12 outubro 2006

MULHER AO ESPELHO


Hoje, que seja esta ou aquela,
pouco me importa.
Quero apenas parecer bela,
pois, seja qual for, estou morta.
Já fui loura, já fui morena,
já fui Margarida e Beatriz,
Já fui Maria e Madalena.
Só não pude ser como quis.
Que mal fez, essa cor fingida
do meu cabelo, e do meu rosto,
se é tudo tinta: o mundo, a vida,
o contentamento, o desgosto?
Por fora, serei como queira,
a moda, que vai me matando.
Que me levem pele e caveira
ao nada, não me importa quando.
Mas quem viu, tão dilacerados,
olhos, braços e sonhos seus,
e morreu pelos seus pecados,
falará com Deus.
Falará, coberta de luzes,
do alto penteado ao rubro artelho.
Porque uns expiram sobre cruzes,
outros, buscando-se no espelho.

Cecília Meireles

8 comentários:

Anónimo disse...

Que levem os anéis e deixem ficar os ossos.

Belo naty.

Mário Relvas

José Faria disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Anónimo disse...

Cecília Meireles.
Poetisa brasileira, nasceu no Rio de Janeiro em 7 de janeiro de 1901. Em 1910, concluiu o curso primário e, sete anos depois diplomou-se professora primária e passou a desenvolver intensa atividade como educadora. Estudou também línguas, canto, violino. Aos dezoitos anos lançou o livro de poemas Espectros, pelo qual recebeu elogios da crítica especializada. Em 1934 organizou a primeira biblioteca infantil do país. Em 1935 foi nomeada professora de Literatura Luso-brasileira e, depois, de Técnica e Crítica Literária na Universidade do então Distrito Federal. Cecília Meireles faleceu no dia 9 de novembro de 1964, em pleno apogeu de sua atividade literária. Recebeu, post mortem, o Prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras, pelo conjunto de sua obra. De fina espiritualidade, sua poesia, sem deixar de ser moderna, mergulha raízes nas essências do simbolismo, caracterizando-se, no plano formal, pela riqueza de recursos estilísticos. Obras principais: Viagem (1938); Vaga música (1942); Mar absoluto (1945); Romanceiro da Inconfidência (1953); Solombra (1964).

José Faria disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Mário Margaride disse...

Gosto da poesia da Cecília Meireles, sem dúvida excelente.
Mas gostaria de ver e ler, poesia de sua autoria cara amiga Naty! E porque não uma visita aos meus meus poemas!
Um abraço Mário Margaride

Naty disse...

Amigo Mário Margaride:
Quando fizer comentários primeiro analise bem o que diz,pois deus que é deus não agradou a toda a gente,quanto aõs poemas de minha autoria terá oportunidade de os ler no meu blog estão lá publicados poemas meus e não só de outros autores como o disse continuação de bom domingo naty.

Mário Margaride disse...

Cara amiga Naty! Parece que se ofendeu pela observação que fiz. Apenas lhe sugeri que publicasse poesia sua, apenas isso. Como eu faço de vez em quando. Independentemente de publicar noutros espaços, haverá algum problema nisso!
Se houver, peço desculpa.
Continuação de bom Domingo.
Mário Margaride.

José Faria disse...

Olá Pessoal!
É só p'ra deixar a minha opinião.
Bem, eu penso que é muito mais agradável descobrirmos novos frutos, novos poemas, novos textos que se espumem, cresçam, dilatem nos coments que lhes acrescentamos.
É sempre algo de novo que ficamos a conhecer...
Pois o que já foi já era.

Um abraço com amizade.

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Atribuído Pela nossa querida amiga e colaboradora deste espaço, a Marcela Isabel Silveira. Em meu nome, e dos nossos colaboradores, OBRIGADO.

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