04 outubro 2006

Deficiente descriminação

Deficiente descriminação

Em vila verde “Deficientes não podem ir à escola”, por falta de condições e promessas aparentes feitas pela câmara municipal.
Esperam impacientemente pelas obras que não se cumprem. Tudo “será resolvido a seu tempo”, a resposta dada pelo senhor vereador responsável pelas obras. A duas crianças da região que necessitam de acompanhamento escolar, apoio assistido, as mães já esperam e desesperam.
Estes relatos fazem-nos pensar (algo que muitos não gostam, pensar!) viver, ser deficiente neste país é uma aventura arrojada, a maratona das dificuldades por assim dizer.
Não sabemos o dia de amanhã, ninguém está livre de se deparar numa situação destas e eu não falo de cor.
Reparem nos invisuais que connosco se cruzam no dia-a-dia, se nós temos dificuldade em ultrapassar barreiras, imaginem a quantidade de barreiras que eles encontram no seu percurso. Semáforos sem avisos sonoros, obras na via pública impedindo os acessos, falta de inúmeras condições que eu poderia descrever aqui em cinco folhas ou mais.
Para os deficientes motores, repete-se a mesma escalada, circular num passeio em vários pontos das cidades, nem pensar. Os senhores automobilistas que nem se lembram que existem milhares de pessoas nesta situação, apoderam-se dos espaços livres para poderem estacionar, as suas viaturas de qualquer maneira. Entrar em certos edifícios numa cadeira de rodas é o mesmo que circular num labirinto cheio de obstáculos. Visitar monumentos é sonho irreal, que se vai deslumbrando em fotografias.
Os surdos-mudos são peças esquecidas dos nossos canais televisivos na sua grande maioria. Noticiários, programas de entretenimento, etc.
Chegada as benditas eleições, ninguém se esquece deles, nas campanhas, nos discursos, na televisão todos temos direitos e obrigações iguais.
Poderia focar inúmeros casos de deficiências, de discriminação, mas a maior deficiência está num país que menospreza este problema e contínua a dizer coitadinhos...


Conceição Bernardino

2 comentários:

Anónimo disse...

Cara Conceição.

Li e estou a par de tal situação,como sabe Vila Verde fica a escassos 13 Kms de Braga.Infelizmente isso é uma gota no oceano.Conheço o caso de um jovem de 18 anos invisual e autista,em que sua mãe passa os diss,as semanas,os meses,os anos com o seu filho em casa.Encontra-se completamente esgotada,deprimida e sem saber o que fazer.
Não tem onde colocar o seu filho.Não tem direito a estar doente.O seu marido trabalha nas obras.É uma desgraça,pois em qualquer momento aquela mãe perderá o controle emocional.Já não acredita em nada nem ninguém.Isto passa-se em Barcelos!
Em pleno século XXI.Não pretende abandonar o filho,mas colocá-lo numa escola ou instituição durante o dia...

Quando alguns se queixam que olhem para o lado e vejam o que é sofrer.

cumprimentos

victor simoes disse...

É uma grande verdade Conceição, os políticos, só se lembram dos deficientes, e do povo em geral para a caça ao voto. Depois das eleições e já devidamente instalados nas cadeiras do poder, nada fazem! A hipócrisia é imensa.

Cumprimentos

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Atribuído Pela nossa querida amiga e colaboradora deste espaço, a Marcela Isabel Silveira. Em meu nome, e dos nossos colaboradores, OBRIGADO.

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