse novo estatuto de líder espiritual. No entanto, ao longo dos anos, as discordâncias internas e externas entre judeus continuaram, sobretudo na terra de Israel.
... continua

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Atribuído Pela nossa querida amiga e colaboradora deste espaço, a Marcela Isabel Silveira. Em meu nome, e dos nossos colaboradores, OBRIGADO.

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