27 outubro 2006

Maomé e a Guerra Santa

... continuação parte VI

INÍCIO DA PREGAÇÃO


Segundo a tradição, apareceu-lhe então o arcanjo Gabriel, que lhe terá sugerido que assaltasse caravanas. Sendo bem sucedido, viu nisso uma aprovação divina. Conseguiu assim arranjar dinheiro e montar o seu exército. Depois combateu e venceu os habitantes de Meca, impondo-lhes a sua religião. Maomé viu nisso a aprovação de Alá e formulou a promessa: quem morre na Jihad conquista o Paríso, enquanto os outros deverão esperar até ao fim dos tempos. Maomé entrou assim triunfante em Meca. Destruiu os ídolos de pedra, com excepção da "Pedra Negra". Deu depois início à sua obra política. As tribos do deserto converteram-se ao credo de Alá, o Deus único.
Das três batalhas travadas contra Meca, Maomé perdeu apenas a segunda. Nessa época, já resolvera dar a maior difusão possível à nova fé, com o que surgiu a ideia do pan-islamismo. Muito árabes e alguns judeus abraçaram a nova religião. Aos que a repeliram, Maomé declarou guerra e obrigou os vencidos a aceitar a nova fé ou pagar tributos especiais.
A grande vitória de Maomé residiu no facto de ter conseguido conquistar Meca, o que esteve longe de se revelar uma tarefa fácil. O profeta recorreu à diplomacia e declarou o seu intento de manter a peregrinação anual a Meca como um dos rituais básicos do Islamismo. Conversações entre as duas partes tiveram como resultado o Tratado de Hudaibia, que punha fim às hostilidades e autorizava os muçulmanos a fazerem peregrinaçõe à cidade santa. Daclarou-se uma trégua de dez anos, que Maomé aproveitou para fortalecer a sua posição e aumentar o número dos seus adeptos.
Em 630, Meca violou o pacto de Hudaibia, ao apoiar uma tribo que atacara um grupo de simpatizantes do Profeta. Maomé valeu-se desse pretexto para avançar sobre a cidade, à frente de um exército de dez mil homens, e apoderar-se dela. Demonstrando mais uma vez grande visão política, o Profeta manteve a peregrinação anual e o carácter sagrado da Caaba - embora tenham sido destruídos os inúmeros ídolos pagãos adorados em Meca - e agiu com magnanimidade aos perdoar aos rebeldes.
No auge do seu poder, Maomé passou a receber diversos representante tribais que vinham solicitar aliança e pagar tributo. Constituiu-se uma federação de tribos, embrião do Estado islâmico, e o Profeta dirigiu a unificação do povo árabe. Maomé voltou a Meca no início de 632 e dirigiu pessoalmente a peregrinação. De volta a Medina, morreu a 8 de junho de 632, sem ser clara a nomeação do seu sucessor.
continua...

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