Desgraçadamente, para a imagem de Portugal, para a auto-estima dos portugueses e para a formação das gerações mais jovens, têm abundado notícias de violência nas escolas quer entre alunos, quer de alunos contra professores, quer de familiares contra docentes. Isto é um mau início de vida para os estudantes, num momento em que o ensino devia ser abrangente com vista a formar os jovens no respeito por si próprios, pelos outros e pelos mais altos valores da sociedade nacional. Não é agradável pensar que tipos de cidadãos virão a existir no País se, na idade em que devem aprender a ética, a educação e o civismo, vivem em discutível anarquia e em convivência sem obediência a regras de bom comportamento.
Nos jornais de 22 de Setembro aparecia a notícia de que iam ser contratados 1237 funcionários não docentes para as escolas do ensino pré-escolar, básico e secundário. Não se sabe quais serão os critérios de selecção, quanto a capacidade de contacto com os alunos, de contribuir para uma sã disciplina cívica, ausência de taras sexuais, de violência, etc. Os vigilantes além de terem de ser pessoas sensatas, serenas e cultas, devem ter já uma idade que facilite o contacto respeitoso dos alunos, que verão neles como uma espécie de pai ou avô e seriam tratados com o carinho correspondente. Já há anos, quando houve algumas iniciativas de associações de seniores para apoio aos jovens no atravessamento das ruas próximas das escolas, foi alvitrada a ideia de utilizar nas escolas como vigilantes e auxiliares, pessoas reformadas da GNR, da PSP e das Forças Armadas que, de entre as voluntárias devidamente seleccionadas, receberiam a preparação conveniente. Tratar-se-ia de pessoas habituadas a lidar com cidadãos nas mais diversas situações e que teriam propensão a exercer uma acção educativa tendente a uma convivência harmoniosa e civilizada. Os seniores, com a sua experiência da vida, têm uma grande capacidade de ser úteis e a sociedade portuguesa não está tão evoluída e perfeita que possa desperdiçar a sua colaboração em tarefas para que têm considerável vocação.
Efectivamente, com estes ou outros vigilantes ou «contínuos», as escolas devem levar muito a sério a prevenção da violência e a criação de hábitos de sã convivência educada e eficiente, que contribuam para a formação de cidadãos válidos.
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