26 dezembro 2006

A NOSTALGIA DA LIBERDADE


Do Jornal de Notícias de hoje, 25, extraio o início do artigo que aborda a ameaça para a liberdade representada pelo cartão único, ao qual junto uma Nota cujo conteúdo é já conhecido dos leitores dos comentários nos blogues.

A nostalgia da liberdade
Francisco José Viegas, EscritorSem surpresas por parte dos pessimistas do costume - entre os quais me encontro - o parlamento aprovou, por unanimidade, o projecto governamental do Cartão Único. A modernidade rejubilou, imbecil e histriónica e apressa-se a dizer que, depois de termos inventado a Via Verde das auto-estradas, mantemos o passo acertado com as grandes nações (o que não é verdade - na Austrália e nos EUA não há bilhete de identidade, por exemplo) temos cartão único de cidadão, basta agora começarmos a cruzar os dados: o número de cidadão, o de contribuinte, o da segurança social, em breve o da saúde, quem sabe se de o fumador de marijuana ou o de leitor de literatura obscena ou de adepto de um clube de futebol.
O ministro António Costa, alertado pelas objecções acerca do perigo de haver tamanha concentração de dados num único cartão, lembrou que "isto não é o Big Brother". Engana-se, meu Caro António Costa não é o Big Brother, mas pode ser o princípio. Nada nos garante que, daqui a uns anos, a uns meses, depois de entrar em vigor o cartão único, não exista um organismo, muito cioso da segurança do Estado e do controle dos cidadãos, que comece realmente a fazer o cruzamento dos dados contidos no "chip" que cada um trará dentro do bolso. Nada que não tenha acontecido antes (...).

NOTA: O Mundo está a caminhar para soluções de alto e rigoroso controlo e centralizadoras tendentes para o Governo Mundial sob a liderança de um Governo único tipo ONU, o que está a ser cozinhado por um grupo já numeroso de ricaços - banqueiros, grandes industriais casas reinantes, políticos de influência e magnatas da comunicação social, integrados na organização que dá pelo nome de Clube Bilderberg. Há um livro do círculo de Leitores muito esclarecedor.
Não é por acaso que se desenvolveu a associação de estados na Europa (UE), a NAFTA, a AFTA, o Merco sul, etc. etc. Tudo isto é fomentado pelo Clube.
A legislação do comércio internacional é uma forma de reduzir o poder dos Estados e de o transferir para um organismo internacional.
Os dirigentes de Instituições supranacionais e os dirigentes dos Estados mais poderosos são apoiados pelo Clube, como, por exemplo o Presidente dos EUA. Reparemos que Guterres que foi convidado numa recente reunião do Clube está em funções supranacionais. O mesmo se passa com Durão Barroso, o mesmo se há-de passar em breve com Nuno Morais Sarmento e com Augusto Santos Silva.
Por acaso Cavaco não estava a ser controlado pelo Clube, mas este, logo após a posse, mandou cá o Henri Kissingir, um dos homens de mão de David Rockefeller, uma das eminências do Clube, trazer o catecismo e ler-lhe os mandamentos.
Estamos numa «guerra» pacífica, sem tiros nem violências, cuja arena são os gabinetes higiénicos, com ar condicionado, belas alcatifas e decorações.Portugal com o cartão único está a demonstrar ser um bom aluno, através daqueles que têm participado nas reuniões do Clube. Mas não é só o Cartão Único que nos controla (como o Big Brother do livro 1984 de George Orwell), nós estamos a ser controlados quando temos o telemóvel ligado, quando vamos ao Multibanco, quando entramos nalguns edifícios ou passamos nas ruas e estradas que dispõem de câmaras de vídeo. A liberdade já pertence ao passado e a pouca que nos resta vai durar muito pouco. Ai dos nossos netos! Estão bem tramados com o mundo que a nossa geração lhes deixa como herança envenenada.

4 comentários:

Anónimo disse...

Pois é! Isto de liberdade hoje mais do que nunca é uma utopia.
As pessoas nem se apercebem que já andamos todos muito controladinhos. Tal como o amigo disse; as portagens, os cartões de débito e crédito, etc., não são mais do que fragmentos de um todo que um dia juntos e organizados farão de nós uns prisioneiros dentro de uma grande prisão (o nosso planeta Terra).
Os nossos descendentes, esses coitados, não saberão o que é brincar ao ar livre e andar livremente na rua sem ninguém saber o que fazem. Eles não saberão mesmo o que quer dizer a palavra “liberdade”.
Quanto ao anseio de liberdade, quanto aos sonhos, isso, penso que dificilmente serão totalmente matos dentro de nós (a não ser que descubram forma de nos programar como se faz com os robots).
Mas eu ainda acredito na rebeldia de crianças que não se apagará nunca dentro de nós, no inconformismo em aceitarmos para sempre situações erradas. Acredito que sempre haverá alguém, em alguma época que não se deixará controlar e que será sempre como que um fogo, uma luz para atear nos corações a conquista pela liberdade.

Alexandra Caracol

A. João Soares disse...

Amiga Alexandra, abradeço o seu comentário.
Depois de todos domesticados como um rebanho, a rebeldia será uma situação tão excepcional que não conta para nada. É apenas uma ovelha tresmalhada que, sem rumo, é devorada por algum lobo que lhe aparece.
Mas os controladores, embora informatizados, acabam por ter uma componente humana e essa está sujeita a errar e será a única esperança de as ovelhas fugirem ao controlo.
Mas... nem é bom pensar em tudo isso. o livro de George Orwell era uma ficção de 50 anos, que não foi totalmente concretizada no prazo, mas que está a caminho da concretização total. E o Poder central global está organizado para conduzir a transição. Portanto, é apenas uma questão de tempo.
Beijinhos
João

Anónimo disse...

El hombre en busca de la supremacía, agota todos los medios y campos que estima necesarios, esto lo llevara un día a ver que lo único que a hecho es cerrar su propio camino.
Para mi no es sorpresa, es parte de la estupidez humana. Veamos la historia, grandes héroes, son los asesinos mas grandes, solo se ve lo que conquistaron, y se les muestra como un modelo a repetir.
¿Qué esperamos entonces?
Gracias por tu visita.
Saludos.

Anónimo disse...

aro A. João Soares,

este tema é-me caro e já por mim escrito em diversas ocasiões.A base de dados e dos cruzamentos informáticos é enorme,vasta e quaze total!

Agora até nas casas de banho de centros comerciais há aparelhos de vigilância...apesar de ilegal segundo a CNPD (comissão nacional de protecção de dados)!

Abraços

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Atribuído Pela nossa querida amiga e colaboradora deste espaço, a Marcela Isabel Silveira. Em meu nome, e dos nossos colaboradores, OBRIGADO.

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