07 dezembro 2006

A solidão dos nossos dias...E você já fez o rastreio?


Passava os meus dias ali sentada, eu, o silêncio e o pulsar da minha solidão, olhava por uma janela o vazio dos dias que ali eu contava entre o cheiro a mofo das paredes do meu quarto e os minutos que soluçavam pequenas madeixas brancas da minha triste saudade.
O sol deixara de brilhar, os meus olhos traíam um corpo vestido de mazelas que a idade teima em não perdoar.
Rodolfo, o meu melhor amigo, nunca me abandonara, partilhava comigo as lembranças de uma vida, o mais atento, o mais fiel. Rodolfo era um canário que cantava todos dias as lágrimas que lavavam o meu rosto sufocado de dolência.
Fui esquecida pela própria sorte, falta-me tudo que não tenho, os vocábulos que teimam em ficar mudos, o amor que já partiu, e o abandono da morte que tarda em chegar.
Todos nós seremos vítimas da própria solidão, enquanto deixarmos que outros sofram com ela...
Este texto é a prova viva de quem vive só, tão só como uma noite sem estrelas, o tempo não perdoa alguém precisa urgentemente de nós.


Conceição Bernardino

3 comentários:

Mário Margaride disse...

Querida amiga! Nada é pior que a solidão. Corrói, castra, envenena o nosso ser...destrói-nos! É de facto terrível a solidão...
Olha! Não queres aparecer no Sábado à tarde no El corte inglês em Gaia? O David Santos, está a tentar a ver se o Relvas aparece também. Lê no mural.
Um beijo
Mário.

Anónimo disse...

Caros amigos,solidão...todos sabemos ou não o que isso é?Mas cara Conceição leio-a nos mais diversos jornais...muitos.Como pode sentir-se só?Faz apelos diários.Esreve com imaginação.

Compreendo quando diz que alguém precisa de nós...poderemos fazer tudo?Não.A amiga Conceição já faz muito,escreve e bem!

Não se deixe arrastar para ela,a malandra solidão.

Cantemos choremos até que a voz nos doa...ou nos calem de vez!
Não sem luta!

Beijos
MR

Cumprimentos ao MMargaride

david santos disse...

Ó Conceição! Então!!?
Pois é! Mas nós somos em grande parte causadores dessa solidão. Não é difícil de perceber que, de uma forma ou de outra, também somos solitários... porque não nos encontramos? Porque não nos abraçamos? Porque não fazemos companhia uns aos outros? Não seremos nós, amantes da solidão?
Temos que começar por nós... Não devemos continuamente andar afastados! Ou não gostamos uns dos outros, de facto? Gostamos que eu sei! Mas temos de nos ver, abraçar, juntar. Ou será que queremos falar da solidão dos outros para esconder a nossa? Temos, de uma vez por todas, não deixar que a hipocrisia se instale entre nós. É que cada palavra que dizemos, pois já ninguém consegue esconder isso, são palavras que nos saem do âmago e fazem parte da nossa vida real. Vamos acabar com isso e vamo-nos ver uns aos outros... Ando a ficar muito triste! Mesmo muito tiste! Estou a chorar, ficas a saber! Combatemos o "monstro" e deixamos que ele more comnosco. Não pode ser! Isto não pode continuar! Vivemos e desmascaramos a infelicidade dos outros estando, constantemente, a tornarmo-nos a nós, mais infelizes! Temos que parar com isto! Estou a perder o ânimo todo. Já nem escrevo coisas com as quais estou comprometido, estou para aqui, mais nada.
Vamos acabar com estas coisas e vamo-nos encontrar. Traçar novos horizontes, quem sabe, não saia daí mais alegria e vontade de trabalhar? Estamos a deixar-nos, embora não pareça, tornar "monstros". Não pode ser! Não pode ser e não pode ser!

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Atribuído Pela nossa querida amiga e colaboradora deste espaço, a Marcela Isabel Silveira. Em meu nome, e dos nossos colaboradores, OBRIGADO.

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