25 setembro 2006

Campanha de bem dizer - 2


A fim de evitar interpretações apressadas e incorrectas deste texto, aviso o leitor de que serei tão irónico quanto conseguir.
Nem todos os actos dos políticos são criticáveis, sendo alguns merecedores dos mais rasgados elogios. Recordo, por exemplo, o excelso patriotismo do ministro da Saúde intensamente sintonizado e sincronizado com os interesses nacionais, com a vontade do povo, com vista à saída da crise crónica em que temos vivido e agora agravada e centrada no défice e no caso Gil Vicente.
É do conhecimento de todas as pessoas medianamente informadas que aquele senhor governante imbuído de sentido estratégico, com olhos no longo prazo, abrangente, defende o sim no referendo sobre o aborto a fim de reduzir o número de toxicodependentes, de vítimas de pedofilia, de jovens delinquentes e de pequenos criminosos. Fecha maternidades no interior com vista a desincentivar a procriação e reduzir o número dos filhos da terra que, mais tarde, poderiam manifestar-se contra o despovoamento do Portugal profundo. E quanto menos nascerem (inclui as vítimas dos partos de risco no transporte para a maternidade distante) menos são as bocas a alimentar, menor necessidade de escolas, menor procura de subsídios de sobrevivência, etc. Com o fecho das maternidades, aliado ao das escolas, consegue-se a redução da população activa em regiões do interior com pouca viabilidade económica. E de economia o ministro sabe.
Por outro lado, o fecho de SAPs, de Centros de Saúde do interior, constitui uma medida polivalente (ou multiusos): desincentiva as pessoas a viverem no interior, o que contraria a ideia obsoleta de manter habitadas essas regiões remotas onde não há indústrias nem grandes empresas de comércio e serviços. Os idosos que teimarem em lá residir, terão um fim mais rápido com a falta de apoio de saúde, aliviando a caixa de pensões.
Também irá conseguir aliviar as Finanças e os encargos com pensões de reforma e com apoio medicamentoso, abreviando a vida dos reformados com as restrições na comparticipação em medicamentos, consultas e tratamentos, com o aumento de taxas moderadoras e com o encerramento de urgências hospitalares. E, também, no aperfeiçoamento do sistema, aplicando a eutanásia a cada reformado que se dê ao luxo de adoecer (já está a ser preparada legislação para a recusa pelo próprio de tratamentos que prolonguem a vida – é o primeiro passo).
Por tudo isto, a actividade sustentada e coerente, com características estratégicas, deste ministro constitui um motivo de bem dizer dos nossos políticos. É um exemplo muito exemplar!!!!

9 comentários:

david santos disse...

Ai é exemplar é; e mais!
Atenção que o que se segue não é da minha autoria. O que é meu é meu, o que não é, leva aspas.
"Redução da Pensão. «Pensão média em 2005: 437 euros. Anos Em euros Em percentagem: 2008; - 8 euros -2%
2010; - 15 - 3%
2014 - 34 - 5%
2018 - 107 - 12%» No ano 2040 já a redução se cifra em menos 923 euros com a percentagem em 28%
A nossa juventude actual que se prepare para roubar ou pedir já a partir de agora. Um abraço João.

david santos disse...

ó João, este "prepare" está assim a modos que! Mas vou deixar assim, quem sabe eu não venha a ser autor de novas palavras. Quem sabe? Ninguém sabe!
Um grande abraço.

Anónimo disse...

O SN Saúde agonia...a escola é o que vemos...o FUTEBOL é magnífico...etc o que podemos dizer de positivo,alguém que nos ajude...de boas intenções está o inferno cheio!

abraço João

Mário Margaride disse...

O amigo João Soares, enganou-se no sítio das sátiras. Devia se calhar levar esta texto, ao programa (os malucos do riso). Ficava melhor contextualizado.
Um abraço.

Anónimo disse...

Se não é assim, parece! Gostei deste texto, ooquem detem o poder, só olha na verdade para o seu próprio umbigo, estamos numa época de amanhe-se quem puder e é o que fazem os nossos governantes.
Parabéns a esta equipa, este blogue está muito bom.

Anónimo disse...

Gosto do Blogue,mas acho que é demasiado, "trablhadoes", esquerda a mais!!!

buh...

victor simoes disse...

Caríssimos, verifico que os diversos temas e opiniões, nem sempre são do agrado de A ou B, mas é isso mesmo que aconteçe em democracia, e nós temos sempre a possibilidade por meio dos comentários de dar-mos a nossa opinião, demonstrar o nosso ponto de vista!
Não concordo com o nosso leitor "espingardinha" em relação à conotação de esquerda, já aqui foi dito que independentemente, da ideologia, credo ou raça todos são bem vindos, desde já, está convidado meu amigo a participar na "Voz do Povo", poderá pedir o acesso para: avozdopovo@sapo.pt

Um grande abraço!

Mário Margaride disse...

O sr. Soares, é que me parece que não sabe interpretar o que lê! O amigo nunca viu nada escrito da minha parte, no sentido de excluir, ou incluir, este ou aquele texto!
Agora o que tenho é o direito, como cidadão livre, de exprimir a minha opinião. Se o sr ironiza, eu tenho também esse direito! Ou só o amigo é que o pode fazer! Em democracia, todas as opiniões têm o direito constitucional de existirem. Podemos não concordar com elas, mas temos o dever de as respeitar. E neste caso, limitei-me a responder à sua ironia, com ironia! Se o sr não entendeu! O problema já é seu!
Um abraço

Anónimo disse...

Caro A.João Soares,estou de acordo total consigo.O senhor MM,quer efectivamente que este blog seja o seu reflaxo,a continuidade das suas opiniões ,sómente!

O blog estava muito bem com os temas alternados de cada um sendo comentados.Eu procurei sempre no pouco tempo que aqui escrevi,fazê-lo em relação a todos os posts.Dava a minha pinião sobre todos os temas e um incentivo ao diálogo e desenvolvimento de ideias.

Mas ele não estáinteressado em escutar o outros,simplesmente em fazer-se ouvir.

Bolas...não há santo que aguente!

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Atribuído Pela nossa querida amiga e colaboradora deste espaço, a Marcela Isabel Silveira. Em meu nome, e dos nossos colaboradores, OBRIGADO.

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