16 novembro 2006

Pela discriminalização das mulheres!

“O meu nome é Daniela, e eu sou uma criança com 7 anos, que gosta de tudo que as outras crianças gostam, brincar, ver televisão, ir aos carroceis, enfim, gosto de tudo, mas eu sou infeliz, porque o meu padrasto bate-me, e faz-me judiarias, e a minha mãe pouco se importa com isso, o que ela quer é passear, e comprar roupa e fumar, e andar nos cafés, na letra com este e aquele. No outro dia tive de ir ao hospital, tive de receber tratamento a um dói-dói que o meu padrasto me fez, por eu estar a brincar e a fazer barulho, quando ele queria ver a bola.”

A “Daniela” chamemo-lhe assim, repousa em paz, e o seu padrasto já se encontra em liberdade, junto da sua mãe. A “Daniela, é filha de “Paula” e de “Roberto”, este último, deve andar por aí a ressacar, e nem se lembra de algum dia ter tido uma filha. Mas falemos de “Paula”, filha dum casal católico, praticante, e que um dia se apaixonou por “Roberto”, este parecia ser um bom rapaz, de boas famílias, e namoraram 3 anos, estavam decididos a casar e ter filhos, essa coisa linda que é constituir família. Mas apenas com 1 ano de namoro, tinha o “Roberto” 19 anos e a “Paula” apenas 16, este foi apanhado nas teias da droga, e começou aqui o seu calvário. Escondeu esse seu problema, durante mais de ano e meio, o tempo que pode, e quando “Paula” descobriu, descobriu quase ao mesmo tempo (um mês depois) que estava grávida, tinha tomado sempre as precauções necessárias, só que derivado a uma dor de dentes e a um antibiótico que tomou, cortou o efeito da pílula, e esta engravidou. Foi um choque enorme saber que estava grávida, ainda por cima dum homem que havia jurado nunca mais querer ver á sua frente, sofreu muito, com tentativas de suicídio pelo meio e internamentos, em hospitais psiquiátricos, etc. Os pais sempre se opuseram ao aborto, diziam que nunca na vida aceitariam tal coisa. E assim nasceu a “Daniela”, foi baptizada com pompa e circunstância pelos padrinhos e por toda a família, bonita festa. Mais tarde a mãe de “Daniela” conheceu o “José”, que lhe prometera mares e fundos, tinha a nossa “Daniela” 2 anos de vida, e o padrasto a princípio, dava-se lindamente com a bebé, mas esmoreceu, segundo este com ciúmes, e a mãe foi consentindo, até que quando quis pôr travão, já foi tarde. «O “José” disse-me uma vez, aquando da questão que eu lhe colocara de ele ser muito rude com a menina, disse-me que sentia ciúmes da menina com a mãe, dei-lhe uma carga de porrada e fui responder por isso» - contou-me um tio da menina. Mas, era previsível, mais tarde ou mais cedo, e não foi por falta de aviso, isto acabaria mal. A Daniela, jaz desde 2002, e o padrasto foi condenado a 2 anos e meio de prisão por maus tratos, nunca foi culpabilizado, por homicídio qualificado.

Isto é uma história de mentira, mas ilustra e muito a nossa sociedade, e os seus defeitos, e lacunas, mas se esta é mentira, outras há que o não são, para mal dos nossos pecados.
Sou contra o aborto, daquelas filhas dos nossos deputados, de gente de dinheiro que vai abortar, a Espanha, por bêbadas numa festa qualquer, tiveram sexo e não sabem com quem. Sou contra ao aborto por dá cá aquela palha. Mas se a mãe da “Daniela” tivesse abortado, com 5 ou 6 semanas como ela queria, a menina nunca tinha sofrido, e feito sofrer tanta gente que a rodeou. Do mal o menos, e penso que não é uma lei que vai racionalizar este tema, mas teria de ser visto caso a caso, e analisado, e ponderado.

Foi, é e sempre será um tema de polémicas e de causas, a minha, é sem dúvida a de descriminalizar as mulheres, com regra e com ponderação.

4 comentários:

José Faria disse...

É verdade meu amigo.
O mundo está cheio destas histórias, mas verdadeiras, mas que aqui exemplifica com uma invenção tão "real".
Mas voltamos ao mesmo: Quem tem dinheiro e ainda mais se for figura pública, tudo faz, mas nada se sabe.

Gostei
Um abraço
José Faria

david santos disse...

Até as crianças são vítimas da "bola", como se não lhe bastasse a carga alienatória que ela contém, faltava-lhe agora chegar às crianças. Ah, homens e futebol, bem enrolados num pescoço, e fazer deles um caracol...
Obriga beez
Bons textos.

Mário Margaride disse...

Também concordo com a discriminalização das mulheres. Esta história retrata, muitas realidades que muitos teimam em esconder. Ainda há muito "boa gente"! Que preferem muitas histórias destas. Crianças nascerem, para serem rejeitadas e maltratadas. Enfim...
Um abraço
M.Margaride

Anónimo disse...

Casos...quem deveria ter abortado era a mãe do jovem e da jovem...ela é tão inocente...enfim caro beezz vejo onde quer chegar...mas a vida é mesmo assim,porque há muitos toxicodependentes na cadeia e seus pais não abortarm e continuam a sofrer,Há pais que sofrem todos os dias pela deficiência de seus filhos,mas choram mais pela DEFICIÊNCIA de quem resolve tudo com simplificações de coversa fácil...mas isto não basta...

A sociedade tem que ser responsabilizada.Amigo beezz,a menina da sua história tomou todas as precauções...caramba falhou tudo...áté entra a dor de dentes que lhe retirou o efeito do anticonceptivo,mas não retirou o feito sugestivo sexual...

mesmo assim agradeço a sua hirtória...mais uma de tantos que fogem...à vida,à vida real!
Abraços

Mário

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